Page 47 - Telebrasil - Março/Abril 1995
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Numa época em
dade internacional ao projeto. Países afri-
que redes de canos, como Moçambique e Angola, seri para o projeto ECO-8, inclusive junto à
UIT, está sendo conduzido com a partici
satélites para am também mercados-alvo do ECO-8. pação do Ministério das Comunicações. O
pelos laços desses países de língua por-
telecomunicações uguesa com o Brasil. Do ponto de vista projeto prevê a comunicação satélite-
operacional, um conjunto de dez estações usuário na banda S (2,5GHz) e no sentido
comerciais estão gateway já dariam para fechar o cinturão inverso na banda L (1,6GHz) com ligações
das estações "gateway" ocorrendo na banda
sendo deslanchadas equatorial dos satélites ECO-8. C, com subida a 5 GHz e descida a 6,5
O Brasil está tendo uma boa
pelos países do oportunidade para penetração num novo GHz.
O projeto ECO-8 se valerá da tecnolo
primeiro mundo, mercado, em que todo mundo está queren gia de acesso CDMA (code division multi-
do estabelecer mundialmente redes de
o Brasil também satélites a baixa altura (LEOs). ple access) prevendo dar suporte a 2.500 ou
Diferentemente dos sistemas geoesta- 1.000 ligações simultâneas por artefato,
quer ter uma parte cionários que estão mais distantes, são em conforme se trate de usuários fixos ou uma
da ação, através menor numero e são pesados e caros, visto combinação de usuários fixos e móveis.
exigirem confiabildade muito alta acima Prevê-se que o program a poderá dar
do projeto ECO-8. dos 95%, os sistemas de altitude mais baixa suporte a Devido a seu baixo peso, os
se valem de sua multiplicidade para aceitar satélites terão lançamentos múltiplos uti
confiabilidade menores e permitir que se lizando foguetes de média potência norte-
construam artefatos com tecnologia mais americanos e provavelmente poderão uti
onduzido sob a égide da Agêncii simples e mais acessível", afirmou Décio lizar as facilidades que o País possui na
Espacial Brasileira, uma espécie d« Ceballos, do Inpe, tal como se estivesse fa localidade dc Alcântara, no Maranhão.
mini-NASA, ligada dirctamcntc ; lando de computadores main liames, frente As raízes do projeto ECO-8 remontam
Presidência da República, o projet« a micro computadores. ao programa da Missão Completa Espacial
ECO-8 conta com a Tclebrâs parí Brasileira - MCEB lançado para capacitar o
sua implantação com ercial e com c Pais no segmento espacial. O programa da
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais MU B previu a construção de satélites pelo
IN PI ., sediado em Sào .fosé «los ( ampt» INPE, o preparo de uma base de lançamen
(SP) para lhe dar suporte técnico. tos Barreira do Inferno e depois
O sistema prevê o uso de oito satélites Alcântara e o desenvolvimento de um
ativos poderão ser onze em órbita veículo lançador de satélites (VLS) pelo
circular equatorial a 2 mil km de altura, Centro de Tecnológico da Aeronáutica -
abaixo do cinturão de Van Allen que CIA. No bojo do programa, estavam
envolve a terra, cujo pico de energia se incluídos a formação de recursos humanos
situa cm 2.5 mil km. Os artefatos do I ( ( >- e a capacitação da indústria local. Como
tantos outros programas na área "high tec",
^ lerão de 300 a 400 kg, serão estabilizado
cm três eixos com 0,2 graus de erro de em paises de capitais escassos, o programa
MCI B mesmo se não realizou tudo a que
apontamento e deverão permanecer úteis
se propunham seus idealizadores e não
110 espaço durante cinco anos. A cobertura
cabe aqui discutirem -se as razões —
geográfica ficará compreendida entre os familiarizou, sem dúvida, o País com a tec
Paralelos de 27,2 graus.
nologia do setor espacial.
Be acordo com Décio ( eballos. gerente
O próximo passo, rumo ao projeto ou
j Programa ECO-8. no INPI , está corron* programa ECO-8 . foi a organização de um
u | aceIerado o desenvolvimento do projeto grupo de trabalho pela Comissão Brasileira
pnoio S( D-3 que é um artefato semelhante
de Atividades Espaciais - Cobae que culmi
aos c,° ECO-8, porém, equipado com ape-
nou com uma Exposição dc Motivos,
nas 11,11 hansponder, ao invés de dez e com encaminhada ao presidente Itamar Franco e
om sistema de antena de seis feixes ao iculação assinada por seis ministros, representando
lnves dos vinte e quatro previstos. O lança- rojeto ECO-8 já está avançado em ter- os maiores interesses no segmento espacial:
. cie articulações com outros parceiros
!Knl() c*n 0-3 está previsto para os mea Estado Maior das Forças Armadas, Comu
dos de 1997. rnacionais. Segundo apurem a TELE- nicações, Aeronáutica, Ciência e Tecnolo
Mas é no aspecto comercial que residem ASIl , já houve m anifestações de gia. Relações Exteriores c Secretaria de
•, m.uorcs esperanças brasileiras sobre o nções dà Tclebrâs com a Bell Atlantic e Assuntos Estratégicos.
^inm;! que, segundo fontes, “está com i outros parceiros asiáticos, visando A Cobae, por determinação de Itamar
•dos operacionais e de financiamento
m-Av CS nollc,as ít serem anunciadas nos Franco, se transformaria na Agência
( ¦ nnos dias". Segundo se sabe, a , o projeto. Surgem como parceiros Espacial Brasileira - AEB, sediada em
istriais de suporte ao ECO-8, a Martin
a WO primeira do ECO-8 foi a de prover Brasília e subordinada ao Presidente da
ictta (satélites), a E-Systems (mte-
celui'1 .** , l*V salcli(es para comunicações República, e hoje chefiada pelo engenheiro
h,(| <U(JS' móveis e fixas, de voz-dados lora) c a Texas Instruments (antenas), Luiz Gilvan Meira Filho tendo o Brigadeiro
nvestimentos previstos para o ECO-8
Maenv'101^1.18, c°brindo basicamente de da ordem dc US$450 milhões o que Ajax Barros de Melo como direetor geral.
exnmla ! lo,aanbpolis A idéia foi depois :rá conduzir a terminais da ordem dc Mais especificamente, coube à AEB a coor
3 ï ida para - ncluir outros mercados 300 a USS450 e tarifas dc USilUU a denação geral do programa e à Tclebrâs a
populartwí íllixa equatorial 40% da 0,40 por minuto. ... . implantação e a futura exploração do sis
India i ir • 0 mun^() como a Indonésia, ) assunto da outorga dc frequências tema de satélites ECO-8. (JCF) TP
•Pinas c Austrália, para dar viabili-