Page 30 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 2001

I Infra-Estrutura

Como cobrar? O desafio do b i l l i n g

Pinheiro da Fonseca

No eixo das mudanças da economia das telecomunicações reside a questão básica

determinar quem vai cobrar, o que, como e onde em relação aos novos serviços

de telecomunicações.

oni a chegada da mobilidade dos sis­ Quanto aos operadores celulares, eles de­ do. O s h o p p i n g c e n t e r

temas sem-fio, da multimídia produ­ vem ajudar os provedores de conteúdo a eletrônico poderá, ou

z a pela digitalização c do acesso ge­ efetuarem sua cobrança, ainda que pos­ não, cobrar uma taxa

neralizado à informação facultado pela In­ sam ser remunerados por isso. de entrada de um cli­

ternet, o cenário econômico das telecomu­ Muda o modelo ente em potencial que

nicações está mudando rapidamente. Tony Ash, da British Telecom AIliance o visita, talvez, pela

O velho modelo da telefonia tradicio­ Engineering, alertou que o modelo das te­ primeira vez.

nal, no qual a operadora cobra de “seu” lecomunicações está passando da comu­ Num s h o p p i n g ele­

usuário o serviço prestado, migra da velha tação de circuitos para um outro, no qual trônico, o cliente pode­

economia - o que vale c o tempo da cone­ vai predominar a mobilidade e a faixa rá apenas ver o que

xão - para um novo modelo onde vai pre­ larga, trazidas pela tecnologia de existe ou se dirigir a

dominar o contexto dos parceiros que par­ terceira geração. uma loja virtual - que Pastor: billing do

ticipam do processo: o caso da Internet Com todo tipo de informação reduzida poderá ser grande ou CPqD é emergente

móvel ou do comércio eletrônico. a pacotes que transitam à vontade pela pequena - para adquirir algo. Uma pe­

Segundo os especialistas de b i l l i n g , já rede, a dificuldade passa a ser como co­ quena loja virtual poderá não ter um so­

dá para perceber o ritmo da mudança brar por um conteúdo diversificado, fisticado sistema de faturamento e cobran­

quando na Internet atual é cobrada uma carreado numa rede de pacotes. No cora­ ça. Nesse caso, o s h o p p i n g eletrónico po­

tarifa fixa para um uso limitado das facili­ ção da questão, reside uma pergunta: derá fazer a cobrança, em troca de um per­

dades. No modelo da Internet participam quem deve apresentar a conta ao usuário? centual do faturamento da loja.

novos e velhos atores econômicos, reconhe­ O que leva o mercado a questionar sobre - Em resumo, a questão central no novo

ce o mercado. quem é o dono do usuário. modelo de negócios, via Internet, é onde

O mercado para b i l l i n g é complexo. Há - Uma nova rede das telecomunicações reside o dinheiro, quem o recolhe c como

os fornecedores e integradores de siste­ pode ser comparada a um s h o p p i n g c e n t e r isto é feito - conclui Tony Ash, explicando

mas. Há os fabricantes de terminais e sua eletrônico - disse Tony Ash. que surge o conceito de venda pela rede.

rede de distribuidores c de pontos de ven­ Um cliente qualquer chega ao s h o p p i n g Basta o cliente concordar, em tempo real,

da. H á os provedores de acesso e trans­ de táxi, cujo serviço precisa ser remunera- com uma cobrança, significando que ha-

porte. Há os provedores de paga­

mento, de conteúdo, de serviços, Faturamento Descrição Características

de patrocínio e de b a n n e r s publi­

citários. Cobrar e Operadores A e B cobram seus Simplicidade; não há pagamento

- Hoje, tudo que puder ser guardar clientes que geraram a entre operadores; supõe tráfegos

digitalizado, tomado móvel ou chamada e ficam com o iguais.

dinheiro.
personalizado, assim o será - dis­

se Dag Aberg, da EHPT, empre­

Contabilidade 0 operador, que tem o cliente Precisa haver conhecimento de
sa de s o f t w a r e que resultou da
direta final, acerta com todos os todos atores; difícil é reconhecer

parceria efetuada entre a Ericsson outros atores da chamada. as rotas utilizadas.

sueca c a Hewlett-Packard nor­

te-americana. Contabilidade de Cada operador declara aos 0 acerto entre operadores é

Para ele, é um mito achar que rotas e tarifas demais o que lhes deve e esses posterior â chamada; tarifas

todo serviço na Internet pode ser verificam se concordam. acertadas a longo prazo.

de graça ou que o sucesso virá para

quem tiver a maior base de clien­ Em cascata Cada operador da cadeia de Basta conhecer o próximo
comunicação paga aos operador na cadeia de
tes. O cliente Internet estará sem­
subseqüentes. transmissão; mais fácil de que
pre disposto a pagar pelo valor
mudar preços.
efetivo - uma palavra-chave -

que é adicionado ao serviço. fonte: World Billing Forum 2000 - RJ