Page 9 - Telebrasil - Julho/Agosto 1992
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custo que o usuário tem pago por uma da cena das TCs - por que se é difícil reajustes aplicados deveriam manter
ficha telefônica - e o telefone público entrar para o rol dos que têm telefo o valor real dos recursos inicialmente
pode ser considerado como um servi ne depois fica comparativamente ba previstos; e que a sociedade deveria
ço social voltado para o pessoal de rato utilizá-lo, frente à erosão e dis ser objeto de esclarecimento público
menor renda - tem sido ridiculamente torção tarifárias. sobre a necessidade da manutenção,
baixo. Medido pelos padrões que o - Frente a este quadro, o que fa por ora, do sistema de autofinancia
“João Brasileiro” utiliza para aferir zer? - ponderou o workshop, obser mento - uma solução que até hoje,
o custo de vida, como o custo do vando que a inclusão da expansão na por bem ou por mal, funcionou. Nu
cafezinho ou de uma caixa de fósfo tarifa é uma mudança cultural a ser ma visão de longo prazo e atingido o
ros, o custa da ficha telefônica tem efetuada gradativamente. De acordo patamar de satisfação da demanda re
sido bem baixo, admitiu um usuário. com as conclusões do grupo enviadas primida para novas facilidades de te
O aumento de tarifas, tal como o para a Telebrás, seria temerário ex lecomunicações, seria então o momen
de novas taxas ou de novos impostos, tinguir abruptamente o mecanismo de to do término da captação de recur
não é uma medida simpática. Daí cer autofinanciamento, antes de assegu sos antecipados ou de sua substitui
ta tendência para que tarifas não acom rar a sólida implantação de uma tari ção por uma tarifa de acesso ao ser
panhem o aumento da inflação. A fa realista. O grupo de trabalho reco viço telefônico.
defasagem de tarifas dos serviços de mendou uma estratégia prudente e gra- O grupo reunido sob égide da Te-
infra-estrutura - particularmente os de dualista - no caso de um eventual tér lebrasil ainda sugeriu a captação de
telecomunicações - têm sido histori mino do autofinanciamento - ao con recursos internacionais para financia
camente uma constante se compara cluir que “ a redução do valor do au mento de projetos de expansão e re
da as variações da inflação real. A tofinanciamento deve ser gradual e comendou que as implantações sejam
longo prazo, não tem sido reposto na de modo proporcional ao aumento ta precedidas das necessárias dotações de
tarifa o valor que a inflação lhe retira. rifário assegurado” . verba para não ocorrerem obras pa
Tarifa, sem reposição da inflação ralisadas a meio curso. Do ponto de
equivale, em realidade, a retirar re Aperfeiçoar vista de carga tributária sobre os ser
cursos necessários para expandir o ser viços de telecomunicações, deve ser
viço e quem acaba pagando a conta é Para amenizar e aperfeiçoar o me pleiteada sua diminuição junto ao po
o futuro usuário que ao não ter tele canismo de autofinanciamento, os par der competente, além de ser até eli
fone precisará investir alto para obtê- ticipantes do workshop recomenda minada nos casos das tarifas para ins
lo. Fica-se, portanto, com uma situa ram que os prazos para o autofinan talação e mudança de facilidades, con
ção paradoxal - disse um observador ciamento fossem ampliados; que os cluiu o workshop. (JCF)
P a i n e l
Estratégia de Investimento
e Execução O rçamentária
o u t u b r o
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