Page 58 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1996

U L T I M A P A G I N A

fornecimento de sistemas sob sejam os elementos em que o sistema a perder todas as licitações. Os resul­

o regime “turn-key' propor­ tiver sido decomposto para efeito de tados de grandes licitações têm

cionou o surgimento de uma implantação; demonstrado que o integrador tem

nova categoria de fornecedor • adquirem todo o sistema de uma preços muito atrativos, quando com­

no mercado: o integrador de sistemas só vez, com uma só licitação, na mo­ parados aos preços praticados no mer­

de telecomunicações. dalidade “TURN-KEY” e recebem cado. Para isto o integrador tem de ser

Sua função é executar o projeto em todo o sistema instalado e testado, um hábil negociador e estabelecer

observância às especificações do pronto para entrada em serviço. fortes parcerias com subfornecedores

edital, selecionar os subfornecedores Há uma grande diferença em ter­ com o objetivo comum de serem ven­

mais adequados a cada projeto in­ mos de prazos, recursos humanos e cedores. O vulto da encomenda glo­

tegrado: levantamento dos locais da custos para a operadora segundo ela bal permite-lhe, também, um grau ex­

instalação (survey), fornecimento de opte por uma ou outra das alternativas traordinário de liberdade para conciliar

cabos, equipamentos e infra-estrutura, acima. Os resultados práticos dos interesses entre parceiros, de sorte a

serviços de instalação, configuração, últimos projetos comprovam que o selecionar soluções de projeto mais

testes e documentação com registro “turn-key” proporciona uma grande adequadas aos clientes.

dos equipamentos e/eabos instalados redução de prazos. Esta diferença 1 lá empresas operadoras, entretan­

(“as built”). pode ser avaliada pela grande quan­ to, que ainda não perceberam as eco­

Na maioria dos casos, o integrador tidade de fornecedores de materiais nomias nos custos de implantação,

desempenha, também, o papel de e serviços. Nossa vivência na im­ nos prazos de colocação em serviço

coordenador do financiamento do plantação do tronco óptico Rio de Ja­ e antecipação das receitas operacio­

projeto. Para isto vai buscar em neiro-Belo Horizonte nos conferiu nais proporcionadas pela contratação

agentes financiadores externos ou experiência para gerenciar mais de em “turn-key”.

internos os financiamentos diretos aos 30 subfornecedores. No projeto do

compradores finais, agindo no sentido cabo óptico submarino para a Embralel O regime de competição no provi­

de compatibilizar as garantias exigi este número e ainda maior, com o mento de serviços de telecomunica­

das com aquelas oferecidas e termos agravante de grande parte deles ções, subsequente à quebra do mono­

contratuais do financiador com a serem do exterior. Não é tarefa fácil pólio, exigirá dessas operadoras uma

legislação brasileira. para uma operadora de serviços de reengenharia de suas estruturas e di­

Em algumas integrações especiais, telecomunicações gerenciar uma recionamento de seus recursos, espe­

como de PCT, o integrador devera ter, grande quantidade de subforneci- cialmente seus engenheiros, para suas

também, capacitação em comercia­ mentos sob o ângulo comercial, fi­ atividades tins, abstendo-se de ativi­

lização de terminais. nanceiro, prazos de entrega e garantias. dades de agregar partes de sistemas e

Os projetos de telecomunicações Esta Iunção é melhor desempenhada licitá-las em separado. Estas tarefas

são em geral de longo tempo de ma­ pelo integrador, cuja vocação natural sao mais eficaz e eficientemente de­

turação. Excetuadas as meras am­ é a coodernação e gerenciamento de sempenhadas pelo integrador.

pliações da capacidade dos equipa­ projetos “multivendors”. Os resultados obtidos pelos inte­

mentos que já possuem infra-estrutura As operadoras Telebrás estão gradores nos projetos atuais de siste­

instalada, o suprimento, instalação, evoluindo para as aquisições dentro da mas ópticos, nos “turn-key” de im­

testes e aceitação compreendem modalidade “turn-key” motivadas plantação de terminais telefônicos e

operações de certa complexidade, Pela necessidade de acelerar a im­ nos PCT reservam-lhes um papel

menos pelo lado das características plantação dos projetos e assim aten­ destacado no mercado.

técnicas e mais pelos procedimentos dei , mais cedo, a demanda reprimida e A privatização e/ou competição

administrativos, financeiros e fiscais. simultaneamente antecipar as receitas. nos serv iço s de telecom unicações

As empresas operadoras têm utili­ Insinua-se que o integrador, sendo tornarão sua presença i n d i s p e n s á v e l

zado duas alternativas para a implan­ um agente intermediário entre o fa­ para ganhos na velocidade e nos

tação desses projetos: custos da implantação.
bricante e o comprador, causaria uma

• adquirem separadamente cada elevaçao de preço. Esta colocação se

elemento constituinte do sistema, íosse verdadeira, inviabilizaria o pa­ Eduardo Silveira Figueiredo

realizando tantas licitações quanto Diretor de Telecomunicações da Schahin
pel do integrador, pois estaria fadado

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