Page 21 - Telebrasil - Julho/Agosto 1995
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O CPqD é o maior centro de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias das TCs na América Latina.
receita de exploração do sistema, um em seu currículo o fato de ter sido tico que leva à necessidade da preser
determinado percentual, da ordem de um dos quatro alunos do ITA que vação do CPqD. Segundo projeções
I a 2% do total desta receita, cujo fizeram, em 1961, como trabalho de oficiais, o País necessitará investir de
montante é doado ao CPqD. graduação, o primeiro computador US$8 a 10 bilhões anuais em teleco
Fruto deste mecanismo, os recur digital no Brasil denominado municações. Caso este investimento
sos para o Centro têm aumentado de Zezinho é de opinião que o C PqD se traduza por equipamentos e tecno
ano para ano. Eram de US$45 mi é uma instituição que “precisa logia vindos de fora, isto significaria
lhões no início da década, galgaram subsistir, devido à inteligência real um peso adicional na balança comer
para US$78 milhões em 94 e agora que ele acumula”. cial. O País precisa de empregos e o
são US$ 114,5 milhões, orçados para Segundo o ex-dirigente do CPqD, setor das telecomunicações, com in
95. É isto, muito ou pouco? Hélio não deve espantar o fato que as ope dústria e serviços locais, poderá ser
Graciosa (vide entrevista) atual diri radoras, mesmo privatizadas, tenham uma poderosa alavanca na consecu
gente do CPqD responde, ao mos uma cláusula reservando uma parcela ção deste objetivo.
trar que em 90, a doação das empre de sua receita para as atividades do “Não vamos ter dinheiro para
sas para o CPqD representava 1,23% CPqD. Outros países adotam meca importar tudo que queremos em
da receita de exploração do sistema. nismos semelhantes para proteção de telecomunicações. O País não irá
Nos anos 92 e 93 este índice esteve seu desenvolvimento tecnológico. O comportar este ônus, em sua balança
cm baixa (0, 92 e 0, ()7%) e agora volta Brasil, com relativamente pouca comercial. É urgente rever nossa
a se recuperar (1,06% em 94). atividade de pesquisa e desenvolvi política industrial e dar as regras de
mento na iniciativa privada — um como proceder \ afirmou Fernando
P r e o c u p a ç ã o i n s t i t u c i o n a l fato público — precisa de centros, Viera de Souza que definiu o CPqD
Mas não é o aspecto financeiro que como o que a Telebrás mantém em como um concentrador do saber lo
preocupa o CPqD e sim, na verdade, Campinas, caso almeje ser conside cal especializado e que não deve
seu futuro institucional. Fernando rado um país desenvolvido. ser visto como uma escadinha pa
Viera de Sou/a que também ostenta Mas há outro argumento pragmá ra obtenção de florões acadêmicos. o
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