Page 9 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1974
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Em 1923, iniciou-se a fabricação de material de O Brasil não procede de modo diferente e o Exér
transmissões na Oficina do Serviço Telegráfico, ho cito, coerente com a sua destinação constitucional,
je Fábrica de Material de Comunicações, cuja tradi não está acomodado com a situação atingida no
ção de produzir equipamentos pioneiros até hoje se presente e, com obstinação, comporta-se como um
mantém. organismo dinâmico planejando o futuro, cônscio
das responsabilidades que dia a dia se lhe somam.
Para tanto, grandes esforços estão sendo envidados,
Nos dias correntes, estamos emprenhados no reapa- a fim de que a eletrônica e as telecomunicações
relhamento de nossa força terrestre, com vários
venham a propiciar o eficiente apoio ao cumpri
objetivos já conquistados. Temos estruturadas as mento das missões reservadas ao Exército. Através
comunicações de campanha, com a utilização de
da ampliação do atual Serviço Rádio, projeta-se um
equipamentos projetados para as mais diversas apli sistema de telecomunicações integrado com telefo
cações, divididos em sete grupos distintos, consoan
nia, telex, transmissão de dados, fac-símile e televi
te seu emprego tático. Em perfeita operação, o são, empregando meios de transmissão, de alta con
Serviço Rádio do Ministério do Exército conta com
fiabilidade, utilizando técnicas digitais de multiple-
sistemas privativos em HF, complementado por ca xação e equipamentos de proteção à informação.
nais do Sistema Nacional de Telecomunicações.
Dispomos de centros de processamento de dados e Em futuro não distante, as possibilidades de uma
pretendemos implantar um sistema em âmbito na nação serão definidas por um desenvolvimento
cional. Utilizamos sofisticados equipamentos de comparativo em algumas tecnologias essenciais:
controle e direção de tiro, que pela busca de infor energia nuclear, aeronáutica, aquanáutica, transpor
mações, deteção de alvos, processamento e coman te terrestre de massa, a alimentação, a psicomedici-
do automático de peças de artilharia, dão-nos a ra na e a eletromédica.
pidez de resposta e a precisão necessárias. Procura
mos com a implantação de sistemas de vigilância e Em todos esses campos, a eletrônica é o fator co
mum que mede, informa, controla e facilita a to
rastreamento de mísseis, atualizar nosso Exército e
permitir comp>ará-lo aos Exércitos modernos. mada de decisão adequada.
Dessa maneira, a eletrônica está presente na etapa
Permanecemos gerando recursos humanos através
dos estabelecimentos de ensino, de formação e pós- da geração de bens de qualquer tecnologia, bem
como nas telecomunicações que possibilitam o
-graduação, para suprir as necessidades próprias e
trânsito de informações e ainda na ciência da com
3a indústria nacional, cujo desenvolvimento propi putação, a qual fornecerá as ferramentas necessá
cia a nacionalização de nosso equipamento e a tão rias ao estudo, avaliação e decisão, em qualquer
necessária independência tecnológica, liberan campo tecnológico.
do-nos de importações, quase sempre indesejáveis à
manutenção da Segurança Nacional. Mantemos em Sendo a Eletrônica ferramenta básica e pertinente a
funcionamento e em constante ampliação um Insti ciência gerencial, é fator indispensável ao poder de
tuto de Pesquisa e Desenvolvimento, no Rio de Ja
neiro, o qual realiza pesquisas básica e aplicada, cisório de qualquer nação progressista.
voltadas para o campo militar.
Sensibilizado para o magno DESAFIO, o Exército
intenta colaborar com sua parcela, de modo § per
A Fábrica de Material de Comunicações produz seguir a imprescindível tecnologia, a ser atingida,
protótipos e equipamentos específicos do Exército, através de uma política de pesquisa e estudos apli
-ealiza desenvolvimento e acompanha a fabricação cados ao campo militar, somente realizável pela co
de outros na indústria civil. Vale ressaltar a contri munhão de esforços — governo, empresas, povo, —
buição que essa fábrica dará ao país ao produzir e por instrumentos governamentais de orientação,
cristais osciladores de qualidade internacional, pa que criem efetivo pólo gerador de riqueza, progres
drão — "M IL SPEC" — com o aproveitamento das
so e bem-estar para toda a Nação.
reservas nacionais de cristais de quartzo. Propiciará,
em consequência, grande economia de divisas para
Realmente, um indivíduo é consequência de sua
o Brasil, posto que exportamos o minério por apro-
* madamente Cr$ 3,50 (três cruzeiros e cinquenta cultura e inteligência e uma nação, de sua tecnolo
gia. Urge a criação de um FUNDO DE PESQUISA
centavos), e o importamos, sob a forma de compo-
r e n t e e l e t r ô n i c o , ao preço médio de DE ELETRÔNICA, o qual permita a organização
de uma Entidade, estruturada como empresa, com
Cr$ 14.000,00 (quatorze mil cruzeiros), o quilo,
LABORATÓRIOS PADRÕES de ENSAIO e PRO
correspondente a uma razão* de um para quatro
VAS, capacitada a realizar e orientar a investigação
mil.
da matéria prima e do material, a estudar, criar e
coordenar técnicas, sistemas e métodos gerenciais.
O crescimento demográfico vertiginoso, a cobiça Capaz de criar e manter a tecnologia eletrônica, a
-ternacional por espaços vazios, consequência da TECNOLOGIA DE DECISÃO, em termos brasilei
uta pela sobrevivência, obrigam os exércitos, em ros para o fortalecimento do Poder Nacional, com
oarticular dos países em desenvolvimento, a prepa- um Exército que, modernizado pela Eletrônica, de
-arem-se para a defesa da soberania de seu territó sestimule os que, porventura, intentem contra a
rio. soberania Nacional.