Page 33 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1993
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U M H A P P E N I N G D A I N F O R M Á T I C A
L l á k mercado não é o que é e sim o que parece” foi racionais de empresas brasileiras com multinacionais, co
I lf | u m a das lições deixadas pela Fenasoft. A reserva mo HP/Edisa, IBM/ltautec, Digital/Microtec e devem ser
¦ ¦brasileira do mercado de Informática, hoje extin- computados ainda os canais de distribuição, de revendas
w ta, se nao chegou a criar uma tecnologia própria e de representações de empresas daqui, com empresas
— mas gerou uma extrema pressão contra esta idéia por do exterior. O cenário se completa com os nichos de
parte do exterior - desenvolveu uma massa de profis mercado que são explorados pela indústria local, princi
sionais de informática, sem paralelo na América Latina. palmente na área de aplicativos e de serviços.
Do homen de marketing, ao desenvolvedor dc aplicati A 7 a Fenasoft, com Feira e Congresso, foi um
vos, ao importador inteligente, passando pela Imprensa "happenmg” que veio com força total. Seus organiza-
especializada, pelos técnicos e pelos PHDs, o ambiente dors clamam US$2 bilhões (10% do PIB da informática)
brasileiro de informática transborda de pessoal experiente. de negócios fechados na Feira, visitada por 800 mil pes-
Para entender os múltiplos caminhos de uma Fena soas.(nesta ediçào mais Fenasoft)
soft e de eventos similares, é preciso reconhecer, aqui, Mais uma vez o catarinense Maximiano Gonçalves
a predominância da cultura norte-americana em informá — Max para os íntimos — viu recompensado seu talento
tica. A começar pelas plataformas de hardware como as de "supersalesman” . A 7 a Feira Nacional de Informática
da IBM (RISC/6000, AS 400, PS), da Digital (alpha AXP, - Fenasfot, com seus 1020 expositores e 50 mil metros
Vax), da Unisys (CTOS, série U e A), da HP (PA-Risc/800), quadrados de estandes, conseguiu engarrafar o trânsito
da Sun, da Apple (Macintosh). Sem falar da microeletrô- da marginal do Tietê, com o grande público que acorreu
nica que lhes dá base, com os chips da Intel (pentium), para durante quatros dias percorrer o pavilhão de expo
Motorola, Digital e dos sistemas operacionais que lhes sições do Anhembi, em São Paulo.
insuflam vida como os tradicionais MS-DOS, Windows, As opiniões sobre a mostra variaram. ” Um varejão
Unix, Vax/VMS e os mais recentes OS/2 e Windows NT. de micros e de disquetes de software", observaram al
A interconexão de equipamentos em redes é feita guns. "Um núcleo central de empresas sérias cercado
pela Novell (NetWare e Apple Talk), Digital (DECnet/PSA e por uma periferia de marketing” , analisaram outros. Para
DEC Pathworks), IBM (Lan Server, SNA), Unysis (Infocon- Max, vencedor, a feira foi um "encontro da empresa com
nect), Microsoft (Lan Manager, Windows for working group), seu público consumidor". A realidade da 7 a Fenasoft
Banyan Vines, PC Network, Netbios, TCP/IP. Também as refletiu, sem dúvida, a dinâmica maior que vem se ope
grandes aventuras no reino do softw are — base de da rando no uso da informática.
dos, linguagens de 4 a geração, sistemas de apoio à de Uma vertente da informática, a do usuário profis
cisão — são dominados pelo hemisfério Norte caracteri sional é o mundo da base de dados, da automação —
zados por nomes como Xbase. Adabas/Natural, Informix, financeira, comercial, industrial — da consultoria espe
Sybase, Oracle, ZIM, Dataflex, Recital, TSGBD, Progress, cializada, dos grandes sistemas e da teleinformática. A
Universe, SQL server, Btrieve e C-Tree. No campo das outra, a do mercado micreiro, é o domínio dos note-
linguagens são por demais conhecidas Cobol, Basic, Pas books, dos aplicativos populares, dos jogos eletrônicos.
cal, C, Dbase, Clipper, FoxPro e tantas outras mais, todas A 7 a Fenasoft abrangeu as duas vertentes do mercado -
desenvolvidas lá fora. o varejão e o atacado, (vide as próxim as páginas).
No terreno mercadológico, pululam as alianças ope- (J.C.F.)