Page 7 - Telebrasil - Março/Abril 1992

"Dispensar pessoal nunca é um a
tarefa agradável m as o equilíbrio
entre receita e despesa é algo
que precisa ser observado", afir­
mou o Ministro.
Sobre o tema da transparência
nas licitações no âmbito de seu
Ministério, o dirigente foi taxati­
vo: " toda
Ministério da Infra-estrutura de­
ve seguir rigorosamente o que
reza o Decreto-Lei 2300 para ga­
rantia de lisura e uniformidade
nas licitações". No tocante à lici­
tação em andamento na Telerj
relativa a listas telefônicas para
a cidade do Rio de Janeiro, João
Santana disse que o edital e seu
julgamento são assuntos que "es­
tão na órbita da empresa", caben­
do ao Ministério apenas prover
a algum apoio jurídico. Já no ca­
so, o mesmo não acontece, po­
rém, em relação ao Julgamento
da licitação para da exploração
pela empresa privada da telefo­
nia móvel celular para o Estado
de São Paulo. O julgamento das
propostas desta licitação caberá
ao Ministério da Infra-estrutura,
através da Secretaria Nacional
de Com unicações, "por estar
em jogo um bem de propriedade
do Estado", justificou João Santa­
na.
Retomada
O Ministro da Infra-Estrutu­
ra João Santana presidiu a sole­
nidade de assinatura de contra­
to entre a NEC do Brasil e a Em-
bratel para fornecimento de um
sistema de cabos ópticos entre
Rio e São Paulo. Ele disse tratar-
se de um ato que "apesar de sua
aparente simplicidade" se revestia
de fundamental importância p a­
ra a retomada do desenvolvimen­
to econômico do País, por "m ar­
car a retomada e a continuida­
de dos investimentos governa­
mentais no setor das telecomuni­
cações". Na m esm a ocasião, fo­
ram assinados com a Embratel
convênios com Furnas e Ligth e
protocolos de intenção com as
Eletrobrás e Petrobrás para uti­
lização, respectivamente, de tor­
res de transm issão de energia
elétrica, gasodutos e oleodutos,
para instalação compartilhada
de cabos de fibras ópticas n u ­
ma demonstração de integração
das empresas do Ministério da
Infra-estrutura e segundo disse
o Ministro, "destinada a colocar
o País na modernidade". jugado, pelo diretor de tesouraria
Otimista, ele referiu-se à atua­ Renato Ishikawa, além de José
ção do seu Ministério como a de M aria Souza Adeodato diretor
racionalização dos recursos exis­ econômico-financeiro da E m bra­
tentes, aumento da produtivida­ tel.
de e diminuição dos gastos des­ Carlos de Paiva Lopes explicou
necessários. Para o Ministro, com que a ligação por fibra óptica en­
a retomada dos investimentos e tre Rio e São Paulo marcava o
empresa ligada ao com o auxílio da economia priva­ início da interligação das capi­
da, o ano de 92 será melhor do tais estaduais e do Distrito Fede­
que 91. Já para 93 "iremos arre­ ral por um a rede de cabos ópti­
bentar a boca do balão", prognos- cos de longa distância, com inte­
ticou João Santana. gração com cabos subm arinos e
Estiveram presentes ao ato que até 96 irão de Porto Alegre
da assinatura dos acordos e do a Fortaleza. Ele elogiou os acor­
contrato da Em bratel com a dos firmados pela Em bratel com
NEC, além do ministro João S an ­ as em presas do setor de energia
tana e do secretário nacional de que vão permitir "acelerar as
comunicações, Joel Marciano obras e baratear os custos da im ­
Rauber, o presidente da Embratel, plantação da rede óptica de lon­
Carlos de Paiva Lopes e o diretor ga distância".
de desenvolvimento, Francisco Os convênios com a Ligth e
dos Santos Pires de Albuquerque. com Furnas prevêem a utilização
Firmaram os convênios e os pro­ pela Em bratel de linhas de trans­
tocolos de intenção, por Furnas, missão de energia para dar s u ­
o diretor presidente, Eliseu Re­ porte a cabos de fibras ópticas.
sende e o diretor de planejam en­ Os cabos ópticos inteiramente
to, engenharia e construção, dielétricos são relativamente im u­
Aniello Puziello; pela Ligth, o pre­ nes aos cam pos eletromagnéti­
sidente Confúcio Rodrigues C a­ cos existentes nas linhas de a l­
valcante e o coordenador de tele­ ta tensão e podem correr no in ­
mática, Marco Antonio Fiadi; pe­ terior do fio para-raiosA E m bra­
la Petrobrás, o presidente Ernes­ tel ,em troca, proverá facilidades
to Teixeira W eber e José Britto de comunicações para essas em ­
de Oliveira, diretor; e pela Eletro­ presas onde os cabos passarem .
brás, José Maria de Siqueira, pre­ Com a Eletrobrás, o protocolo
sidente. O contrato com a NEC de intenções prevê a utilização
do Brasil foi firmado pelo diretor da infra-estrutura de sistemas
técnico e comercial da empresa, de energia para fins de telecomu­
Sérvio Túlio Prado e o de finan­ nicações.
ciamento externo, que lhe é con­
R e d e ó p t i c a i n t e r u r b a n a
O contrato assinado pela Embratel O sistema vai operar a 565 M bit/s e
com a NEC equivale a Investimen­ tem capacidade para até 123 m íl ca­
tos de 46,5 milhões de dólares, com nais de voz mas será ativado, Inicial -
cronograma de desembolso de 18 m e­ mente, com cerca de 12% da capaci­
ses. Quarenta por cento deste total dade (15.360 canais). Carlos de Psd-
serão financiados externamente pelos va Lopes lem brou, a propósito, que a
Japoneses, com prazo de 5 anos, 2 totalidade da canalização da telefonia
anos de carência c a Juros internacio­ interurbana existente no País é de
nais de praxe. O sistema a ser im plan­ 125 m il canais.
tado pela NEC para a Embratel, n u ­ A s próxim as licitações para enla­
ma rota de 420 km, terá um cabo de ces ópticos de longa distância serão
36 fibras ópticas a ser fornecido pela na rota Rio-Belo Horizonte-São Pau­
Pirelll e outro de 24 fibras pela Furu- lo que, no dizer de Sérvio Túlio, serão
kaiva e contará com o apoio da Bo- disputadas "ferrenhamente'' pela em-
wtel Kiowa e de duas outras em prei­ presa. Depois será vez da rota p,
teiras. O sistema Inclui ainda dois ca­ Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre
bos auxiliares, respectlvamente, de 12 e para Brasília e Goiânia. Numa ter­
e 6 fibras, correndo numa extensão ceira etapa, a rede óptica se estende­
de 50 km e des tlnados a servir ao DNER. rá para o Nordeste via Vitória, Salva­
O enlace óptico prevê 9 estações dor, Aracaju, Maceió, João Pessoa,
repetidoras localizadas em Vigário Natal e Fortaleza. Não está afastada
Geral, Seropédlca, Volta Redonda, a hipótese da utilização de enlaces
Rezende, Queluz, Aparecida do N or­ ópticos submarinos, nesta última eta­
te, Taubatc, Jacareí e Bonsucesso. pa, visto a configuração da rota.