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Mauro Soares de Assis
Engenheiro cie Telecomunicações; Mestre cm Ciências
de Engenharia Elétrica PUC/RJ — 1964 a 1966;
trabalhou no CETUC da PUC/RJ de 1966 a 1979.
Atualmente é responsável pelo Núcleo de
Telecomunicações do Ccnlro de Tecnologia Promon.
1. Introdução to é, o = 1 mmho/m e aplicando (1) na sendo n, = \Jtr — j 60o,X o índice de re-
freqüência da 1MHz chega-se a fraçào da floresta, X o comprimento de
Na elaboração do projeto de instalação 6 = 16 metros. onda e (, a constante dielétrica relativa
de emissoras de radiodifusão na Ama da vegetação..
zônia é necessário conhecer o efeito da Em Tabatinga (AM), onde foram reali
vegetação na propagação das ondas ra zadas as medidas, a floresta apresenta Na faixa dc ondas médias, a constante
dioelétricas. Esse problema é discutido uma altura média da ordem de 30 me de atenuação da floresta («) pode ser
teórica e experimentalmente neste tra- tros. Comparando esses dois valores, é calculada aproximadamente por
^“balho. A interpretação das medidas ex imediato concluir que o solo não inte
perimentais é feita por um modelo ma rage significativamente com o sinal ra • l
temático bastante simples, onde supôe- dioelétrico e a floresta comanda o com ,, j — (, i < < 60<i rx>
se a propagação de uma onda de su portamento da onda em propagação. 6
per ficie guiada pelo topo das árvores, Assim, será feita a suposição de que o e a atenuação introduzida pela vege
havendo uma atenuação adicional para mecanismo de propagação consiste de tação será expressa através dc
o sinal devido ao posicionamento de uma onda de superfície guiada pelo to
receptor no interior da floresta. O tra po das árvores e que o sinal em um
balho é considerado preliminar, pois ponto qualquer no interior da floresta
foi relativamente pequeno o número de sofre uma atenuação adicional causada A 20 log c 7 —‘""f . H (5) 1
medidas realizadas. Isto, entretanto, pela condutividade da vegetação. Uma ^ ¦
não impediu que fossem estabelecidas vez que as medidas foram realizadas onde H é a altura média das árvores.
algumas conclusões de interesse práti em uma faixa dc distâncias definida
co. por 0,5 km < d < 4 km, o modelo da 3. Resultados experimentais J
terra plana pode ser aplicado sem res
2. Formulação matemática trições. Dai, o módulo do campo A figura 1 mostra os resultados das
elétrico será expresso por [3], medidas efetuadas em Tabatinga, em
Rigorosamente, o problema deveria ser uma emissora de ondas médias operan
tratado pela teoria da propagação so do na freqüência de 1260 kHz e com
300 % P(kW)
bre uma estrutura de duas camadas (o E(mV/m) = ^-Fa uma potência de 2,5 kW. A linha cheia
solo constituindo a camada inferior e a d(km) desta figura corresponde à primeira
—floresta a camada superior). No entan série de medidas, a qual foi realizada
to, conforme será visto a seguir, não é onde com vegetação bastante úmida (ime
necessário considerar esse modelo. Pa diatamente após uma chuva). A linha
ra demonstrar esta afirmativa, o ponto E(mv/m) — módulo da intensidade de tracejada foi calculada por (2) supondo
de partida é a expressão que define a campo elétrico em mV/m; tf = 1,3 e (jf = 1 mmho/m. A com
profundidade de penetração (ô) em um P(kW) — potência de transmissão em paração entre as duas curvas mostra
meio condutor, ou seja [1], kW; uma diferença aproximadamente cons
d(km) — distância entre o transmissor e
tante e igual a 18dB. Não é difícil expli
o receptor em km;
2 car este resultado. Isto porque q valor
Fa fator de atenuação da onda de
ò = * de o = 1 mmho/m é representativo da
ü>/i00f superfície.
floresta, porém definirá a amplitude
onde No caso de interesse do presente traba do sinal apenas quando este for medi
lho, onde a antena transmissora é um do na altura do topo das árvores. No
' <jl? — 2 7t f — freqüência angular monopólo vertical, o fator Fa é dado interior da floresta deverá ser conside
f — freqüência por rada a atenuação causada pela pene
n0 = 4tt x 10- 7 — permeabilidade tração em um meio condutor. Assim,
magnética do vácuo FA = 1 ~ j v *P e~P erfe (j V*P) (3) aplicando-se (5) chega-se a uma ate
Of — condutividade da floresta nuação de 18,4 dB, que concorda satis
Adotando-se para o o valor recomen onde p é a distância numérica que de fatoriamente com o valof observado
dado para a Região Amazônica [2], is- pende basicamente dos parâmetros experimentalmente.
elétricos da floresta. Assim,
* As medidas experimentais apresentadas neste traba- A segunda série de medidas correspon
. lho foram realizadas pelo Centro de Estudos em Teleco de aos pontos isolados mostrados
municações da PUC/RJ (CETUC) sob contrato com o 7rd ni 1
Ministério das Comunicações e com interveniência da P = — J (4) também na figura 1. Verifica-se, neste
RADIOBRÁS. nf caso, que a atenuação foi bem menor b