Page 48 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1989

T e l e p o r t R i o
Maquete preparada pelos japoneses (NTT) para o Teleport da zona portuária, no liio de Janei­
ro (foto menor).
Teleport é antes de tudo um estado
de espírito. Mercadológico. Tem como
ingredientes coisas tais, como a revita­
lização de velhos centros urbanos, a di­
namização dos negócios, o interesse pri­
vado, o m arketing intensivo, o comércio
internacional, a telemática sofisticada,
a liberdade do desregramento das tele­
comunicações. Irmão maior e menor de
Teleport são os conceitos da cidade e do
edifício inteligentes.
A idéia de Teleport nasceu nos mea­
dos da década, em Nova Iorque, à procu­
ra de mais espaço para edifícios corpo­
rativos. O local disponível para expan­
são era Staten Island, uma ilha situada
entre Nova Iorque e Nova Jersey. Ali
foi instalado, há cerca de 4 anos, um
conjunto supermoderno de edifícios in­
teligentes. O empreendimento é admi­
nistrado pela Port A uthority o f New
York and New Jersey, uma organização
que aufere rendas explorando o velho
porto de Nova Iorque (e de suas atrações
culturais, como o museu de navios), de
term inais rodoviários, aeroportos, tú ­
neis, parques industriais e do famoso
N ew York World Trade Center. Empre­
sas tais como Recruit S/A (grande edito­
ra Japonesa), Catholic TCs Network of
A m erica, Dun & B radstreet, M erril
Lynch e Telehouse (esta é um consórcio
de 19 organizações japonesas incluindo
KDD, Kajima; Fuji e Mitsui Banks; No-
m ura e Daiwa Securities), já ocupam o *
* In fo r m a ç õ e s s o b r e a 5.fl W T A
c o m Businnes Travei (021) 259-1656 e sobre
Teleport com a PROMI (021) 240-3700.
U m a i d é i a q u e v a i d a r o q u e f a l a r
J.C. Fonseca
riedade de serviços de voz, dados e ví­
deo. Uma área cercada de elevado muro
de concreto para blindagem contra in­
terferências eletromagnéticas abriga
dezenas de antenas para comunicações,
via satélite. Opera o serviço a Teleport
C o m m u n icatio n s (TC), uma joint-
venture, de 1983, entre Merryl Linch
Corporation (97%) e a Western Union
C om m unications System e que hoje
conta com patrimônio da ordem de 50
milhões de dólares. No âmago do negó­
cio, a Merryl Linch (corretora de valo­
res) ganhou da Western Union (telegra­
mas) a permissão, preciosa, para esten­
der cabos na região metropolitana da
ilha de M anhattan. A TC vende servi­
ços imobiliários, gerencia prédios e for­
nece ram ais de PABX de último tmpe
ramais externos aos ocupantes da Tele­
port, numa antevisão do que poderá ser
um condomínio no século XXL
Expansão
A idéia de T eleport se expandiu
m undial m ente, com as necessárias
adaptações, entre os objetivos privado
do lucro e o estatal do desenvolvimento
regional. Nos Estados Unidos, criaram-
Teleport of New York New Jersey, que se Teleports em Dal las, Houston e Bay
parte, agora, para a 3 expansão de sua Area (Califórnia) e instituiu-se a World
breve e dinâmica história. Teleport Association (WTA), que conta
Serve ao T eleport nova-iorquino com cinco anos de existência e uma cen­
uma rede de 240 km de fibra ótica, in­ ten a de associados — uma mistura,
terligando cerca de 90 edifícios na área eclética, de administradoras de Tele­
de Nova Iorque e suportando uma va- ports, operadoras de TCs, empreiteiras,
fornecedores de materiais, serviços e
consultoria. O desenvolvimento de um
Teleport nem sempre ocorre ligado à
Inteligência área portuária. Mas as idéias de comér­
cio e de instalações “inteligentes” esta­
A idéia de incutir “inteligência” em rão sempre presentes.
edificações e cidades está associada a Também, a realização de um Tele­
computadores e TCs. Mas vai além disso. port não corre por conta, necessaria­
Para Gustavo Borges, da Pert (um a firma mente, da empresa privada, diz a WTA.
brasileira de consultoria), o Brasil já con­ N a In g laterra, a British Telecom e a
ta com uma série de edificações que incor­
poram inteligência, tais como proteção M ercury International operam Tele­
contra incêndio, segurança, com unica­ ports e no Canadá (em Montreal, Toron­
ções e administração centralizadas. Bor­ to, Edm onton e Calgary) é a Telesat.
ges registra que a Casa da Moeda, as se­ Enfatiza a WTA que muitas operadoras
des da Caemi, do JB, do BNH, do BNDES, oferecem serviços de TCs tipo Teleport
no Rio de Janeiro e o Citibank, em São (ou será o contrário?), sem no entanto
Paulo, gozam de algum as ou de todas es­ estabelecerem centros específicos. E ci­
tas facilidades. Já para o Porto de Santos, ta como exemplo as AT&T (USA), Cable
houve projeto para edificações inteligen­
tes, mas ele não foi implementado. “Um & W irelles (UK), Companía Telefónica
prédio totalm ente inteligente, com todos de Espana (ES), Comsat e GTE Space-
os recursos que a moderna tecnologia ofe­ n et (USA), Local Area TCs and Data
rece, custa muito caro e as adaptações em C om m unications (Coréia), Cableset
prédios existentes podem não ser viáveis, Radio e France Telecom (FR), Italcable
economicamente. Mas nada impede que a (IT), International TCs Development
inteligência comece por uma boa arquite­ (Taiwan), KDD e NTT (Japão).
tu ra”, diz Gustavo Borges acrescentando Informa ainda a WTA que, na Euro­
que “é absurdo construir prédios, tipo cai­ pa em Avignon (FR), Colônia (AL), La
xote de vidro, que perm item a propagação
fácil do fogo de um andar para outro” e ele Hague (FR), e no Japão (Tóquio, Yoko-
elogia, sob este aspecto, a Torre do Rio ham a, Kobe, Nagoya), os Governos pen­
Sul, no Rio de Janeiro, que recebeu dele o sam em desenvolver Teleports visando
d e O s a k a (J A ),
grau de sem i-inteligente. (JCF) o desenvolvim ento regional. Também
existe idéia para implantação de Tele-