Page 52 - Telebrasil - Julho/Agosto 1993

T e l e r g i p e e T e l e c e a r á :

d o i s e x e m p l o s d e s u c e s s o n o N o r d e s t e

Reportagem: R oosevelt N ogueira de Holanda

E m b o ra e n fre n ta n d o s itu a ç õ e s

e p ro b le m a s crô n ico s, com o

m a is u m a g ra v e e s tia g e m , que

im p õ e o ra c io n a m e n to d e á g u a

a su as c a p ita is , os E s ta d o s de

S e rg ip e e do C e a rá p o ssu em

m o d e rn o s s is te m a s te le fô n ic o s .

Em S e rg ip e , p o r e x e m p lo ,

a te le fo n ia ch eg o u a n te s

m e s m o da lu z e lé tric a .

P re s id id a p o r M a rtin h o de

O liveira Bravo, a T elerg ip e é um a

das m a is a tu a n te s o p e ra d o ra s

do s is te m a T e le b rá s . No C eará,

o te le fo n e p ú b lic o é a p e n a s um a

d as p rio rid a d e s b e m

a d m in is tra d a s p o r Tarciso F a ­

ria, p re s id e n te d a o p e ra d o ra lo ­ M aninho de Oliveira Bravo e Tarciso Faria:

cal, a T e le c e a rá . exemplos de boa administração no Nordeste.

Branca — haviam 150 linhas telefôni­
A ssumimos a direçào da Te­ cas vendidas há mais de dez anos sem de que a associação dos moradores
assumisse junto aos empreiteiros a con­
lergipe no dia 29 de novem­

tratação do serviço.
nenhuma perspectiva de instalação.
bro de 1991” , informa Mar­
Em conjunto com a representação
tinho Bravo. Naquela oca­

dotamos como solução uma modali­
sião, ele encontrou um déficit de ins­ Como foi resolvido o problema? ” A- dos moradores a Telergipe licitou uma

talação de telefones — os famosos dade de parceria, isto é, o turn-key c empresa, a Nortel. Num prazo de 12

PEXs (planos de expansão) vencidos. a ‘‘planta doada” , esclarece. Foi fei­ meses ela implantou não somente as

Eram 6.400 terminais vendidos e não to um convênio pelo qual os morado­ 150 linhas, mas 384 ‘‘e já autorizei a

instalados em todo o Estado de Ser­ res daqueles bairros solitavam a im­ expansão de mais 198 terminais”,

gipe. ‘‘Nossa primeira preocupação plantação dos terminais e a Telergipe acrescenta Martinho. Desse modo foi

foi honrar os compromissos penden­ se comprometia com a intalaçào, des- resolvida uma pendência de dez anos,

tes” , explica. Oriundas de adminis­ que já contava até com ações judi­

trações anteriores, as pendências eram ciais contra a Telergipe. O número de

resultado de uma espécie de ciranda terminais foi elevado para três vezes

na qual as administrações anteriores mais e já há uma nova expansão em

elaboravam planos de expansão pre­ andamento na área.

vendo a instalação de telefones cm 24 ‘‘Precisáva-mos de 2.800” , diz Mar­

meses, para efetivamente instalar as tinho, “ fizemos um projeto para 7.800.

linhas prometidas para 24 meses atrás, sendo 2.800 de PEXs vencidos e 5

ou seja, captava-se recursos, venden­ mil de novos terminais que seriam ven­

do novos telefones, visando cobrir in­ didos na comunidade. Fizemos uma

vestimentos que já haviam se exauri­ licitação da qual participaram 21 em­

do em outras aplicações. presas. Elas se associaram e forma­

Na maioria das vezes, quando a ram oito consórcios, dentre os quais

pessoa acabava de pagar o seu telefo­ seis foram classificados, e um foi o

ne, o dinheiro, corroído pela infla­ vencedor” . Formado por cinco em­

ção, já não dava para pagar a linha. presas, esse consórcio é quem está am­

’’Enquanto a Telergipe gasta liS$2.300 pliando o sistema telefônico do cen­

para instalar um telefone, ainda hoje tro e da região Norte da capital sergi­

cobramos apenas US$ 1.200, subsidian­ pana. Essa expansão visa a instalação

do aproximadamente US$1.100 por de 7.800 terminais. Em outubro de

terminal instalado” , explica Martinho 1993 toda a programação deverá es­

Bravo. tar cumprida.

Em três bairros litorâneos de Ara­ Essa experiência tem demonstrado

caju — Mosqueiro, Robalo e Areia Telefonia pública c prioridade no Ceará. que a parceria com a iniciativa prha*