Page 17 - Telebrasil - Maio/Junho 1997

TV por assinatura desponta forte

á muito expectativa de investi­ nasce, dentre outros, com o apoio do rá ser mais segmentada e valorizar a
H dores em torno do crescimen­ mundo da publicidade. podução local. A convergência — en­

to da tevê por assinatura. O go­
Os atuais fornecedores de tevê por
tre operado-res de cabo que entendem
verno está lançando concorrên­

cia para a concessão de 1.435 novos assinatura são, basicamente, a NET e bem de distribuição c de telefonia que
a TVA, complementados por operado­
sabem tudo sobre comutação — é ine­

canais de TV a cabo. Desde de 1991 o res menores, total i-zando cerca de se­ vitável.

Ministério das Comu­ tenta conces­ Serviços como Internet, home ban­

nicações não em ite sões. A TVA pri­ king e a própia telefonia darão renda

qualquer licença. vilegiou a distri- extra aos operadores de tevê por assi­

W
Pela nova regula­ buição de sinais natura e o aluguel de facilidades de rede

mentação (D. O. de 22. por MMDS e a para transportar programas de tevê se­

04) a exploração NET por cabo. A rão mais um mercado para as opera­

está restrita a empre­ TVA deve, po­ doras de telefonia. Empresas nacionais,

sas nacionais com um rém, instalar dois como a Telavo que se associou a um

mí-nimo de 51% das mil km de cabo grupo argentino — a penetração da TV

ações com direito a na cidade de São a cabo é muito grande na Argentina —

voto. As operadoras Longo: “Pluralidade de canais Paulo, ainda este vão produzir “caixinhas“ para o assi­

poderão utilizar a rede democratiza a inform ação”. ano. O quadro se nante de TV a cabo.

disponível daconces-sionária local de te­ completa com a distribuição de sinais,

lecomunicações, de outra operadora dc por empreendedores privados, como em Associações

TV a cabo sua concorrente, de serviços cidades serranas no Rio de Janeiro, cuja Abraforte é o nome da Associação Bra­

de energia elétrica ou contruir sua pró­ situação não é regular. sileira dos Fornecedores de Televisão

pria rede. O processo de licitação, agora sendo por Assinatura. Ela representa forne­

A programação mínima é de 60 ca­ retomado pelo governo, se baseia: na cedores de equipamentos e de serviços

nais e uma mesma empresa só pode Lei do cabo 8.977/95; no regulamento (como programação e instalação de re­

explorar serviços para no máximo sete do cabo (Decreto 1.718/95); norma do des) e nasceu há seis meses com cem

áreas com 700 mil ou mais habitantes Cabo 13/96; norma associados. Segun­

ou doze áreas entre 300 e 700 mil ha­ do MMDS (002/94, do Walter Longo,

bitantes. No caso de MMDS (micro­ revista em 96); Lei ex-executivo da

ondas) o número mínimo de canais é das licitações 8.666; TVA e atual pre­

de 31 e 16 canais, respectivamente, Lei das concessões sidente da entidade,

para áreas acima e abaixo de 700 mil 8.987 e regulamen­ o segmento da TV

habitantes. to de outorga (De­ por assinatura deve
i
creto 1719/95). Li­ movimentar— com

1
Estatísticas m inar, concedida capital interno e ex­

O Brasil possui dois milhões de assi­ pelo STF suspen­ terno — USS 2.5

nantes de tevê, servidos por 28 mil deu o D e-creto bilhões, dos quais

franqueadores, em 79 cidades, o que é 1.1719/95. US$ 450 mil em
Annenberg: “No governo, o
considerado pouco. Os sinais de tevê — “Se o uso do novos investimen­
regulamento vate mais que a ação

alcançam o usuário por cabo (TV a fax tivesse dependi­ tos, aindaeste ano.

cabo), pelo ar (MMDS) e por satélite do de concessão ainda não teríamos A Associação Bra-sileira de Tevê por

(DTH). fax“, observou o engenheiro do ITA, Assinatura (ABTA) possui cerca de

A penetração da tevê por assinatura, Alexan-dre Annenberg, diretor geral da sessenta membros, como a Multicanal

porém, ainda é muito baixa se conside­ TVA Network, criticando a tecnocracia e a NET e tem Claúdio D'Ascal (do

rados os 34 milhões de moradias e as de Normas e Portarias do governo em Grupo Abril) na diretoria. Operadoras

5.598 cidades (dados do TRE) existen­ que “o regulamento é mais importante como a TVA e a NET. não são objeto

tes. Em comparação, na Argentina, do que a ação“. Os investimentos na da Abraforte e sim fornecedores de ser­

metade dos lares são cabeados e na In­ TV a cabo são pesados e incluem viços e programas, como a Globosat.

glaterra, um cm cada cinco. infraestrutura — que é parte da infovia A Abinee que defende a indústria

— “D em ocratização dc meios e faixa larga das TCs — equipamentos e eletro-eletrônica local não quer a livre

pluralidade de informações” é o discur­ programação. importação de equipamentos com simi­

so da Abraforte, a nova associação dos A batalha da programação é outro lar nacional. A Abraforte. porém, quer

fornecedores de televisão por assina­ item importante. Com o chegada de alíquotas decrescentes no tempo para

tura, presidida por Walter Longo, que mais operadores, a programação pode- esses produtos.