Page 23 - Telebrasil - Março/Abril 1994
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D E C L I N A 0 M E R C A D O
Continua a crise econômica. Feroz e
?
cruel. E alto o nível de desemprego. O
País com eça o ano assinando a sua
prim eira carta de intenções junto ao
FMI-Fundo Monetário Internacional. A
T e l e b r o / i l
conjuntura e as perspectivas para as TCs
nào são nem um pouco animadoras. Os
recursos do FNT-Fundo Nacional de Telecomunicações
reduzem -se em nada menos que 50%. As tarifas do
serviço telefônico começam a perder valor, situando-se
abaixo dos percentuais de inflação. Com isso, diminui a
capacidade de investimento do Sistema Telebrás, afetan
do mais ainda a sua expansão.
Como reflexo da crise, despenca para 400 mil a insta Apesar da crise, a Pirelli
lação anual de terminais. A pequena e a média empresa exporia cabos para o Irã
são as mais prejudicadas com a falta de encomendas por e inaugura uni Centro de
parte da Telebrás. Uma enorme demanda reprimida vai se Pesquisa e
Desenvolvimento, em
formando. Entre os fornecedores se estabelece um com
Santo André, SP.
portamento perverso que se convencionou chamar “con
corrência predatória”.
Um sistema monopsônico dá à Telebrás prerrogati
vas e poderes quase absolutos sobre o mercado. Vigora
uma espécie de ditadura do comprador único sobre seus
múltiplos - nem tão múltiplos assim, se verá - fornecedo
res. O objetivo maior era a autonomia tecnológica através
do CPqD (Telebrás) e da indústria microeletrônica (SEI-
Secretaria Especial de Informática). Mas começa-se a
* A Associação TELEBRASIL
pronunciar a palavra desestatização e já se pergunta sobre elege um novo presidente:
a validade do monopólio do Estado sobre as TCs. Euclides Quandt de Oliveira.
As despesas de custeio do sistem a Telebrás, que
emprega mais de cem mil funcionários, são reduzidas.
Essa redução é conseguida porque a empresa não pro
move, reclassifiea ou paga produtividade, além de outras
medidas. Demissões, só em caráter excepcional, declara o
seu presidente, Gen. Alencastro e Silva.
Pressões externas se exercem contra a reserva de mer
cado para a informática brasileira, que é denunciada
como "protecionismo”. No entanto, nem tudo são espi
nhos: a Pirelli exporta cabos para o Irã e inaugura seu
centro de P&D, em Santo André, SP, com pesquisa em
fibra óptica. A Equitel, por sua vez, vende equipamentos
para Cabo Verde, além de transmitir sinais de vídeo para
radiodifusão no Paraná, utilizando fibra óptica. Micro-
ondas interligam Rondônia e Mato Grosso.
Em São Paulo a Telesp coloca em funcionamento mais
cinco CPAs. A Embratel implanta o Findata, um serviço
internacional de acesso a informações financeiras. O Grupo
ABC' adquire a Xtal e fabrica fibra óptica com tecnologia
nacional (CPqD). A Associação TELEBRASIL elege Pastilhas de silício fabricadas no Brasil:
nova diretoria. O presidente é Euclides Quandt de Oliveira. o País firma a sua indústria microeletrônica