Page 60 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1989
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jad o res da N EC C orporation, já se de tado pela E m bratel, para telefonia pú da Vicom-Victori Comunicações Ltda.,
v erá te r satélite com com utação e pro blica. posicionou os serviços da empresa como
cessam ento da inform ação a bordo e co A NEC, no B rasil, disse Nolasco se de consultoria e engenharia, venda de
m unicação espacial d ire ta (de um sa está ultim ando o protótipo do sistem a produtos e do serviço Vicomodata (vide
té lite p a ra outro). C ircuitos m icroele- N ex tar, com tecnologia da N EC C or Telebrasil N/D 88; pp.26). Dentre os ser
trônicos, do tipo dedicado, estão sendo poration, e um a configuração básica que viços já prestados pela Vicom, destaca-
especialm ente desenvolvidos para esta seja flexível suficiente para viabilizar se o projeto de comunicações militares,
nova geração de artefatos espaciais. aqui sua produção para o m ercado b ra via satélite, sendo implantado pelo Es
Nolasco se deteve na com paração das sileiro. Tecnicam ente, o sistem a N extar ta d o M a io r d a s F o rç a s Armadas
diversas m aneiras de se processar a fai p a ra a b an d a C (a m esm a dos a tu a is (EM FA), e destinado à interligação das
x a p a ssa n te do sin a l do sa té lite . Ele B rasilsat) opera com a alocação adapta- três forças arm adas, entre si, via comu
caracterizo u o em prego da tecnologia tiva AMDT, com velocidades de até 56 nicação com sigilo, na banda C.
V S A T p o r e s p a lh a m e n to de fa ix a kbit/s e utiliza an ten as de 2,4 a 3m de São tam bém da Vicom: o projeto e a
(spread spectrum ) como m ais aplicável d iâm etro , recep to r de baixo ru íd o (a in stalação de 20 estações terrenas ad
a baixos volum es de tráfego e a tecnolo 80°K) e transm issor de 5W. q u irid as pela Em bratel; a assessoria à
g ia V SA T de “ra ja d a s ” , tipo AM DT, A estação central do sistem a N extar, P etrobrás para comunicações na Bacia
como m ais indicada para aplicações de pode controlar até 500 m ini-term inais de Campos; a im plantação junto ao Bra-
alto tráfego. Ele acrescentou que am bas rem otos. N a direção estação c e n tra l- desco, que é um dos acionistas da Vicom
s o lu ç õ e s n e c e s s ita m de u m a e s t a term inal remoto, a estação central com (o outro é a Cornar, do grupo Roberto
ção-m estre ou de controle, que são caras pacta os dados que são enviados ao sa M arinho) de microestações para comu
e sofisticadas. Assim, os sistem as VSAT télite como um pacote integrado, em pre nicação via satélite, utilizando espalha
são m a is ad eq u ad o s p a ra red es com gando tecnologia AMDT. Por sua vez, os m ento de faixa com tecnologia norte-
grande núm ero de term inais, que per te rm in a is rem otos ficam na e sc u ta e a m e ric a n a da E n te l (substituta da
m item diluir o custo elevado da estação- cada um retira a parte do pacote que lhe E quatorial).
m estre. J á o sistem a PSC (portadora é endereçada. Na direção oposta, cada C riticando o mercado brasileiro das
sin g ela por canal ou SCPC) se aplica te rm in a l rem oto opera por “ ra ja d a s” c o m u n ic a ç õ e s, v ia sa té lite , disse o
m elhor quando o núm ero de pontos atin AMDT. p alestran te que, aqui, poucos produtos
gidos é m enor, sendo este o sistem a ado- Benjam in H im elgryn (ex-Em bratel), são o fe rta d o s , os equipam entos são>
Debate
Indústria P rivada e Estado: bifco nacional, isto sem falar nas comuni
Terminadas as palestras passou-se cações para fins militares previstas, in
aos Debates, coordenados pelo host Dal- P. Ribemboim (Autel) — A empresa clusive, para os Brasilsat Ifl e IV.
tron Magalhães da AD-RIO, com a livre privada aceitaria investir no segmento I
participação de conferencistas, debate- espacial? A Voz do Usuário:
dores convidados e da platéia. A. Del Fiol (Promon) — Nossa empre L. Gonzaga (Petrobrás) — Nosso pri
sa não se envolve na exploração de servi meiro contrato para comunicação via sa
ços de TCs. télite atrasou mais de um ano. Estamos
U tilização do B rasilsat: B. Himelgryn (Vicom) — Duzentos a desiludidos. Os únicos sistemas que fun
quatrocentos milhões de dólares não afu cionam na bacia de Campos (3 estações
H. Quevedo (Embratel) — Para telefo- gentariam uma empresa que procura para 240 canais) são importados. Em re
nia, os atuais B rasilsat estão am pla oportunidades rentáveis, mas é preciso lação à utilização do Inmarsat, Graças a
mente utilizados. Para tevê, todas as re comercializar o satélite para viabilizar o Deus que se trata de equipamento impor
giões do País estão atendidas e há pedidos investimento. O Governo, porém, não in tado!
para 16 redes regionais. Para comunica veste, apenas aplica dinheiro de terceiros. B. Himelgryn — Deve se forçar a pro
ção de dados, todas as previsões estoura H. Quevedo — Fabricantes e Embra dução de equipamentos no País, o que irá
ram. Vamos partir para alocações de ca tel são aliados naturais. Conflito poten gerar empregos e lucros, a ser reinves
pacidade de 1/2 transponder. Os trans- cial ocorre quanto à prestação de serviços. tido. Tecnologia é como bola de neve: com
ponders alocados para países vizinhos já A liberalização poderá ocorrer mas ape ela gera-se lucro, investimentos e mais
reverteram para uso da Em bratel. A nas para determinados itens. A coopera tecnologia.
utilização do Brasilsat superou as expec ção privada seria vista, por nós, sob forma Alexandre Tosony (Unysis) — Ques
tativas e a nova geração terá 56 ao invés de engenharia. A sociedade brasileira tiono, como usuário, o prazo para se con
de 48 transponders. através da Constituição, entendeu que o seguir uma proposta da Embratel.
L. Gonzaga (Petrobrás) — A falta de monopólio das TCs é a melhor solução A. Quevedo — Cada caso é um caso. É
outros meios de TCs gera verdadeiros ab para os objetivos nacionais. preciso configurar a rede do usuário.
surdos no uso do satélite. Nós temos esta A. Del Fiol — A regulamentação para Ainda não temos uma tabela contendo to
ções em Salvador (BA) para comunicação uso do satélite foi mal programada. Ele dos os parâmetros envolvidos, mas isto
a menos de dois km de distância e a IBM, não/oi considerado como oportunidade não tem impedido a venda de serviços.
aqui no Rio, também. para negócios, mas sim como engenharia. Não nos preocupa que se possa vir a saber
L. Nakonechnyj (TCs da Tevê Globo) Maior liberalização e criatividade serão o preço do transponder, isto aliás é fácil de
— Deveríamos entrar já com estações do necessárias no uso do satélite. achar confrontando, apenas, duas propos
tipo transportável. As estações regionais Nilo Chaves (ex-Embratel) — O mo tas distintas.
de tevê querem usar satélite, mas as tari nopólio é algo aceito em toda parte. Aqui, B. Himelgryn — É factível fazer uma
fas estão muito caras (risos). Não deveria é a administração do monopólio que está tabela, que pouparia muita movimen
a Em bratel ter consultado os futuros sendo tolhida. A Telebrás não pode ser tação.
usuários de tevê para a licitação de fu “Governo” (e viabilizar uma indústria na J. Lemes Lopes (Promon) — Faço mi
turos satélites? cional) e ao mesmo tempo ser voltada in nha oferta para desenvolver uma meto
H. Quevedo — Mantivemos muitos tensamente para o marketing. Os preços dologia.
contatos com a ABERT e com as emis são cada vez mais administrados, politi A. Del Fiol — O que pode ser feito em
soras. Para televisão a demanda é aque camente. A televisão, via satélite, paga relação ao mecanismo de “planta doada”?
cida. A televisão regional significa que até menos que o sinal de telefonia. O sa A. Quevedo — O usuário ao doar equi
uma determinada emissora quer gerar si télite é um bem eminente empresarial, pamento à Embratel recebe, em troca,
nal para uma série de notícias locais, de mas que dá sua cota social. uma tarifa menor, que é proporcional ao
interesse político, inseridas na programa J.C. Fonseca (Telebrasil)— O satélite investimento realizado, além de operação
ção das grandes redes. Assim, vamos usar é negócio, sem dúvida, mas também é ins e manutenção da planta. A Embratel nâo
o satélite para processar o mesmo sinal, trumento estratégico para o País. Com o tem interesse em se apossar do patrimô
muitas vezes. As tarifas de tevê não dão Brasilsat, ampliou-se a penetração das nio do usuário e para isto lhe dá uma tari
retorno, mas trata-se de uma operação de comunicações em regiões remotas e via- fa, diferenciada, proporcional ao investi
contexto muito especial. bilizaram-se as redes de televisão em âm- mento doado.