Page 46 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1996
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NORMALIZAÇÃO
Pré-requisitos da globalização
em telecomunicações:
convergência ou colisão?
Colaboração: Karl Walter e
Roberto Kresch
s necessidades de desenvolvi ampla escala, exige que se componha tos já realizados - parque instalado e
mento tecnológico mostram um quadro nacional de normalização, conhecimentos já dominados - condu
que existem três dimensões bá ou melhor, um ambiente normativo ca zem a uma relutância na aceitação de
sicas (1, 2 e 3), sobre as quais paz de, ao mesmo tempo, introduzir o novas regras c produtos mais moder
devem ser analisadas soluções e esbo País suavemente nessa escala e prote nos e mais eficazes.
çados projetos para que o País possa ger os recursos próprios de uma inva Um modelo que julgamos adequado
atingir maturidade plena, no novo am são indiscriminada, de nível incompa harmoniza a aceitação de normas já
biente universal, aberto e competitivo. tível com o estado da arte, em termos bem sedimentadas em âmbito mundi
O cenário mostrado abaixo já c uma de tecnologia e qualidade. Sem esse al, ao mesmo tempo e que adapta seu
realidade em construção: ambiente normativo o País ficaria à detalhamento ao nosso caso particular,
Neste primeiro artigo de uma série mercê de uma desorganização tec protegendo aquilo que deve ser prote
que pretendemos escrever sobre os te nológica ficando, ao mesmo tempo, gido, tal como o fazem os demais paí
mas da Normalização e da Certificação impedido de exportar suas próprias cri ses.
em Telecomunicações, abordaremos, ações na área, bloqueadas pelos ambi
embora sucintamente, a vertente da entes normativos dos demais países. Objetivos
Normalização, enfocando as seguintes Por outro lado, há forças que se A Normalização não pode ser um ob
questões: opõem a uma normalização, especial jetivo em si própria. Ela tem que aten
• Objetivos - por quê Normalizar? mente quando esta obriga a uma mu der a determinadas finalidades, como
• Dificuldades inerentes c resistên dança de tecnologias, evolução de re as citadas a seguir:
cia à normalização derivada da Arqui cursos humanos e novos investimentos. A Normalização é:
tetura do Sistema Brasileiro de Norma As tecnologias já existentes no País se o fundamento dos edifícios das no
lização. sentem ameaçadas pela concorrência de vas gerações de serviços de Telecomu
• Modelo proposto para o País produtos e serviços estrangeiros, ten nicações e de Informática que estão
• A guerra de Gigantes dendo a colocar barreiras à entrada dos sendo construídos;
A globalização da economia, em mesmos, enquanto que os investimen o único meio que garante a abertura
dos mercados para permitir o acesso a
sistemas verdadeiramente globais;
CAPITAL
uma base extraordinária para permi
Necessidades Capitais
(10/15 Bi U$$ por ano) tir a verdadeira competição;
PASSADO uma garantia de harmonização de li
viscosidade de
Passado - Globalização cenças e o estabelecimento de esforços
(Des)ordem
cooperativos entre regiões e nações re
COMPETIÇÃO - Nova
Monopólio EFICÁCIA duzindo o “gap" entre países e regiões:
Regulamentação
Convergência ou NA SOCIEDADE - Mundial um estímulo ao enriquecimento cul
(DES)REGULAMENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO
Sinergia Colisão de tural do mundo através de informação
Patrimônio a — - Novas e conhecimento mantendo a diferenci
ser preservado Tecnologia
ação sem divisões;
uma forma de se manter dentro do
mercado internacional, abrindo cami
NORMALIZAÇÃO
M odelo Aberto nho para exportações, essenciais no
Tecnologia mundo atual;
fundamental para a manutenção e