Page 5 - Telebrasil - Maio/Junho 1991
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editorial
















                                                              P s i c o t e r a p i a










                                                               p a r a












                                                              d e s  r e g u l a m e n t a r















                                                              Oswaldo Lopes do Nascimento Filho





                                                              (Presidente du  Telesp e

                                                                Diretor du  Telebrusil)




















                                                                        ausa  espanto  a  maneira  como  é  con­
                                                            C           fundida,  por  muitos,  a  administração                                                                                     cilhar das regras de proteção a segmentos


                                                                                                                                                                                                      industriais (a  maior  regra  industrial  deve


                                                            de  uma Sociedade de Capital, cujo contro­                                                                                                ser a de  mercado),  das rotinas que  nos  le­


                                                            le acionário está nas mãos do Estado.  Re­                                                                                                vam  sempre a comprar  mais caro e  pior.


                                                            gras, Restrições,  Portarias,  Decretos,  Prá­                                                                                                    Bons  produtos  e  bons  preços  devem


                                                            ticas. o pavor do TCU  — Tribunal de Con­                                                                                                 ser  privilegiados  pois  conduzem  sempre



                                                            tas  de  União,  levam  os  administradores                                                                                               a  uma maior lucratividade e a um  melhor


                                                           daquelas empresas a ter preocupações com                                                                                                   serviço.  Comenta-se  que  o  Brasil  e  o  úni­


                                                            todas  as  coisas,  menos  com  a  eficiência,                                                                                            co  Pais  que  perde  dinheiro  com  tecnolo­



                                                           com  o  lucro.                                                                                                                             gia!  l emos  que  repensar  imediatamente


                                                                                                                                                                                                      o  modelo de  pesquisa  e  desenvolvimento


                                                           L     U      C     R      O      !                                                                                                         no sistema.



                                                                                                                                                                                                               Não devemos colocai  nossos poucos re­


                                                                    Existimos  para  prestar  serviço  e  dai                                                                                         cursos a  desenvolver  produtos  já  disponí­


                                                           lu<  io  aos  nossos acionistas  Somos Sot  ie                                                                                             veis  e  comercializados,  devemos  encon­



                                                           dades de (  apitai  e  . 1   Lei  exige que  tenha                                                                                         trai  o  nosso  espaço  peculiar,  apropriado,


                                                           mos  lucro,  caso  contrário  respondemos                                                                                                  ajustado ao  nosso  potencial  imediato:  Ge­



                                                           pelos  prejui/os  ao  patrimônio  da  enipre                                                                                               rai  poupança  tecnológica e  não dispêndio


                                                          sa, com  os  nossos  próprios bens.                                                                                                         cientifico.


                                                                  O jornal  “O  Estado de S.  Paulo  publi                                                                                                     Produ/u  lucro é o que  interessa a  uma



                                                          cou,  em  sua edição  de  28.04,01:  "Estatais                                                                                              empresa  de  capital  aberto.  Ter  as  suas


                                                          sonegam  lucros ao Tesouro", e, a  propósi                                                                                                  ações  valorizadas e  procuradas e  a  maior



                                                          to, atribuiu ao presidente do TCU declara­                                                                                                  recompensa  da  estrutura  capitalista  em


                                                          ção de  que, como cidadão,  não compraria                                                                                                   que  se  insere  uma  empresa  como  a  Te­


                                                          ações de  empresas estatais.  Olho essa  no­                                                                                                lesp.  E  não  vejo  diferença  legal  entre



                                                          tícia  de  "O  Estado  de  São  Paulo"  como                                                                                                uma Brahma, Souza Cruz e as Sociedades


                                                          uma contribuição e  um desafio à nossa ca­                                                                                                  de  Capitais controladas  pelo Governo.



                                                          pacidade  de  reverter  essa  visão,  pre-sente                                                                                                     Todas  têm  que  perseguir  a  satisfação


                                                          em  algumas cabeças ilustres.                                                                                                               do  mercado e  dos seus acionistas (majori­



                                                                  A  experiência de alguns meses na pre­                                                                                              tários  e  minoritários).  Todas  têm  que  se­



                                                         sidência  da  Telesp  me  leva  a  uma  refle­                                                                                               guir  as  leis  comerciais  do  País  e  dentro


                                                          xão  sobre  a  gerência  das  nossas  estatais                                                                                              (leias buscar sua melhor atuação  para au­


                                                          de  telecomunicações.  Desconfio  de  que                                                                                                   ferir resultados, promover seu desenvolvi­



                                                         estamos tratando o futuro das telecomuni­                                                                                                    mento,  gerar  poupança  para  investimen­


                                                         cações  no  Brasil  de  forma  irresponsável                                                                                                 to  e  distribuir dividendos reais.



                                                         e  inadequada; compramos mal, vendemos                                                                                                               A  maior  desregulamentação  que  pode­


                                                         pior ainda, c nos entregamos comodamen­                                                                                                      mos  fazer  nas telecomunicações está  den­


                                                          te  a dar continuidade aos processos tradi­                                                                                                 tro  das  nossas  próprias  cabeças:  Vamos



                                                         cionais, sem atentar a que não  há mais lu­                                                                                                  perseguir a lucratividade máxima! Vamos


                                                         gar  para  quem  não  dá atenção  ao  merca­                                                                                                 usar a  legislação para  dar agilidade e  res­



                                                         do  e  não  persegue  obstinadamente  a  me­                                                                                                 ponsabilidade aos administradores das em­


                                                          lhoria  de eficiência.                                                                                                                     presas com  capital  majoritário  do  Gover­


                                                                  A  gerência  das  empresas  concessioná­                                                                                           no!  Vamos  acabar  com  a  cortina  das  re­



                                                          rias de  telecomunicações tem que ser  mo­                                                                                                 gras  que  escondem  toda  a  ineficiência  e


                                                          dernizada, desenferrujada, desburocratiza­                                                                                                 eliminam  a  possibilidade de  se cobrar  re­



                                                         da, corajosa e, desamarrada, para ter qual­                                                                                                 sultados!  Vamos  dar conseqüência ao  dis­


                                                         quer  possibilidade  de  sucesso.  Não  há                                                                                                  curso  moderno  e  liberalizante  do  nosso


                                                         mais  lugar  para  um  estatuto corporativis-                                                                                               Governo.  É  nossa  essa  responsabilidade.



                                                          ta e centralizador. Precisamos nos desven-
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