Page 5 - Telebrasil - Março 2002
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Opinião: Luiz  Eduardo  Falco





            Vamos infernizar a  concorrência "




         0  presidente da  Oi,  braço  wireless da Telemar,

         se diz bom  de  briga e garante que só  agora  a

         competição  começou  pra valer.


         Construir  uma  empresa  que  vai  do  Rio  de Janeiro  até  os
         confins  da  Amazônia  certamente  não  é tarefa  simples.
          Levando-se  em  conta  que  o  empreendimento já  convive  com

         vários  concorrentes  estabelecidos  em  diferentes  estados  e
         outro  gigante  (a  TIM)  por vir,  pode-se  ter  idéia  do  tamanho

         da  encrenca.  Foi justamente  o  que  atraiu  o  paulistano  Luiz
          Eduardo  Falco,  41  anos,  para  o  mercado  de telecomunicações,
         depois  de  20  anos  atuando  no  setor  aéreo.  Falco  contou  que,

         depois  de  formado  em  engenharia  pelo  ITA,  chegou  até  a                                          TELEBRASIL/março
          projetar foguetes.  "Não  continuei  porque  não  era  divertido,
                                                                                      “Ainda  não
          não  lidava  com  gente",  brincou.  Depois  foi  para  a  TAM,  numa
         época  em  que  "não  havia  mesa,  telefone  ou  hangar,  só  oito
                                                                                     vi  nenhuma
         bandeirantes  e  três turbo-hélices".  Saiu  de  lá  no  final  do  ano
                                                                                      antena  da
          passado  como vice-presidente  de  Marketing e  Comercial de
          uma  empresa  gigante.  Entusiasmado  e  sem  papas  na  língua,
                                                                                          TIM ”
          Falco  se define  como  um  especialista  em  "cliente,  mercado,
         entendimento  de  problema  e  busca  insana  de  soluções".


          TELEBRASIL -  Como estão os prepa­  para  iniciar  a  operação.  No  final  deste   neiro, quatro empresas vão competir em te­
         rativos para entrada em operação da Oi?  ano, serão 3 mil torres e 4 mil até dezem­  lefonia móvel. Há espaço para todas ou tal­
         Falco -   Estamos  em  business simulation   bro  de  2003.  Além  disso,  temos  vários   vez uma delas acabe ‘jogadapara escanteio’?
         desde  l.°  de  fevereiro,  o  que  significa   planos de atuação  na gaveta.  E só  puxar   Falco -  Acho que o mercado suporta mui­
         que  desde  então  podemos  entrar  em   um na hora e mandar bala.   ta  fragmentação,  mas  também  bastante
         operação a qualquer momento.  Depen­                                 consolidação. Se irá ter espaço ou não para
         de  só da  análise  de  antecipaçao  de  me­  TB — Então,  você espera que a  Oj  inau­  todos  vai  depender  somente  do  modelo
         tas da Telemar por parte da Anatei. Mas   gure o GSM no Brasil?      de  negócio  criado  pelas  operadoras,  pois
         isto  não é  problema, pois  a Telemar se­  Falco -  Isto só depende do Governo, mas   para  ficar  vivo você  tem  que  pagar  suas
         gue  as regras,  faz tudo certinho.  estamos fazendo nossa parte. Em termos   contas.  Esta é uma indústria muito nova,
                                            de licença,  as  duas novas operadoras es­  que  tem  aprendido  umas  coisas  relativa­
          TB — Depois que a autorização tiver sido   tão no mesmo barco,  porém,  na prática,   mente  óbvias.  Na  entrada  da  Banda  B,
         dada, em quanto tempo a empresa pode se  não  é  bem  assim.  Eu  ainda  não vi  ne­  por  exemplo,  a  Banda A usou  exclusivi­
         lançar?                            nhuma  antena  da TIM.            dade de ponto de venda como barreira de
         Falco  -  No  dia  seguinte,  pois já  temos                         entrada.  É  uma coisa jurássica,  que  não
         instaladas  as  1.500  torres  necessárias  TB -  Em alguns estados, como o Rio de Ja­  tem sustentação a longo prazo.
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