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Telemática e a
indústria nacional
0 JBDE (IARPEX) realizou na sede do Instituto Bennett, no Rio de Janeiro, um Seminário sobre o te assegurar uma evolução, dentro do panorama
ma Telemática e a industria Nacional. em que vivemos, onde nem sempre é fácil, como
em outros paises, contar com técnicos treinados,
Foram oradores o Gen José Antônio de Alencastro e Silva, Presidente da TELEBRAS; Engf Roberto com critérios de controle de qualidade bem defi
do Couto, Diretor da Cobra; Dr. Roberto Hering, Diretor da EM BR A TEL; e Eng.° A. Didier Viunna, nidos, e até mesmo com a garantia do forneci
Diretor Presidente da Microlab. mento de componentes, nacionais ou importa
dos, dentro dos prazos desejados.
-4 rigor deveriamos transcrever todas as palestras e até mesmo os debates que, diga-se de passagem, fo
ram pontos altos no encontro. Por não dispormos de todo o material, limitar-nos-emos a transcrever as A questão das redes de computadores deve ser
palestras proferidas petos engenheiros Roberto do Couto e A. Didier Vianna. Quanto às palestras do focalizada também sob esse prisma. Essas redes
Presidente da TELEBRÁS e do Eng.u Roberto Hering, Diretor da EM BR A TEL, remetemos nossos lei interligam os computadores e os terminais,
tores ao nF set/out/79 desta Revista e aos Anais do V'III Painel da TELEBRASIL, realizado em Eoz do através de linhas de comunicações, devendo utili
Iguaçu. Nessas publicações encontram-se teses e informações apresentadas no encontro de Foz do zar a configuração e a arquitetura adequadas ao
Iguaçu que confirmam o entendimento e as medidas práticas que proporcionam a estrutura básica da nosso mercado, segundo uma visão de marke
integração telecomunicações e informática. ting.
Diversos fatores ligados ao mercado e à atuação
Palestra ministrada no Simpósio de Telemática e Indústria Nacional no Instituto dos setores envolvidos influem decisivamente na
Bennett, em 23 de outubro de 1979 utilização dessas redes no Brasil, e são merecedo
res, não apenas de citação, mas de medidas con
cretas para o encaminhamento das soluções.
Dentre esses fatores estão:
A convergência entre os setores de telecomuni Essas considerações conduzem à nascente indús — o custo elevado das linhas de comunicações,
cações de computadores apresenta dois aspectos tria nacional de computadores, idealizada e ope- atualmente, contando apenas com o oferecimen
fundamentais: racionalizada, de modo diverso da de telecomu to de canais de voz alugados na configuração
nicações. Esta indústria tem por base o desenvol ponto a ponto;
— o setor das telecomunicações, como usuário vimento, a produção e a comercialização do sis
de computadores, principalmente nas aplicações tema computador constituído de hardware — o custo elevado dos terminais, notando-se o
de tempo real, envolvendo supervisão e controle (UCP, terminais, entrada/saída, periféricos) e de uso indiscriminado de terminais síncronos e com
de sistemas de transmissão e de comutação; e software (básico e aplicativo), devendo-se adotar velocidades médias e altas, de maior preço que os
nesse processo uma visão, essencialmente, de assíncronos de baixa velocidade (a distorção, em
o setor de computadores, como usuário de te marketing. Qual seja, partindo-se do nosso mer termos de mercado internacional, é sensível, fre
lecomunicações, para a formação de redes de cado, isto é, dos usuários, procura-se o equilíbrio quentemente de sofisticação produzida pelo cha
computadores e de terminais interligados por li entre as necessidades desses usuários e os recur mado “ estado de arte” da tecnologia, impondo
nhas de comunicações, visando a distribuição sos humanos, tecnológicos, econômicos e so soluções estilizadas por parcela minoritária dos
otimizada dos recursos de hardware, de software ciais, considerando-se os resultados operacionais usuários nos países centrais de desenvolvimento);
e de comunicações, conforme os requisitos e as desejados. e I
necessidades de cada usuário.
Nem sempre o “ estado de arte” da tecnologia da — o tratamento nào-sistêmico dado ao proble
Embora caminhando para o emprego de uma informática em outros países encontra contra ma, pelo qual as diversas partes têm de ser mol
tecnologia comum — a microeletrônica digital partida exeqüível dentro da realidade nacional: é dadas pelo próprio usuário para admitirem uma
—, evidenciam-se vários pontos de contraste en preciso levar-se em conta nossas diferenças so operação baseada no conceito de sistema.
tre esses setores, principalmente sob os enfoques ciais, culturais e econômicas, com relação a ou
industrial e operacional. Pode-se notar que o em tros países, para aceitar uma aparente defasagem Em consequência, o teleprocessamento no Brasil
prego dessa tecnologia ocorre com velocidades tecnológica, atendendo, no entanto, às reais ne encontra-se elitizado, dele fazendo uso apenas as
diferentes nesses setores: a indústria de computa cessidades do nosso mercado. grandes empresas, capazes de absorverem os cus
dores de há muito já vem se utilizando dos com tos elevados em suas atividades operacionais.
putadores baseados nessa tecnologia, enquanto Costuma-se enfatizar, sobremaneira, os aspectos
os atuais sistemas de comunicações constituem- relativos à última palavra em tecnologia, sem no O que se pretende, e a Cobra já se encontra enga
se em um contexto essencialmente analógico, em entanto se comentar os aspectos relativos do nos jada nessa direção, é a introdução do conceito de
que a introdução da área digital fáz-se pouco a so mercado, tais como a relação custo/beneficio, uma rede hierarquizada de concentradores, ba
pouco e graças ao uso dos computadores como distribuição, manutenção e características do seada em mini e microcomputadores fabricados
elemento de controle e de supervisão. Por outro produto, entre outros, e às etapas não-românti no país, aos quais possam se interligar computa
lado, os serviços de comunicações são, em geral, cas de um processo industrial, dentre estas a pro dores e terminais, remotos e locais, síncronos e
regulamentados e padronizados, explorados pelo dução, propriamente dita, e a comercialização assíncronos*, conforme as necessidades de cada
Estado, em regime monopolista, tendo seus in dos produtos. É aí, e não somente nas fases de usuário. Essa rede tem a configuração indicada
vestimentos em longo prazo de maturação. Já a projeto e de desenvolvimento, que se sente os no diagrama em anexo, sendo resultante dos as
indústria de computadores nasceu sob um regime efeitos de um esquema de marketing, como pectos de marketing conceituados anteriormente.
- de forte concorrência, onde a agilidade de aten apontado para o sucesso do empreendimento.
dimento das necessidades do usuário é uma tôni Antes de tudo, porque a esses produtos incorpo
ca indispensável para a sua sobrevivência no rou-se a nossa realidade — mercadológica, tec
mercado. nológica e produtiva —, a partir da qual pode-se Roberto do Couto