Page 62 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1998
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Recursos Humanos
0 d e s a f i o d a t r a n s i ç ã o
Augusto Góes
A nova realidade das telecomunicações inclui mudanças profundas no mercado
de trabalho. Governo, empregadores e funcionários devem adotar novas posturas.
O hm do m onopólio c início da ferência de conhecimento e uni pedaço para a expansão, com a mesma qualidj.
pensante da organização vai embora",
de de mão-de-obra já conseguida atra
livre concorrência, dcsrcgula
vés de processos seletivos. Baccaro ten
afirma Maior integração entre os órgãos
mentaçáo dos serviços, desen-
vol\imento de novas tecnologia estão em de formaçãoc utilizaçãodc máo-de-obra. ta resumir a situação geral do mercado e
ritmo nunca antes presenciado. Transi assim como investimento cm projetos apontar tendências: ~\ grosso modo,di
ções bruscas vêm ocorrendo no universo editoriais que documentem experiênci ria que metade da mão- de- obra está
das telecomunicações do Brasil, sem o as importantes são algumas djs ações qualificada, um terço necessita de re
necessário c simultâneo acompanha necessárias para reverter o quadro. ciclagem imediata e o restante náo tem
m ento de ações de adequação da mão- aproveitamento direto". O especialista
_________ Capacitação_________
de-obra existente e dos processos de for aposta ainda em fenômenos como demis
mação. A conclusão é de experrs da área, sões em massa, redistribuiçâo interna de
recursos humanos em tclecom, que iden O advento da competição em larga pessoal e importação momentânea de es
ê> tificam como possível consequência o escala no setor de telecomunicações trangeiros. seguida de recontruração de
prejuízo na evolução do setor, seja no obriga as empresas a implantar no\ as cs- mão- de- obra local reciclada para o cum-
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/9 volume, abrangência, ou qualidade dos truturas operacionais para garantir a so primentodas metas preestabelecidas.
z
e serviços. Walier Turloni, da lYomon Kral- brevivência no mercado, e tal processo
-d exige o mapeamento dos recursos dispo Perfil do novo profissional * •
v do Montcnegro, diretor da Treinar Dc-
o níveis. Na área dc RH, a av aliação cai
n senvolv imento Gerencial e Archimedes sobre a capacitação da mão-de-obra já Waltcr Turloni e Ldgard Rodrigues,
Telebrasil Administração, discutem as causas do existente. Segundo \rchimedcs Bacca ambos da Promon. elaboraram uma l i s
Baccaro, diretor da Cetro Consultoria c
ta de comportamentos valorizados nos
ro, apenas parte dela estaria qualifica
problema e apontam alternativas para
profissionais em geral:
superar as deficiências em UI I.
vatizadas seria mais delicada.
Para Eraldo Montcnegro, uma das da. e a situação nas empresas recêm-pri- • Flexibilidade - é a capacidade para
principais falhas na formação profissio “Nas ex-estatais, apenas a mão-de- compreender situações nov as e adaptar
nal ê a escassez de registros escritos de obra relativ a aos postos de trabalho com práticas existentes 3 novas realidades.
experiências anteriores: os talentos bra perfil mantido ou a relativa aos profissi • Trabalho cm time - é importante man-
sileiros mudam de empresa ou vão para onais que se antecederam cm recicla ter-se acessível e disponív cl à equipe, de
o exterior sem deixar vestígios nos luga gem no passado estão qualificadas". Já monstrando interesse de somar esforços.
res por onde passaram. nas empresas recém-formadas, a princi • Comprometimento c participação -
“Quando isso acontece, não há trans pal dificuldade seria aumentar o quadro também entendidos como responsabi
lidade e iniciativa, é sentir-se envolvido
com a organização.
Em busca da empregabilidade • Convivência com a ambiguidade
- enfrentar emoções conflitantes, situa
\penas 159F das pessoas que re formação profissional, pautada no ções não-estruturadas ou relações ditu
correm a agências dc emprego con conhecimento sobre nov as tecnolo s j s entre pessoas ou grupos. c
seguem ser cadastradas como m e gias e na restruturação produtiva • Relacionamento interpessoal - I13'
recedora dc oportunidades dc tra em vigor" — opina. bilidade de interagir, conviver e comum
balho. tendo condições dc ingres No topo da pirâmide, executivos car-sc adequadamente, mantendo cor 1
sar ou remgressar no mercado. Ape também estariam começando a ser alidade, empatia e profissionalismo.
sar desta realidade sombria, José treinados para lidar com os novos pro • Papel dc em preendedor - cJPacl
Luiz Vallc, diretor da M arkctrain- fissionais. “( .ursos dc extensão em ne dade de gerar novas ações, c mesnio de am
ning. consegue identificar avanços. gócios voltados para o perfil cultural pliare l>cm conduzir os negócios atuais
“Hoje, já existe uma considerável brasileiro, a exemplo dos promovidos • Liderança - característica toais com
parcela de trabalhadores conscien pela l KRJ, são raios dc sol cm meio à plexa; inclui as habilidades dc pcrccj
tes d i necessidade em investir na tempestade", conclui Vallc. çáo, administração de conflitos, tornpf
ensão de si e dos outros.