Page 4 - Telebrasil - Maio/Junho 2003
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PI N IÃO



            Byrro - No Brasil, a Siemens sempre   concentradas no Capex, as operadoras   mn diretor específico para exportações
            esteve fortemente apoiada na parte de   agora  estão  mais  concentradas  no   e nossa meta para os próximos dois anos
            computação, área que sofreu uma va­  Opex.  Elas precisam realizar o pay-   é  que  20%  do  nosso  faturamento
            riação muito grande nos últimos anos.   back do investimento, reduzindo for­  venham através de exportações.  Seria
            Entre 1999 e 2001, atelefoniafixa do­  temente  seus  custos  operacionais  e   mna evolução  substancial, já  que,  no
            brou  a  planta,  com  as  três  grandes   ampliando o  leque  de serviços.  Para   ano  passado,  essa  proporção  foi  de
            incumbents  instalando  entre  8  e  9   isso, as operadoras precisam investir   menos de  10%. Além de tudo, é mna
            milhões de terminais por ano. Depois   fortemente na modernização das cen­  contribuição para o esforço de equilibrar
            dessa época dourada, a demanda re­  trais,  que  muitas vezes  contam com   a balança de pagamentos do País.
            primida foi  totalmente  coberta  e  os   softwares  desatualizados.  Estamos
            novos  investimentos ficaram baixís­  participando intensamente desse seg­  TB - Há novidades no front dos con­
            simos. A produção de tenninais fixos   mento, fazendo, por exemplo, a manu­  tratos de infra-estrutura?
            no  País  caiu  de  5  milhões  em 2001   tenção e parte da operação da rede da
            para menos de 500 mil este ano e con­  Telemar.                  Byrro  -  Com  os  contratos  que  já
            tratos de R$ 40 milhões com opera­                               temos com a Oi e a TIM, a Siemens é
            doras fixas já são considerados gran­  TB  -   A  Siemens  anunciou  recente­  responsável por cerca de mn terço da
            des hoje em dia. Por outro lado, tive­  mente um investimento de R$ 42 mi­  infra-estrutura GSM existente hoje no
            mos a chance de finalmente entrar em   lhões na produção de tenninais fixos   País. Além disso, estamos em fase fi­
            telefonia móvel através do  SMP em   em Manaus (AM). Há demanda para   nal  de  negociação  com  a  Telecom
             1,8 GHz. E outras oportunidades estão   este tipo de aparelho?  Américas para implantar a rede GSM
            surgindo,  principalmente  em banda                              do consórcio em São Paulo.
            larga e redes de nova geração.   Byrro  -  Estamos investindo tanto  na
                                            produção  de tenninais fixos com fio   TB  - E  em relação  às  outras  opera­
            TB - O Sr. pode detalhar essas novas   quanto sem fio. Em relação aos tenni­  doras celulares que devem migrar do
            frentes?                        nais fixos  com fio,  só  a fábrica bra­  sistema TDMA?
                                             sileira produz atualmente esse produto.
            Byrro - Em relação às soluções con­  Acreditamos que, em médio ou mesmo   Byrro - Conversamos com todas, mas
            vergentes, queremos consolidar uma   em curto prazos, haverá no mercado a   a decisão é de cada mna. As conversas
            posição de liderança no mercado lo­  tendência de substituição dos tenninais   estão  mais  adiantadas  com a Brasil
            cal.  Estamos  apresentando  soluções   com fio pelos sem fio. É mna demanda   Telecom.
            completas de voz e dados, incentivan­  que está reprimida somente pelo preço
            do a migração da telefonia convencio­  do aparelho, que ainda é alto, mas logo   TB - Como o  Sr. encara esse recente
            nal e  atraindo corporações que este­  haverá maior procura.     movimento dos defensores da tecno­
            jam  interessadas  em melhorar o  de­                            logia CD MA no Brasil?
            sempenho e reduzir seus custos.  Te­  TB - E em relação à telefonia celular,
            mos  cerca  de  100  mil  clientes  no   como o  Sr. vê o desenvolvimento da   Byrro - É algo bem natural.  O GSM
            segmento corporativo, com uma fatia   Siemens nesse setor?       chegou forte aqui e eles querem reagir.
            de cerca de 15% desse mercado. Ago­                              A competição ficou bem equilibrada,
            ra,  a  próxima  grande  demanda  no   Byrro  -  Avançamos  muito  rápido.   já que a Vivo, que é CDMA, tem prati­
            Brasil é ADSL e devemos investir na   Saímos  do  zero  ano  passado  e  hoje,   camente metade do mercado.  Mas,  o
            produção  destes  equipamentos  em   considerando  o  mercado  GSM,  pro­  GSM está em quase 80% do mundo.
            nossa fábrica de Curitiba (PR). Apesar   duzimos mais de 50% dos handsets do   É mna força mundial e não mna tec­
            de ainda estar restrito a áreas de maior   mercado brasileiro. Já vendemos cerca   nologia européia, como alguns quise­
            poder aquisitivo, este mercado é mui­  de  1,5  milhão  de  terminais  e  acre­  ram crer. Agora, o que é inaceitável é
            to importante.                  ditamos ficar com metade do mercado   quebrar regras  num jogo já definido.
                                            desse  segmento  este  ano,  que  calculo   Isto afugenta investidor. Não  se pode
            TB  - E  a tendência de  terceirização   em cerca de 3 milhões de unidades. A   é mn entendimento jurídico que qui­
            das redes das operadoras?       próxima meta agora, é incrementar as   seram dar ao serviço de caráter secun­
                                            exportações de tenninais móveis para   dário e usar aquilo para poder, no fun­
            Byrro - E um movimento claro, por­  a América Latina e, de fonna pontual,   do, operar redes de telefonia celular em
            que  depois  de  passar  muito  tempo  para a Europa e Estados Unidos. Temos  caráter principal.  Isso  é  mn absurdo.
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