Page 65 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1997
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não só o comando destas operações mas também o centro de participação nos resultados e de estímulo ao desen
de decisões para compras e investimentos, privilegiando volvimento profissional.
os seus fornecedores, principalm ente da Espanha. • M antendo o controle decisório em nosso País,
Imaginem que há menos de 15 anos a Telefónica de podem os continuar estim ulando o crescim ento e
Espanha estava em 10° lugar no ranking de desem desenvolvimento do nosso moderno parque industrial,
penho. quando comparada com as demais redes de tele não só economizando um enorme volume de divisas,
comunicações do mundo (qualidade de serviço), enquan mas servindo de base para a geração de importante
to que a TELEBRÁS estava entre as cinco primeiras. plataform a tecnológica, que será o suporte indis
Portanto, esbanjávamos competência na gestão de nosso pensável ao Brasil para negociar de igual para igual
negócio de telecomunicações, apesar das restrições con os interesses de nosso País com as mais desenvolvidas
tinuamente impostas por este grande fantasma das teleco nações do Globo terrestre. Tanto o desenvoh imento
municações brasileiras que é a SEST. Porque então ven do parque industrial, associado aos program as de
der esta que ainda é a maior empresa de telecomunica desenvolvimento tecnológico conduzidos por estas
ções da América Latina para uma ou mais das grandes indústrias, com o as universidades e centros de
operadoras de telecomunicações mundiais? pesquisas formarão massa crítica indispensável para
Acredito que está na hora do governo repensar a o estímulo ao desenvol\ imento tecnológico, permitindo
sua estratégia, e em ve/ de dividir a Telebrás em quatro desta forma garantir para os nossos filhos e gerações
operadoras (Embratel e mais trés Regionais), deveria futuras as mais dignas e disputadas ocupações
sim unir todas as 27 numa grande e consolidada opera profissionais, que sem dúvida ele\ arão o padrão cultural
dora, otimizando de forma substancial a sua estrutura, o intelectual de nosso povo.
visto que de 270 conselheiros e diretores, poderíamos fi • Uma grande empresa brasileira de telecomunica
car com uns 25 e estaríamos bem servidos. Por conse ções poderá estabelecer as necessárias alianças em
guinte, uma cadeia de economia e ra pé de igualdade com as mais impor
cionalização se desenvolveria redu tantes empresas deste setor no mundo,
zindo o número de assessores, secre- "Mantendo o e muito pro\ a\ cimente seguir os passos
tarias, advogados, contadores, analistas de uma EISA ou de uma Bell South, e
desistema,etc..oque poderá represen controle decisório procurar estender suas redes pelos
tar uma economia de mais de l<$ SOO países \ i/inhos e, quem sabe no futuro,
milhões por ano, que sem dúvida em nosso país em todo o continente am ericano e
contribuirá de forma significativa para postenormente no continente africano,
aumentar os lucros da Telebrás. |X-t p o d c n i O S C O U tiU U a i* ampliando desta forma o mercado de
mitindoque seus investidores recebam * trabalho, não só para os nossos es
maiores dividendos e a mesma possa estimulando o pecialistas em operação de redes de
atender melhor o crescimento e modei telecomunicações mas também para o
nizíição de nossa rede de telecomu vf nosso importante parque industrial,
meações. crescimento permitindo levar a tecnologia brasileira
Não tem sentido o governo procu a disputar espaços em mercados hoje
rar retirar mais dinheiro do sistema de telecomunicações tão fechados ou bloqueados por interesses das casas
iloque já lira através do l( MS (são quase RS -I bilhões matrizes das indústrias multinacionais.
por ano). O correto seria, sim, privati/ar, e o mais rápido • l Ima TLI LBRAS forte e consolidada sem dúvida
possível, por emissão c lançamento de pacotes de ações será uma aliada indispensável á ANATEL, para não
nas bolsas brasileiras c estrangeiras (as principais deixar que a competição em larga escala que logo se
americanas e européias), aumentando o capital da nova estabelecerá em nosso País possa eventualmente vir
Telebrás, diluindo a participação do governo, catalisando a prejudicar, principalmente, os interesses dos nossos
desta forma grandes volumes de recursos, mas ainda consumidores.
mantendo este uma posição acionária privilegiada, que
lhe permita indicar alguns membros para o conselho de Entendo que, se esta proposta não sensibilizar as
administração, c desta forma partilhar com os antigos e nossas autoridades responsáveis pelas decisões, que sem
novos sócios acionistas do STB os enormes lucros que dúvida impactarão os nossos futuros, temos que nos unir,
serão gerados. profissionais do setor, empresários dos segmentos industrial
A proposta acima se justifica porque : e de serviços, cientistas e tecnólogos, professores e acadé
micos, para juntos c identificados com a agressiva política
• Não necessitamos importar o know how e muito de privatização conduzida pelo ministro Sérgio Motta. bus
menos o know why de como gerir o negócio de tele car com o apoio da engenharia financeira brasileira ou
comunicações. Sem falsa modéstia, acho que pode internacional, participar de forma significativa de todo o
mos e exportar o excelente nível de criatividade e processo de privatização da NOSSA TELEBRÁS.
conhecimento gerencial de telecomunicações que
detém os nossos profissionais. O que lhes falta, isto
sim. sao salários dignos e uma política motivacional 'Marcos E. liandeira Maia c presidente da Zeta.x