Page 30 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1996
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CONJUNTURA
João Carlos Pinheiro da Fonseca.
As telecomunicações estão, mais do que nunca, na ordem do dia\ Novos
atores, representando os mais variados matizes da sociedade, estão
tomando posição num cenário marcado peia mudança. Tudo isto passa
peia informação sobre o que acontece ou pode acontecer.
Escola cie Pós-Graduação em das redes privadas e corporativas.
Economia (EPGE) da Fundação Como pano de fundo, Figurou o Plano
Getúlio Vargas - FGV, promoveu de Ampliação e Renovação do Sistema
no Rio de Janeiro, seminário de de Telecomunicações e Postal-PASTE,
um dia um sobre a nova Lei das Comu do Ministério das Comunicações, que
nicações que se transformou, em reali prevê investimentos de US$75 bilhões
dade, num vasto panorama do momen nos próximos oito anos, mobilizando o
to atual vivido pelas telecomunicações, governo e a iniciativa privada.
( fruto das abrangentes palestras dos
profissionalíssimos Salomão Wajnberg O mercado
(Telecom), Raul Colcher (Simpro), Dimensionai o mercado é um dos jogos
Ornar Carneiro da Cunha (AT&T) e essenciais à atividade do investidor. O
Luiz Tito Cerasoli (Minicom). faturamento da indústria brasileira de
Na platéia, havia pessoal de operado telecomunicações em 1.995 foi de R$ C UNHA
ras públicas (Tclemig, Telebrasília, 15,8 bilhões dos quais mais da metade
Telerj), da área financeira (Banco do cabe aos serviços públicos (vide tabe
Brasil, Banco Icatu, BNDES, Banerj), la). Para daqui a quatro anos se os
de operadores privados (TV Globo e investimentos continuarem no ritmo dos serviços que mais cresceu no país e
Sita) e da indústria (Bargoa, Equitel e previsto os negócios em telecomuni que vai movimentar R$6,5 bilhões nos
Translancier) reunidos numa cesta so cações deverão dobrar. próximos quatro anos.
cial de engenheiros, investidores, geren Segundo observou o palestrante Segundo dados de 1996, existem qua
tes, advogados e jornalistas, todo um Salomão Wajnberg, uma das grandes se dois milhões de assinantes de TV por
público muito interessado no rumo de expectativas do setor privado é a opera assinatura e que deverão ser sete milhões
nossas telecomunicações. ção da telefonia celular com retorno no ano 2000. A distribuição de sinais
Moyses Glat, diretor geral para cur garantido para o investimento — e que de TV por assinatura se dá em sua mai
sos especiais da Fundação Getúlio deverá movimentar R$12 bilhões até o oria (50% a 65%) utilizando redes de
Vargas, explicou que a educação conti ano 20(M), dos quais 58% serão somente cabos, seguindo-se em importância, o
nuada é a ponte entre a academia e o na infra-estrutura necessária. Correndo rádio MMDS (Multipoint Multiclumntl
mundo real. Ele se disse “contaminado em paralelo, a TV por assinatura foi um Distribuíion System) e o satélite DTH
pelo problema das telecomunicações”, (Direct To Home TV) de visada direta,
e anunciou para 1977, um curso de pós- cujo sinal pode ser captado por uma an
graduação, tipo thinking tcmk ou usina tena parabólica no domicílio de cada um
do pensamento, que terá a participação Uma grande quantidade de concessões
de professores estrangeiros e versará e permissões já foi anunciada pelo Mi
sobre o “impacto da tecnologia no mun nistério das Comunicações — mas ain
do dos negócios”. da não se materializou — e compreen
O palestrante Salomão Wajnberg deu dem duzentos editais previstos paraT\
um verdadeiro “tutorial” sobre a situa a cabo, outros tantos para MMDS. 500
ção das telecomunicações no país e de para tranking e 510 para emissoras de
suas perspectivas; Ornar Carneiro da rádio e televisão.
Cunha analisou a conjuntura sob a óti Em relação à política industrial do
ca do investidor externo; Luiz Tito setor das telecomunicações. Salomão
Cerasoli mostrou o quadro das mudanças Wajnberg, um expert, afirmou que o
CERASO LI
pelo ângulo do Ministério das Comuni Brasil se estruturou para fornecer equi
cações; e Raul Colcher enfocou aspectos pamentos e serviços mais voltados pan