Page 32 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1990

Nishida:
I Encontro de tecnologia
de montagem de placas
Superando otimistas previsões, o I Encon-
tro de SMT (Surface Mounted Tecnologyl
Tecnologia de montagem em superfície) rea­
lizado no Hotel Bahamas, em Campinas, sur­
preendeu aos organizadores pelo compareci-
mento, praticamente maciço, de represen­
tantes das áreas técnicas de 40 das maiores
empresas do País — ABC XTal, Dupont, Ele-
bra, IBM, Matei. Moddata, Motorádio, Mul-
titel, Nec, PHT, Splice, Sid, Unisys, etc., nos
ramos eletroeletrônico, telecomunicações,
informática, automação, entre outros.
Promovido pela Nishida Informática, pio­
neira no Brasil na prestação de serviços de
SMT às indústrias, o concorrido Encontro
teve o apoio do CPqD — Centro de Pesquisas
e Desenvolvimento, da Telebrás, e patrocínio
das empresas Germetec, Mamoré e Loctite do
Brasil. Na abertura do evento, o presidente
da promotora, Arlindo Nishida, evidenciou
ter a participação das empresas que utilizam
a tecnologia de montagem em superfície, su­
perando em muito a exnectativa, obrigando
aos organizadores a declinarem das solicita­
ções de adesões por falta de espaço físico, ocu­
pado por cerca de 140 participantes.
“Nós já estamos projetando, para este
ano, novos investimentos destinados a am­
pliação do nosso parque de montagem para
fazer frente à crescente demanda, e treina­
mento de pessoal”, revelou Nishida
Trópico RA
E m t e s t e m a s
j á é v e n c e d o r a
Novo equipamento da Família Trópico
entrou em operação experimental em São
Paulo, implantado em ambiente restrito da
Telesp, no bairro Perdizes. Começa assim o
programa de testes de campo da TrópicÓ RA e
o ingresso do Brasil no privilegiado grupo de
países fabricantes de centrais de comutação
telefónica de grande porte.
Integra Imente nacional, a Trópico KA
nasceu do desenvolvimento do Sistema Tró­
pico R. Sua configuração teve conclusão es­
trutural — hardware
ou seja, três anos após iniciado o projeto, para
exatamente dois anos depois
entrar em testes reais, objetivando seus pro­
jetistas e construtores a avaliar o sott ware do
equipamento nos mínimos detalhes.
Capacidade máxima
O CPqD Centro de Pesquisas e Desen­
volvimento, da Telebrás, promove em São
P a u l o , na estação “890”, da Telesp (Rua
Apiacas) a inauguração de um conjunto de
protótipos, inicialmente dotados de pequena
capacidade operacional, mas que represen­
t a m o marco de uma nova era fie centrais di-
gitaís de grunde porte.
Participaram do concorrido evento, técni-
na minha visita técnica a Suécia (Zea) os sub­
sídios recolhidos vèm sendo gradativamente
aplicados no Brasil”, salientou, comentando
que “a preocupação não é só nossa, faz parte
da filosofia da honzontalização do assunto
que é bastante revolucionário” Concluiu sua
palestra dizendo que “a Nishida se prepara
para sua terceira ampliação. Já investiu em
equipamentos 2 milhões de cruzados novos.
Na área de pessoal, treinamento é parte inte­
grante para formação de mão-de-obra espe­
cializada. Contamos hoje com 280 funcio­
Os trabalhos técnicos consumiram o dia nários, em diferentes níveis”.
todo e foram iniciados com a palestra do eng. Jorge também destacou pontos técnicos
Flávio Eitor Barbieri, coordenador de áreas de SMT, finalizando assim a primeira parte
de Tecnologia de Empacotamento, do CPqD. do programa que contou ainda com exposi­
Em sua exposição, além de discorrer sobre as ções por parte de empresas convidadas. Uma
pesquisas e desenvolvimentos realizados e mesa redonda da qual participou um grupo
em andamento no Centro, apresentou a visão de técnicos do CPqD, encerrou os trabalhos
do CPqD no campo da SMT. Destacou que “o do I Encontro que já promete um segundo, co­
conjunto de características e recursos soma­ brado pelos representantes. (NC) v
dos à qualidade, evidenciam cada vez mais a
tendência de uso dessa tecnologia”. Lembrou
ser importante que a indústria tenha domí­
nio dessa técnica, para que o CPqD possa pro­
jetar em SMT com manufaturalidade”. En­
cerrou informando que, em 1991, 400 das
aplicações mundiais de componentes serão
em SMT”.
Jorge Hideo Moriva, engenheiro e ge­
rente industrial da Nishida, montadora que
atende hoje quatro dezenas das maiores em­
presas do País, com potencial instalado para
montagem de mil placas mês em SMT — ini­
ciou em fins de 86 — e 40 mil placas mês con­
vencionais. Ao enumerar algumas das van­
tagens do SMT, mencionou dois aspectos: fi­
xação em ambos os lados da placa, o que não
acontece com o processo convencional, e
durabilidade quase eterna do produto”. Em
termos de custo, o processo SMT. no Japão, Nishida: 'Investimentos em equipamentos e
apresenta desde 86 resultados plenamente mào-de-ohra paru atender demanda de mer­
satisfatórios. “No* contatos com o exterior e endo”
coK da promotora, da Telesp e dos fabricantes seis bnst idores e dois terminais de vídeo e im­
nacionais Klebra, PHT, Sesa r SID, respon* pressora, o ('PqD tem montado na estação
sáveis pela produção do/tmn/wmvda tecnolo­ '‘890” um amplo programa de avaliação em
gia Trópico RA. campo e contara para isso com o auxílio de
Abrindo o programa. Veríssimo Pires Fi­
lho. coordenador de areas de Engenharia de equipamento gerador de tráfego na apuração
de resultados, além de duas unidades remo­
Sistemas, do ('PqD, enumerou as caracterís­ tas no ('entro de Fios da Lapa”, esclareceu.
ticas do equipamento, destacando ter o pro­ “Assim, explicou, os 700 assinantes de 492
jeto de desenvolvimento envolvido cerca de localidades dos bairros Pardizes e Lapa. pre­
400 pessoas, entre técnicos e auxiliares. viamente selecionados, comporão o universo
Adiantou Veríssimo estar em via de entre­ de detalhados testes, cujos resultados serão
ga o segundo modelo para testes. "Sera im­ repassados ao CPqD (Campinas), Telesp e fa­
plantado em Brasília, na Central Sul-2, da bricantes nacionais Esse trabalho irá até
felebrusília, entrando em regime de avalia­ agost o, quando daremos por encerrada a nos­
ção no mês de fevereiro.” Em suas observa­ sa parte de avaliação do software e, por ex­
ções, Veríssimo salientou que “a Trópico KA tensão, do hardw are, do conjunto de mo­
entrara em 1991 na segunda etapa, quando delos."
atingirá sua capacidade maxima de comuta­ E concluiu: “Durante oito meses, a Telesp
ção: utilizará 1.024 processadores e respon­ irá se aculturar em matéria de Trópico RA.
derá pelo atendimento de mais de 100 mil para em setembro entrar com sua bateria de
usuários". testes de aceitação da central. Em fins de ou­
“Para os protótipos instalados na Telesp: tubro deverá homologar o equipamento, que
passa a partir de novembro à fase de comer­
cialização, quando então a Telesp utilizará
em dezembro de 87, comercialmente o conjunto de protótipos ins­
talados na Apiacas, a essa altura ampla­
fins de 89 mente testado e aprovado em localidade a ser
definida”.
Um investimento global de 86 milhões de
dólares é o resultado dos custos da Telebrás
no desenvolvimento do projeto Trópico RA.
“A importância é mínima se comparada a
iniciativas similares em países bem mais ex­
perientes que o Brasil em tecnologia de cen­
trais digitais”, justificou Fernando Vieira de
Souza, diretor do CPqD, acrescentando,
“nem todos os projetos estrangeiros foram
coroados de êxito, embora os gastos fossem
excessivos, ao ponto de alguns serem abando­
nados". E comentou: “Nós tivemos a felici­
Técnicos “exploram a versatilidade do equi­ dade de ter começado depois. E assim não in­
pamento. corremos nos mesmos erros...” (NC) »