Page 23 - Telebrasil - Abril/Maio 2002
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                                           Por sua vez, Renato Furtado, presidente   indústria que aumentar o índice de naci­  23
               ser revistas  para  dar  com­  da Lucent, lembrou que exportar produ­  onalização de seus produtos.  TELEBRASIL/abril-maio
      petitividade  ao  produto  acabado  de   tos  de  telecomunicações  está  entrelaça­  Na visão  de  Ricardo  Bloj, presidente
     nossas  empresas.                   do  a  importar  insumos.  O  País  ainda  é   da Solectron, o Brasil conta com um mer­
                  Indústria              burocrático -  são mais de 15 passos para   cado consumidor considerável, tem uma
       Num  discurso  maduro, a indústria se   abrir uma empresa -  e a carga tributária   base industrial diversificada e lei  de in­
     pronunciou.  Ao  analisar  a  conjuntura,   que recai sobre os serviços é absurda, um   centivos à produção local. Falta fomen­
     Paulo  Castello  Branco,  presidente  da   ponto de vista compartilhado pelo presi-  tar  o  consumo  para  as  classes  menos
     NEC, disse que o setor aplicou RS  17,5                                  favorecidas  e  promover  mais  acordos
     bilhões no  ano passado e estimou entre                                  bilaterais  internacionais  para  CEM
     RS 12 bilhões e RS 15 bilhões o investi­           "A                    (contract electronic  m anufacturing),  em
     mento  para este  ano. Queixou-se  ainda                                 que o Brasil figura com somente 5% do
     da alta carga tributária que onera o Bra­  microeletrônica               mercado  mundial.
     sil, estimada em 33% do PIB.                 é a vilã da                  -  E mais barato importar ERBs (es­
       Quanto  às operadoras  de  telecomu­                                   tações  radiobase)  do  que  fabricá-las
     nicações,  elas  só  irão  investir  quando   balança  de                localmente  -   registrou  Rogério  Fur­
     houver  expectativa  de  um  retorno  rá­                                tado,  diretor  industrial  da  Abinee.  O
     pido  do  capital.  Frente  às  novas  tec­  pagamentos"                 empresário José  Ripper,  da  AsGa, foi
     nologias, o modelo para os fornecedores                                  ao  coração  do  assunto  e  disse  que  ao
     mundiais é distribuir a competência en­                                  Brasil  não tem componentes eletrôni­
     tre os países. A estratégia  do século XX                                cos  porque  não  detém  a tecnologia”.
     da construção local do hardware mudou.   dente da Abinee, Carlos de Paiva Lopes.
     Uma filial multinacional não produz mais   —  O  Brasil  não  só  deve  acelerar  suas
     tudo, localmente.                    exportações  como  também  ser  a  plata­
       Valerijones  Seivalos  Jr.,  da  Qual-   forma para o lançamento de produtos ele­
     comm,  lembrou  que  há  uma  distorção   trônicos para  a América Latina -   disse
     na  nossa  política  de  importação  ao  se   Gabriel Marão, vice-presidente da Philco
     taxar componentes em  quase 40% e os   Itautec.  O  executivo  advogou  a  conces­
     equipamentos  acabados  em  9,1%.    são  de  créditos  tributários  premiando  a
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