Page 58 - Telebrasil - Julho/Agosto 1998
P. 58
Ú L T I M A P Á G I N A t
maior beneficiária Estes méritos são exclusivos do Si
íistemaTfe^
Obrigado, Telebrás. e reconhecê-los é mera questão de justiça
Entretanto, o modelo estatal, viemos a saber rnais taitu
Obrigado, Serjão. continha dentro de si o germe de sua própria deterioração j •
n reados da década de 70 o Sistema Telebrás começou a ser \ítim^u
seu rápido sucesso: sendo, talvez, a unica área verdadeiramJf
Gilberto G. Garbi *
sólida em tomos econômicos dentro do Governo. passou a tg-^7
de seus recursos desviados para cobrir déficits de outros seta»
m 29 de jullio. todo o País acompanhou com interesse o fim de
E uma importante eradas telcconiimkagõcs brasileiras e o nasri- ftrdeu-se o FNT, embora os consumidores continuassem a pa©^
mas não se parou nisto. Com a ascenção dos políticos, as empre^
mento de um novo período de justificadas esperanças: o Siste
ma'Telebrás, honrosamente, extinguiu-se e seu lugar foi ocupado por foram usadas, em maior ou menor grau.como instrumentos de dis
umgrupode operadoras jaivadas das mais diversas origens. puta de poder e. não raro. para coisas muito piores. Até os rccuiy*
A imprensa deu ampla cobertura aos fatos e os cidadãos co proprios, gerados intemamente e não onerosos ao Tesouro público
muns |)erguntaram-se sol ire o que poderiam esqierar em termos de tiveram sua aplicação caceada pelos malsinados Limites de bncstT
benefícios aos consumidores. Os empregados do setor questiona mentos, válidos para repartições públicas mas absurdos em empre-
ram-se sobre seu futuro, enquanto as indústrias deram início a adap sas que viam seus clientes acumular-se em infindáveis filas de es
tações para conquistara preferência pera. Diante de tudo isto, pode-se dizer que os profissionais do
dos novos compradores. Os insufici Sistema Telebrás fizeram o que esteve a seu alcance, embora te-
ente e nem sempre bons serviços pres nham ficado longe do necessário.
tados pelo antigo monopólio estatal Há pessoas, raras aliás, que têm o dom de exengarcora
foram, conetamente, invocados como clareza e rapidez mesmo em meio a situações complexas ou confu
a maior justificativa paraa privatização sas. Conheci algumas na vida e uma delas foi o saudoso ex-minis
e números promissores foram acena tro Sérgio Motta. o Serjão para íntimos e não- íntimos. Conversa
dos indicando aquilo que estará à dis mos pela primeira vez nos últimos dias de dezembro de 1994.
posição do público dentro de dois ou pouco antes de sua posse. Desejava ouvir núnhas opiniões mas.
três anos. Poucos, entretanto, lembra após alguns minutos de conversa, percebi que ele já compreendera
ram-se de fazer um agradecimento à tudo sobre o setor e que não precisava de núnhas ideias. Simples
velha operadora Telebrás, que saía de mente concluíra ac ertadamente. que o Estado deveria retirar-se:
oena após haver cumprido, dentro do que permi tiram suas grandes m a s , d u r a n t e a t r a n s i ç ã o , o S i s t e m a t e r i a q u e ser
limitações, a missão que lhe fora atribuída. reprofissionalizado. forma polida de referir-se à despolitizaçáo das
Não há exagero em se dizer que as modernas telecomunica empresas. Com o apoio consdente do Presidente da República foi
ções no Brasil tiveram seu início impulsionado joor grandes doses de o que disse e foi o que fez, sem desviar-se um milímetro de seu
visão estratégica, espírito público e idealismo. Homens como compromisso. Tomou-se, assim, sem qualquer favor, o melhorde
Alencastro, Quandt, Haroldo, GalvãoCorsetti, dentre tantos outros, todos os ministros das Comunicações, competindo com alguns
tiveram o mérito de compreendera importância das telecomunica antecessores de grande e reconhecido mérito.
ções, convencer os governantes a desenvolvê-las e motivar milhares Durante mais de três anos Serjão trabalhou para o modelo
de jovens engenheiros e técnicos em todo o País |xira que dedicassem ideal de privatização e de estímulo à competição pelo mercado, de
a elas o melhordesuas energias. Lsto não foi jxhioo. em um País ainda modo a ser obtido o máximo para os usuários e para o Governo
àpraairaileaulocionfiaix^ciiàooonscientedesua própria capacidade Fbssoalmente envolveu-se na discussão de cada detalhe e em tudo
de realização. E verdade que o modelo adotado, o monopólio estalai, deixou sua marca O leilão do dia29 07,98comprovou que ele estava
acaba de ser descartado |xir obsoleto. Entretanto, teria sido viável certo e que o trabalho realizado em 26 anos de Sistema Telebrás fora
algum outro, em meados da década de 60? Isto perguntou-me, há valorizado pelas maiores operadoras de teleoomimicaçôes em ambtto
poucos anos e com grande humildade, ninguém menos do que o mundial UmGovemoque jamais investira recursos do Tesouroem
General Alencastro, unu los jvais do sistema estatal. Honestamente, telecomunicações, exceto em circunstâncias pouco mais que
jx?i Lso que nát i: à é| xx ;i fez-se oque deveria ler sido feito. A oonsolida- simbólicase que drtivera suas ações na Telebrás ca] ii talizando em s* 1
çáodeuma forte indústria local, a implantação de um sistema homo nome recaímos vindos integralmente dos usuários, recebera un®
gêneo e integrado (rnais homogêneo e integrado do que o norte-ame exceprionamente alta jxira a transferência do controle acionário
ricano), a cobertura < le todo o território nadonal a criação de tecnologia negódosdosetor.
própria são exemplos degrandes obras da adnúnistraçãooenlral nas Teria sido muito diferente, não fora ogrande trabflIhOI®aJi^7
mãos do Governo. Ftensou-se com grandeza, sonhou-se com o me- IxrmiUiaresdeenipngadcBeadministradorcsdoSisteniaT^ta,
11 ror. exoeutou-se com firmeza, opemu-se oom o orgulho que propor-
muilodifercnle, não fora Séigio Motta. Obrigado, Telebrás.
cionamas coisas bem feitas. Cuidou-se da eoonomiaeda constituição Sojáo. Bem-vindos os novos temposque ambos t io u x e r a m * " j lig
df; um giganleai) men ado de ações, do qiuil o Governo acaba de ser o *GHbcrtoG. Garbi, dirctorpnskhntcdaNECdo
56- TeWxasM JuWVgo-98