Page 26 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1993
P. 26
PERFIL
S a b e d o r i a v e m d e M i n a s
Luiz Garcia, principal executivo e dono Nossa agricultura, competitiva na fonte —"Os valores estão mudados. Mesmo na
do grupo ABC Algar, está inscrito na de produção, perde no transporte. Temos iniciativa privada é preciso montar todo um
Georgctown University, onde fica até maio um potencial agrícola brutal, dormindo esquema de segurança para o pessoal não
de 1994, finalizando sua extensão para poré em berço esplêndido." meter a mão na caixa. E preciso retomar o
MBA(masterin Business adminislration). - "Nosso grupo ABC é essencialmente conceito da seriedade. Temos que recome
Num avião da Varig. regressando dos EUA, voltado para as TCs. É o que ele sabe fazer çar tudo dos bancos escolares.Quando se é
falou à TELEBR ASIL dos problemas que e bem (referindo-se à CTBC-MG). Para um digni tário não basta ser bom, é preciso ser
afligem o Brasil, com a experiência minei resistirmos todos esses anos, tivemos que excepcional. Democracia, com todos seus
ra que lhe dão seus 56 anos. A seguir, um manter boa a qual idade de nossos serviços. defeitos, ainda é o melhor regime." (J.C.F.)
resumo da entrevista. Estamos, no entanto, numa situação ingra
- "Minha maior frustação ao retomar ao ta de espera, em que nos preparamos no
Brasil é ver que, apesar de toda movimen dia-a-dia para a chegada da abertura."
tação, não acontecem coisas novas. Nossa - "Aprendí quando pequeno que o po
agricultura, chamada a competir lá fora, lítico era um ser enciclopédico mas assim
tem que faze-lo em condições de desigual mesmo me espanta ver políticos nas em
dade. Não temos, porexemplo, facilidades presas públicas com a missão de fazer
para comprar máquinas agrícolas, moder caixa. O que mais me preocupa é a falta de
nas, de alta produtividade. Continuare perspectivas da juventude. Nos EUA com
mos, porém, no agrobusinness." pra-se uma casa com juros de 2 a 3% ao
— "Só teremos agricultura forte com ano, em 30 anos. Dá para os jovens terem
indústria forte. Agricultura não é só plan perspectivas. O Estado brasileiro virou Luiz Garcia:
tar e colher, mas também armazenar e um grande empresário. Todos estamos vamos retomar
distribuir e o frete no Brasil é caríssimo. nas mãos do Estado." à seriedade.
SERVIÇO
L i s t a s t e l e f ô n i c a s n u m i m p a s s e P a i n e l j
d a T e l e b r a s i l j
Ronaldo Pinheiro, dirigente da Associa As listas telefônicas fazem parte, tradicio
ção Brasileira de l.istas-ABL, explicou à nalmente, da prestação de um bom serviço. A
Revista Telebrasil que a Portaria 154/89 - ausência de listas não só prejudica o usuário Realizado durante dois dias nas confortá- I
emitida durante o Governo José Sarney - - como está acontecendo no caso do Rio de veis dependências do Hotel Mendien, no Rio ]
estabeleceu que os contratos para a impres Janeiro - como também afeta o tráfego da de Janeiro, o XXVII Painel Telebrasil sobre
são de listas telefônicas teriam a garantia de própria operadora, pelo número de clientes grandes usuários teve até direito à demonstra
cinco edições consecutivas, ao término dos que desistem de fazer chamadas pela dificul ção de som e imagem móveis do serviço
D ataphone 64. Com apenas duas linhas
quais seriam prorrogáveis por igual perío dade em localizarnovos números. Nocasoda discadas o pessoal da Telesp, em São Paulo,
do. A referida portaria, disse Pinheiro, re Telerj. o serviço" 102" deauxílioà lista se vale poude ver e ouvir o que se passava no Hotel
sultou decuidadosas negociações mantidas do trabalho de uma telefonista, conjugado a M eridien, no Rio de Janeiro, local do Painel.
pela ABL, entidade que representa as mai um serviço de voz artificial comandada por Telepar e Telerj também fizeram o seu
ores editoras de listas do País. computador, que fornece o número desejado. m arketing descrevendo novos serviços. A
A Portaria 154/89, que se destinou a A ABL está dialogando com as autoridades Telemig refletiu sobre a situação das operadoras
recompor as perdas das empresas que fa para ver se consegue superar o impasse, frente a um mercado social empobrecido. A
zem listas, foi acolhida por algumas ope disse Ronaldo Pinheiro. (J.C.F.) discussão sobre o monopólio das TCs incendiou
radoras como a CR Í e a Telebrasflia. Já os debates. Os grandes usuários, Petrobrás,
outras operadoras do Sistema Telebrás Furnas. Xerox, Banco Chase e SGA falaram de
não aplicaram a Portaria 154/89. Ronaldo suas realizações e anseios.
O clim a do XXVII PAINEL, às vésperasde
Pinheiro observou que há parecer de juris
possíveis mudanças da Constituição, alteran
tas, como Celso Bastos e Hélio Estrela,
do o monopólio das telecomunicações, en
que postulam ser válidos os efeitos da controu um sistema Telebrás preocupado em
aludida portaria, mesmo nos casos em que lançar novos serviços e agradar sesu clientes
as empresas não a acolheram. Mais uma vez a TELEBRASIL, com a pre
A ABL alertou para o fato de que o setor sença de experientes e respeitadas figuras do
de listas está Rimando para um impasse se setor das telecomunicações, como o ex-minis
a Portaria 154/89 não for acolhida, fican tro Quandt de Oliveira e o ex-presidente da
do assim sob "judice", tal como ocorreu no Telebrás, general Alencastroe Silva, demony
Rio de Janeiro. Os cariocas, apesar das trou ser um fórum de debates de alto nível
visando a melhoria das telecomunicações bra
promessas de sucessivos presidentes, já se
sileiras. Os trabalhos foram coordenados p<*
acostumaram a não contar com as listas
Luiz Carlos Bahiana, Lázaro José de Bntoe
telefônicas. A Telerj já imprimiu uma
Ludgero Pattaro, diretores da TELEBRASIL
listagem de computador, que, no entanto, Na próxim a edição daremos cobertura com
não chegou a ser um catálogo telefônico. Ronaldo Pinheiro, da ABL pleta do evento. (J.C.F.)