Page 44 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1997

C o la b o r a ç ã o : S o / o n B e n a y o n d a S ilv a

Internet, assunto muito falado produtos. Rapidamente, nos E.U.A a utilização de um software apropriado

ultimamente não somente pelos Internet alcançou cifras alucinantes. que, também no "informatez” se cha­

“informonautas” mas, princi­ Calcula-se que hoje existam cerca de ma protocolo de comunicações. E foi.

palmente pela mídia e pela ju­ 100 Milhões cie usuários ligados à sem sombra de dúvidas, a aceitação de

ventude da era dos “video-games”, nào INTERNFT e cada dia que passa no­ um protocolo único e padronizado, de­

é nenhuma tecnologia nova. A história vos programas c aplicações aparecem. nom inado T C P/ÍP ( Transmission

da Internet remonta a década de 60. No Brasil, demoramos um pouco mais Control Protocol/lnternet Protocol

quando o Departamento de Estado a entrar na rede. Em 1995, discutia-se )que fez com que a internet expandis­

americano, no auge da guerra fria, re­ muito o monopólio das comunicações se nesta forma avassaladora que ve­

solveu distribuir informações de segu­ c a rede. até então, era considerada um mos hoje.

rança nacional, por vários computado­ serviço passível desse monopólio e, por Se considerarmos que a Internet é

res localizados nos mais diferentes e conseguinte, a nossa entrada foi lenta. somente o explanado anteriormente,

longínquos pontos dos EUA. criando Com os ventos de privatização das para que possamos fazer pane dela é

o projeto denominado ARPANET, que Comunicações no Brasil soprando, uma necessário somente: um sistema de

nada mais era do que uma rede de com­ das primeiras definições foi a de que a computação, por exemplo, um micro­

putadores interligados c trocando internet era um serviço que cabia à ini­ computador que hoje em dia já é um

informações entre sí. ciativa privada e que já poderia ser por eletrodoméstico; um canal de comuni­

Com o término da guerra fria, este ela explorado sem necessidade de Leis cações, que pode ser uma linha telefô­

projeto perdeu sua razão de ser do pon­ especiais ou regulamentação tio Esta­ nica comum; um software de comuni­

to e vista militar e, todo o seu acervo do. Com isso, pode-se dizer que o ini­ cações incluindo o TCP/1P, que hoje

foi transferido para o mundo acadêmi­ cio da Internet no Brasil, do ponto de em dia. de tão difundido que é, está dis­

co. Neste novo ambien­ vista comercial, se deu ponível gratuitamente e, a disposição

te, a rede de computa­ cm fins de 1995 e, desde de alguém que já está ligado a Internet,

dores ganhou um impul­ A Internet c um então o sucesso tem se em permitir que nos liguemos a ele e

so muito grande cm ter­ grande sistema de comparado ao "boom” assim passemos a fazer parte da "rede

mos de pesquisa e de­ americano. No início de das redes”. Só para adiantar o assunto,

senvolvimento e cres­ informações de 1996, contávamos com esse elem ento que já está ligado a

ceu muito em termos de quantidade cerca de 30 mil usuários Internet e que oferece a possibilidade

aplicações. C resceu da Internet no âmbito de nos ligarmos a ele é o Provedor de

tanto a rede que, os re­ ilimitadada e os acadêmico. Hoje já te­ Acesso Internet, um negócio que já

cursos para mantê-la, provedores de mos 500 mil usuários e contabiliza no Brasil, quase 1 000 em­

tornaram-se insuficien­ se espera alcançar facil­ presas.

tes a tal ponto de cau­ acesso já somam mente a cifra de 1 mi­ Mas a Internet pode ser vista de um

sar preocupação quan­ no Brasil quase lhão de usuários no fi­ outro ângulo. Imaginemos a Internet

do as limitações que se um mil empresas nal de 1996. como um grande Sistema de informa­

estavam colocando ao Mas o que é a Internet? ções pois o fato de que todos que parti­

desenvolvimento de no­ Em poucas pinceladas, cipam da rede podem conversar entre

vas aplicações e ao au­ podem os im aginar a sí (transferir informações) faz com que

mento de usuários. Isto foi a senha para Internet como um conjunto de Sistemas se nos ligarmos a ela, possamos rece­

a liberação da rede para a utilização de Computação, de qualquer porte, mo­ ber toda e qualquer informação que lá

comercial, que até então era proibida delo ou fabricante, interligados por esteja disponível. Essa visão da Internet

dada a subvenção oferecida pelas au­ qualquer tipo de meios de comunica­ é que explica, em realidade, o grande

toridades educacionais americanas. ção, seja uma simples linha telefônica, sucesso da rede. Isto porquê hoje fala­

Essa liberação para o mundo dos ne­ seja um sofisticado canal de comuni­ mos estar em plena Sociedade da in­

gócios se deu em fins de 1994 e a rede, cação via satélite. Esses computadores, formação; o microcomputador se tor­

agora conhecida pelo nome Internet ligados pelas linhas de comunicação nou um eletrodoméstico e a sociedade

explodiu (no bom sentido). Rapidamen­ podem então "falar” entre si' e, no jar­ de consumo nos obriga a ler micro­

te ganhou a aceitação popular devido gão "informático, falar entre sí signi­ computadores cada vez mais velozes e

ao seu grande potencial de comunica­ fica que uma informação contida em com maior capacidade de armazena­

ção c ganhou pesados investimentos um sistema pode ser transferida para mento e processamento de informações

pelos fabricantes de produtos de outro sistema, mantendo sua forma e c. de nada adiantaria essa máquinas po­

informática c comunicações que ante­ conteúdo inalterados. Para essa trans­ tentes se não dispuséssem os de um

viram na Internet o futuro para seus ferência de informações é necessária a meio eficiente de alimentá-las com in-