Page 50 - Telebrasil - Julho/Agosto 1993
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No Sul:
fora
Telebrás
 região Sul do país conta com duas
empresas que gozam de indepen
dência em relação ao sistema Te
lebrás ainda que explorando, em
regime de monopólio, suas respecti
vas concessões. São elas, a Compa
nhia Riograndense de Telecomunica-
çòes-CRT, e o Serviço de Comunica
ções Telefônicas de Londrina-Sercom-
tel. A CRT é de propriedade do go
verno do Estado do Rio Grande do
Sul e a Sercomtel da prefeitura de
Londrina. No Rio Grande do Sul, exis
te ainda a Companhia Telefônica Me
lhoramentos e Resistência-CTMR, um
enclave do sistema Telebrás na região.
Presidida por Oscar Luis Osório Rhein-
gantz, a CTMR atende às localidades
de Pelotas, Capão do Leão e Moura
Andrade. Coincidentemente, as três
aderiram à telefonia móvel celular. L u i/ Tomazcli: “ No Rio Grande do Sul, o
Em Londrina, a telefonia celular roaming automático c uma exigência da CRT
foi instalada pela Ericsson em maio junto à Ericsson. ”
de 1992. Com seis estações radiobasc
(ERBs), o Sercomtel opera hoje mais CRT to-alegrenses contarão com oito mil
de 1 mil linhas, num universo de 1.400 terminais de telefonia móvel celular”,
inscrições habilitadas. Os usuários con A CRT-Companhia Riograndense declara entusiasmado Luiz Carlos To-
tam com a tarifa mais baixa do país, de Telecomunicações nasceu de uma mazeli. Para tanto, segundo informou,
com o air time custando menos de 20 disputa do então governador do Rio o investimento inicial foi de US$16
centavos de dólar, quando a média Grande do Sul, Leonel de Moura Bri- milhões, totalmente financiados pela
no Brasil é de 40. Pela assinatura de zola, que culminou com a encampa Ericsson. Existe a previsão de mais
adesão ao sistema o usuário da tele ção da empresa, na época operada US$25 milhões até o final de 1994,
fonia celular de Londrina paga cerca pela ITT. Atualmente a CRT opera quando, haverão 20 mil terminais fun
de US$20.00 por mês. 600 mil terminais telefônicos no Rio cionando em todo o Estado.
A cidade ostenta também a me Grande do Sul (240 mil em Porto Ale O projeto básico da CRT estabele
lhor densidade nacional de telefones, gre), faturando US$270 milhões por ce 11 ERBs para cobertura da regiào
com 23 terminais para cada grupo de ano. Com compromissos a saldar da metropolitana de Porto Alegre e mais
100 habitantes (no Brasil a relação é ordem de US$216 milhões e projetos três ERBs, para a região do litoral
de 7 para 100). Para implantar a tele a realizar no valor de US$461 milhões, Norte. Em seguida o sistema deverá
fonia celular, a prefeitura investiu para investir e sanear suas contas a se expandir para todas as regiões do
US$7,5 milhões, objetivando uma de empresa necessita de US$677 milhões Estado, começando pela Serra Gaú
manda inicial de cinco mil usuários. até o final de 1994, como explica Luiz cha. O sistema adotado, a exemplo
Preparou-se, todavia, para a expan Carlos Tomazelli, seu presidente. de Londrina e, de resto, em todo o
são do sistema, instalando uma cen Visando capitalizar-se a empresa Brasil, é o AMPS (Advanced Mobile
tral com capacidade para atender até tem um plano de venda de ações ao Phone System) analógico, como pa
60 mil, como esclarece Assad Janna- público, o que deverá reduzir a parti dronizou o Minicom.
ni, diretor superintendente do Sercom- cipação do Estado de 84.9% para Segundo Luiz Carlos Tomazeli, no
tel. 54.8% na propriedade das ações da que diz respeito à telefonia móvel ce
Com 400 mil habitantes, Londrina CRT. No momento não há plano de lular, há projeto para estender o roa
foi a primeira cidade do interior bra expansão em andamento em Porto Ale ming automático a países do Merco-
sileiro e quarta do país a ter telefonia gre, o que faz o preço de algumas sul, sendo que, no interior do Rio
móvel celular. Da receita de US$2,5 linhas particulares à venda alcançar Grande do Sul o sistema é uma exi
milhões mensais a empresa operado US$3,500.00. A demanda reprimida gência explícita da CRT junto à Erics
ra local — Sercomtel — retira os fun no Estado é bastante alta, rondando son.
dos financeiros para investir. “ Recur os 500 mil terminais telefônicos. A A CTMR está em processo de lici
sos próprios resultam em baixo custo densidade mal alcança a média nacio tação para 570 terminais celulares, com
monetário dos investimentos e, no fi nal, de 6 a 7 linhas por cada grupo de capacidade total de expansão do equi
nal, prestação de serviço a preço re 100 habitantes (Porto Alegre possui 1 pamento para 10 mil assinantes.»
duzido’ ’, explica o superintendente As milhão e 300 mil habitantes). ( R . N . t f . )
sad Jannani. — “ Até o final deste ano, os por-