Page 19 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1993
P. 19
transmissão está evoluindo para con níveis que também auxiliam a combater
ceito de serviço "ponta-a-ponta", entre o problema da dissipação térmica. No
usuários. O grande desafio para as em vos dopantes, como o germânio, são
presas operadoras será como organizar uma promessa para obtenção de maior
e gerenciar estas novas facilidades. velocidade nos dispositivos.
Segundo o executivo, o uso da Do ponto de vista do empacota
fotônica em substituição à eletrônica, mento, os chips passarão a ser incor
ainda está distante e poderá elevar a porados diretamente às placas dos
velocidades de transporte da informa equipamentos, eliminando os pinos
ção a patamares da ordem de Terabit/s de ligação. A densidade corrente é de
(10 elevado à 12 bit/s). Em algum meio milhão de transistores por chip,
ponto, porém, a comunicação terá que trabalhando a Northern Telecom com
ser eletro-óptica devido à necessidade densidade de dez milhões. Para o ano
de se processar a informação. 2000, os chips terão mil vezes mais
transistores do que hoje, levando a
Microeletrônica equipamentos e custos menores. Será
A partícula sobre o dedo utiliza uma retícula preciso, porém, que os projetistas sai
A vice-presidente da BNR, Claudine circular para refletir um laser. bam utilizar todos estes bilhões de
Simson, traçou um quadro dos disposi circuitos colocados à sua disposição.
tivos semicondutores, no denominado fusíveis, num mesmo chip. A chave da Antes de passai' para as técnicas de
ciclo do silício. Nas décadas de 60 e 70, moderna microeletrônica é a vulgariza Raio-X — o custo da mudança é alto —
os volumes de produção eram menores ção dos ASICs (Application Specific ainda será possível aprimorar a litografia
que os atuais, havia menos preocupação Integration Circuit) — algo que na déca óptica utilizando o espectro ultravioleta e
com a utilização de gazes dopantes e da de 80 era reservado só para os gigan os dispositivos laser para se chegar a raios
predominava a tecnologia NMOS tes da indústria — que são chips produ com definições de de de 0.2 e 0.3 mícron.
(Channel N-metaloxide). Na década de zidos para uma determinada aplicação. As tecnologias de arsenieto de gálio e
80/90, ocorreu um salto tecnológico, O tempo para desenvolver um AS1C é fosfetode índio parecem promissoras para
com a utilização da tecnologia CMOS, de três anos e meio, aí incluídos seis obtenção de maiores velocidades em dis
que passou a integrar, de forma comple meses de negociação inicial com a en positivos que operam sem fio.
mentar, silício dopado dos tipo N e P. genharia de sistemas para definir exata- A área de microeletrônica da BNR.
A tendência atual, nas aplicações de mente o que se quer do dispositivo e a representando um orçamento de capital
comutação, multiplexação e dispositi tecnologia necessária. de US$200 milhões, opera com cerca de
vos periféricos, é a utilização de com Para o futuro, já se fazem nos labora 6(X) cientistas e engenheiros divididos em
ponentes bi-cmos, que aliam á alta tórios dispositivos de 0,1 mícron de dois grandes grupos. Pouco mais de 100
compactação obtida com a tecnologia integração utilizando transporte balístico físicos, químicos e especialistas em enge
CMOS - empregada na confecção de e teoria do caos. O desafio é a produção nharia elétrica se voltam para o desenvol
memórias de alta capacidade — a grande de tais dispositivos em larga escala. A vimento da tecnologia do silício. O res
velocidade de atuação da tecnolgia maior densidade no chip pode também tante se dedica aos problemas de produ
bipolar. A tecnologia do silício produz ser obtida tornando mais curtas as ção dos dispositivos semicondutores. A
dispositivos que triplicam sua densida interligações entre elementos levando a atividade de teste é enfatizada para manter
de e velocidade a cada ano. novas arquiteturas espaciais de quatro a qualidade do chip. (J.C.F.)
A produção do chip está ligada à
litografia. O mercado comercial cami
nhados dispositivos de 1 mícronparaos
de 0,8 mícron. Esta medida reflete a
distância mínima entre ranhuras adja
centes do dispositivo. Quanto menor
esta distância, maior será o número de
elementos que caberão num mesmo chip.
O tamanho do chip também é impor
tante. No processo produtivo, o chip é
recortado de um biscoito (wafer) que é
obtido a partir de um tarugo de silício.
Wafers da ordem de 6" e de até 8" são
possíveis, mas os chips comerciais per
manecem da ordem de 0,8 e até 1,5cm
de lado, visto as distorções ópticas que
ocorrem no processo litográfico, ao se
querer trabalhar com chips maiores.
A produção de chips requer um con
trole rigoroso do ambiente, equipamen
tos sofisticados e automatizados e gente
competente. A Northern opera integran
do resistores, capacitores, indutores e A BNR emprega tecnologia avançada em projetos tridimensionais de protótipos de produtos.