Page 28 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1993
P. 28
MERCADO
A microeletrônicaé a base do milagre grande crescimento nos anos 80, diminui que apresentou um resultado de US$200
milhões, em 1986, atingindo um recorde
seu ritmo que hoje é da ordem de 8% ao
das TCs, da automação e da
de US$480 milhões em 1989, passou a
ano e movimenta cerca de US$70 bilhões.
informática. Dentre em breve, os
equipamentos serão os próprios "chips". A microeletrônica divide-se nos declinar para US$300 milhões em 1990e
No Brasil, a indústria de componentes componentes para uso geral -- US$100 milhões em 1992!
integrados — celebrando vinte e cinco processadores e memórias -- e nos Asics J.E. Pessini, pesquisador da Unicamp.
anos desde os primeiros esforços na USP (application specific integrated circuits). enfocou as perspectivas da indústria de
—está preocupada com seu próprio destino Nos primeiros há o predomínio da TCs no País. Ele participa de um estudo
e sofre os reflexos da abertura do mercado produção dos tigres asiáticos, com Estados da indústria brasileira sendo executado
para o exterior. Unidos mantendo sua participação e com para o governo pela Unicamp e UFRJ
O VIII Congresso da Sociedade declínio da Europa. Nos Asic, onde com recursos do Banco Mundial e da
Brasileira de Microeletrônica - Sbmicro, residem as inovações, há projetos em Finep. "O Brasil é o 9o PIB mundial e o
coordenado por Hélio Malavazzi Filho, diversas partes do mundo para fins 12o em termos de planta instalada de TCs
reuniu durante três dias, no CPqD da específicos, tal como faz o Brasil (o e temos potencial para crescer nesta área",
Telebrás, em Campinas (SP), cerca de Trópico contém dois Asisc). observou o pesquisador.
trezentos empresários, especialistas e A informática brasileira, que A partir da queda da lei de informática
pesquisadores, do Brasil e do exterior, representava 0,85% do mercado mundial — que protegia o produto local -- a
que apresentaram mais de cem trabalhos em 1981, aumentou sua participação para reformulação da indústria de TCs incluiu:
especializados c debateram o estado atual 1,2%, em 1989, alcançando um fatu a terceirização das atividades; a procura
c o futuro da microeletrônica no País. ramento recorde de US$4,1 bilhões, com da maior qualidade; a entrada de novos
expressiva participação da empresa atores no mercado; e a proliferação da
Números nacional. A crise econômica fez. no parceria local com o exterior.
entanto, declinar o faturamento da M undialm ente, das nove maiores
A década de 80 foi dc ouro para a indústria brasileira para US$3,7 bilhões, indústrias de TCs, três têm
informática e consequentemente para a em 1990, mas este tornou a crescer para predominância de seus negócios nos
microeletrônica. O mercado mundial dc US4.8 bilhões, em 1992, com um novo EUA (AT&T, Northern, Motorola),três
informática atingiu US$ 332 bilhões dc perfil em que passou a predominar a na Europa (Alcatel, Siemens e Ericsson)
dólares, em 1989, tendo triplicado em indústria estrangeira. e três no Japão (NEC, Fujitsu, Hitachi),
pouco menos dc dez anos. Nos anos 90, Na indústria local de informática, os confirm ando o que já se sabia:
porém, a crise se instalou, gerada pela investimentos declinaram, bem como o multinacional é primeiramente nacional.
proliferação de máquinas menores -- os número dc empregos qualificados O nível anual de investimentos da
famosos computadores pessoais que estimados, hoje, cm torno de 13 mil e, o Telebrás (85% do sistema brasileiro de
ao substituírem os "main frames", mais que é mais grave, o volume de recursos TCs) se manteve a um ritmo médio de
caros, forçaram uma redefinição da para a área de P&D em informática US$ 1,2 milhões na década de 80.
indústria de informática. diminui de US$180 milhões, em 1989, aumentando para US$2,2 milhões, na
De maneira semelhante, o mercado para US$60milhões, em 1992. De maneira década de 90. Pessini mostrou que para
mundial da microeletrônica, após um semelhante, a microeletrônica no Brasil chegar ao ano 2000 com 25 milhões de
terminais, as perspectivas de negócios
para a indústria de TCs são de US$ 88
milhões. Outras projeções indicam para
os próximos dez anos, um mercado de
US$47 bilhões para a indústria de redes,
de US$9 bilhões para novos serviços-
incluindo telefonia celular e comunicação
de dados -- e de US$14 milhões para c
mercado privado.
Entretenimento
M arg arid a B aptista, pesquisadora da
Unicamp, analisou a indústria de áudio^
Um dos primeiros vídeo cujo faturamento caiu de utf
circuitos de patamar de US$4,6 bilhões, em 1990.
microeletrônica
para outro de US$3,2 bilhões em 19°-
desenvolvidos no
"A eletrônica de consumo nos dá d°
CPqDÍFelebrás.