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transformações qualitativas do próprio arca so produtivo e ao aprimoramento de qualidade metas sejam conhecidas, mas em que os mecanis
bouço social de que o homem é sujeito e objeto. de vida. mos de execução figurem claramente e represen-
tem apoio eficaz aos homens que deles irão
Estejamos, pois, preparados para enfrentar as
Considero mesmo aconselhável que na falta de servir-se.
tensões, os impulsos desordenados e as forças
uma política global devidamente explicitada, to
despreendidas desse processo de transformação me o Governo dos países em desenvolvimento a Quanto ao outro obstáculo citado, a fragilidade
social, que balançarão hábitos e regras de convi iniciativa de formular uma política para os seto da infra-estrutura industrial e comercial, caracte- J
vência social, que deslocarão para estruturas di res científicos e técnicos dedicados à tecnologia rizantes dos países em desenvolvimento, res- i
ferentes o sistema produtivo prevalescente e im da informação. Até porque, a conquista deste salte-se a importância da dependência da tec
porão novos contornos ao quadro político aceito campo induzirá o avanço dos conhecimentos nologia da informação ao universo industriale
no chamado pacto social vigente. Estejamos pre próprios a outros setores. comercial existente. Um país sem uma indústria
parados para compreender que a conquista e a razoavelmente desenvolvida na área da mecânica (
utilização das tecnologias da informação forma Ademais, se um país em desenvolvimento incor fina, na de componentes eletrônicos, na de dis- j
rão a alavanca mais poderosa dessas transfor pora o processo de substituição de importações positivos eletromecânicos, na de comunicações e
mações e deverão, para beneficio de todos, ser o ao instrumental de incentivos à criação de uma com pouca experiência de comercialização inter- f
objeto do controle da sociedade e do Estado. indústria de informática (insumos básicos de na e externa, para citar as limitações mais impor- !
grau eletrônico, componentes, equipamentos e tantes, enfrenta sem dúvida obstáculo não des- \
Na perseguição da obtenção das tecnologias da programas), tomou ele uma decisão política de prezível para a realização de sua autonomia nos ,
informação — indispensáveis, para enfatizar caráter claramente autonomista, a qual tem que campos considerados estratégicos da tecnologia j
mais uma vez, ao crescimento econômico e ao ser acompanhada de medidas consistentes e in- da informação. j
desenvolvimento sócio-cultural de um país — a centivadoras da criatividade científica e tec
sociedade se depara, entretanto, com obstáculos nológica nacional. Por isso mesmo, uma politica.de informática tem
de natureza interna e externa. que levar em conta essa realidade e buscar al
cançar seus objetivos num esquema de priorida
Agregue-se a esse empenho a orientação no senti
3. Fatores Limitativos e Formas de Superá-los do de que seja ativada a transferência de tecnolo des, estabelecido pela orientação governamental
para a indústria e para o esforço exportador do
gia exógena, em condições técnicas e financeiras
No tocante às limitações próprias aos países em vantajosas ao empresário nacional. país. Ao tomar a decisão de que determinados
desenvolvimento, surge, a meu ver, como a mais segmentos da tecnologia da informação devem
visível e expressiva a insuficiente capacitação do A substituição de importações na área dos equi estar sob controle nacional, os governos dos
complexo científico-tecnológico. Os outros fato pamentos, dispositivos e programas empregados países em desenvolvimento assumem o compro
res limitativos, da maior significação, são a fra no processamento da informação e na sua difu misso político e social de viabilizar as indústnas
gilidade da infra-estrutura industrial e comercial, são (comunicações) dificilmente gerará, por si que fornecerão os produtos dessas tecnologias
a influência preponderante das transnacionais, e, só, tecnologias da informação, a exemplo do que As consequências dessa posição vital sobre os de
finalmente, a ausência de uma política coerente sucedeu, na maioria das vezes, em outros setores mais setores industriais e atividades comerciais,
de informática. industriais. controlados por capitais nacionais e estrangeiros,
serão necessariamente avaliadas â luz da resposta
Não pretendo oferecer receitas específicas para O Estado deve assumir a responsabilidade por que darão à oferta da indústria de informação
minimizar ou eliminar esses obstáculos, fixando- sua implantação, dinamização acelerada e pela nacional.
me em considerações de caráter genérico, mais transferência de seus resultados, delegando go
próximas ao conceito de estratégia, pois cabe a empresário a função de escolher e utilizar em Com essa visão política e econômica do proble
cada país a função, inerente á ação governamen seus processos industriais as técnicas mais ma, cabe considerar os obstáculos que as compa
tal, de adotar as medidas especificas que melhor aplicáveis ás condições do mercado. Tal postura nhias transnacionais podem representar para o I
atendam aos seus interesses. vem sendo adotada em muitos países desenvolvi desenvolvimento tecnológico nacional. A litera
dos, temerosos de se encontrarem, na corrida ele tura, os estudos e pesquisas existentes, produzi
A fraqueza do complexo científico-tecnológico trônica, em posição desvantajosa em relação aos dos por iniciativa privada, oficial e pelos organis
advém, na grande maioria dos países cm desen seus parceiros de afluência. mos internacionais, poderiam dispensar-me de
volvimento, dc condições históricas pre abordar o tema, pelo receio de tornar-me repeti
existentes ao momento que vivemos. Domina as Ao empresário, nos paises cm desenvolvimento, tivo e nada imaginativo.
o aspecto econômico: nitidamente a dependên caberá, além desse aporte indispensável, a res
cia do sistema produtivo desses países á tecnolo ponsabilidade dc compreender a importância es Conquanto todos esses argumentos atendam,
gia desenvolvida no exterior. tratégica das tecnologias da informação que eyentualmente, ao desejo deste importante au
obtém do exterior ou dos centros e institutos na ditório, ouso falar sobre o assunto, movido pela
As atividades primário-exportadoras, predomi cionais. Essa compreensão coloca-o na obri convicção de que os governos da maioria dos
nantes no inicio da formação do sistema produti gação dc esforçar-se no sentido de ajustar e apri paises cm desenvolvimento não puderam, ou ma
vo dos países em consideração, apresentavam morar a tecnologia recebida, como forma não nifestaram pouco empenho em estabelecer regras
mínimas solicitações à inovação e á criatividade somente de fortalecer sua empresa, mas, princi de convivência entre o comportamento dessas
interna de tecnologia. Em seguida, para ser breve palmente, de participar dos custos sociais do de companhias e os interesses nacionais de seus po
na análise, mas alertado para o salto no tempo, a senvolvimento tecnológico informacional do vos.
formação do parque industrial, mediante a im pais.
plantação do sistema de substituição dc impor Liberadas de obrigações que respeitem os objeti
Na grande maioria dos países cm desenvolvimen
tações, não só deixou dc suscitar estímulos ao vos nacionais, somente definíveis pelos próprios
to, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico
desenvolvimento tecnológico endógeno, como países hospedeiros, as companhias transnacio
ainda padecem de uma orientação extremamente
representou um significativo desestimulo a essa nais operam e operarão exclusivamente de acor
influenciada pela tradição acadêmica, no que
atividade. do com os objetivos globais fixados além frontei
respeita à ausência natural do espírito empresa
ras. Nem sempre esses objetivos se coadunam
Eis porque os paises cm desenvolvimento, adep rial da atividade. Acredito que os núcleos de pes
com as metas fixadas nos programas de desen
tos dos instrumentos da substituição de impor quisa e desenvolvimento criados, ou já voltados
volvimento, ou explicitadas não programatica-
tações, como forma mais viável c rápida de seu para a tecnologia da informação, necessitam
mente, pelos governos que lhes abriram as fron
crescimento econômico, lastreado no surgimento estruturar-se, organizar-se e submeter-se a um ti
teiras.
c na fixação de uma indústria interna, devem po de gerência que busque dirigir seus trabalhos
compreender a imprcscindibilidadc dc comple com objetivos específicos, explicitados e estima ara que esse sistema de parceria produza os fru-
mentar essa política, com o esforço ordenado, dos financeiramente em programas adaptados às )s esperados por ambas as partes, reconhece-se
dinâmico c intenso do Estado, no sentido de for grandes metas do progresso tecnológico, econô oje, universalmente, que os parceiros devem
talecer o complexo científico-tecnológico. A esse mico e social do país. ncontrar-se em pé de igualdade.
esforço somar-se-á o apoio do empresariado na
cional. Para que isso ocorra de forma permanente e crie ^sta igualdade, entretanto, vai resultar da identi- [
a compreensão de que não se pretende limitar a icação inicial das condições de desigualdade
Para tanto, pressupõe-se que seja formulada livre especulação e a criatividade dos pesquisado m seguida, do estabelecimento, penoso t
uma política geral de desenvolvimento cientifico res e técnicos, há necessidade da existência de ossivel, de critérios equitativos para o trata-
c tecnológico adequada às solicitações do proces uma politica de informática, em que não só as lento de situações de natureza diversa. Se pre\a