Page 45 - Telebrasil - Julho/Agosto 1989
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Padronização:
M i n i c o m , S E I e A B N T
A explosão da tecnologia eletrónica atividades do CB-21 (vide box), a in padronização brasileiras.
fez ecloair, no mundo, inúmeros bens e fluência brasileira já se situa logo atrás Sobre a necessidade de padronizar,
serviços de informática e de telecomuni de um grupo, mais atuante, formado explica Raul Colcher que interligar dois
cações. Usuários, principalmente os pelo Canadá, EUA, França, Inglaterra, equipamentos, sem padronização, pode
grandes, passaram a encontrar dificul Japão e Alemanha Ocidental. ser feito recorrendo a interfaces, portais
dades na interligação de equipamentos Nas telecomunicações, o advento da ou a programas emuladores e que, pa
de fornecedores distintos. Fornecedores, Rede Digital de Serviços Integrados — ra o usuário, tudo parecerá simples e
principalmente os grandes, tiveram, en RDSI, trouxe a reboque a Filosofia ISA, transparente. Mas a situação se compli
tão, que adaptar seus produtos a normas tal como vista pelo CCITT, como é o caso cará se forem milhares de equipamen
gerais, comuns, ao mercado. Quanto do sistema de sinalização CCITT n? 7 tos, sem padrões comuns. Este tem sido
menos um fornecedor tivesse que modi (por canal comum). Na RDSI, a defini o problema encontrado pelos grandes
ficar seu próprio produto para adaptá-lo ção dos atributos dos serviços de suporte usuários e pelos fornecedores e a origem
a normas gerais, menos prejuízo teria. (comunicação de dados) referem-se às do intenso interesse pelo modelo ISA e
Assim, recrudesceu a “Guerra Santa" três camadas inferiores do modelo ISA, que poderia explicar a expansão, re
da padronização, que tomou a forma, na ao passo que a definição dos telesservi- cente no Brasil, do CB-21. A abordagem
indústria da informação, de inúmeras ços (serviços verticais de processamento do fornecedor é a de permanecer, se pos
Cruzadas. Até aqui, o folclore; a seguir, e armazenamento de dados) cobrem os sível, com sua arquitetura proprietária
o mundo real. níveis restantes. As práticas Telebrás, a e fazer com que outros possam se ligar a
proposito, estarão até o Final de 89 con ela. Neste contexto, muitos clamam quç
Mundo formes ao modelo ISA e um Grupo de possuem a verdadeira padronização. “E
Trabalho, criado pela Portaria n: 100 da um mundo cheio de sutilezas, semânti
Internacionalmente, ditam as regras SG/Minicom, discute alterações com os cas, como é o modelo ISA", lembra o
de normalização para a indústria da in diversos interessados. coordenador do CB-21. Na opinião do
formação, a ISO e a UIT. A ISO, cuja si engenheiro Colcher, no Brasil assiste-se
gla significa Instrumental Organiza- Brasil a uma evolução em que foros governa
tion for Standartization (Organização mentais têm tido uma concepção, relati
Instrumental para Padronização) se A Lei 5966/73 criou: o Sistema Na vamente restritiva a modelos náo-ISA.
distingue da UIT — União Internacio cional de Metrologia, Normalização e Acoplados às soluções ISA têm-se perfis
nal das Telecomunicações, pelo fato de Qualidade Industrial — Sinmetro, inte funcionais e é bom que estes não se afas
náo possuir status de orgáo filiado à grado por entidades públicas e privadas tem m uito dos perfis internacional-
ONU e náo ser constituída por delega que exerçam atividade pertinente; o m ente aceitos, acha Raul Colcher,
ções oficiais de países-membros. Em re Conmetro (Conselho Nacional), ligado acrescentando que entidades como
lação à área da informática e telein ao Ministério do Desenvolvimento In SPAG, POSI e COS têm definidos sub-
formática destacam-se na ISO o TC-97 dustrial, C&T; e o Inmetro (Instituto), sets de implementação da arquitetura
ITechnicai Committee para informática) como órgão executivo. O Sinmetro, ofi- ISA e que será difícil o Brasil náo acom
e, na UIT, o CCITT (Comitê Consultivo cialmente, responde pela metrologia e panhá-los, aqui. iJCF) »
de Telegrafia e Telefonia). Em 87, sur
giria o Comitê Técnico Conjunto (Joint
Technical Committee: JTC-1) visando
coordenar os trabalhos entre ISO e IEC O que é o CB-21?
(International Eletrotechnical Com
mittee), a que mais tarde viria se juntar
A Associação B rasileira de Normas com a Abinee para apoio às atividades de
o CCITT. Técnicas — ABNT foi fundada em 1940. normalização, no campo eletro-eletrôm-
Importante na discussão da padroni Em 42, foi reconhecida (Lei 4150) como de co, com especial atenção às atividades do
zação da informação é o modelo de re utilidade pública. Em 83, como Forum CB-21. A primeira empresa que aderiu ao
ferência ISA (Interconexáo em Siste Nacional ae Normalização, pelo Conme convênio, na área de inform ática, foi a
mas Abertos), idealizado, em 77, na ISO tro. É estruturada em 23 Comitês Bra IBM Brasil, a que se seguiu a Unysis.
e tornado padrão internacional, em 84, sileiros (CBs) dos quais se destacam : O bjetiva a ABNT elaborar norm as
como o ISO/International Standard CB-3 Eletricidade (engloba eletrônica); técnicas por consenso. Há um sistema de
votação (peso 5 para sócio mantenedor, 3
CB-4 Mecânica; CB-14 Finanças, Bancos,
7498, que permite, dentre outras coisas, Seguros, Comércio, Administração, Do para coletivo e 1 para individual). M ante
a troca de informações entre sistemas cumentação e CB-21 Informática. As tele nedor se increve em até 5 Comitês, cole
a fim de que estes efetuem uma tare comunicações náo têm CB específico, na tivo em 3 e individual em 1. Uma NBR
fa, distribuída, em comum. Em 84, o ABNT, possivelm ente por razões h is (Norma Brasileira) poderá ser aprovada,
CCITT reconheceria o modelo ISA, sob tóricas. com ou sem restrições, ou ser rejeitada
forma da Recomendação X.200, eme di O CB-21, que congrega cerca de 1000 Ao sair da ABNT, uma NBR do CB-21 se
fere, porém, da 7498 por não adm itir profissionais, compreende 3 níveis hie gue ao Comitê de Coordenação de Infor
mática (CCI), do Ministério ao DIC&T. O
protocolos, do tipo sem conexão. No Bra rárquicos. São ao todo quatro subcomitês Minicom, a SEI e a ABNT têm assento no
(SC), onze comissões técnicas (CTs) e 32
sil, no mesmo ano, acompanhando o comissões de estudo (CEs). As atividades CCI. A Lei 7232 dá competência ao Conin
trend internacional, Minicom e SEI Fir do CB-21 expandem-se em direção à in (Conselho Nacional de Informática» para
mariam Portaria, conjunta, “apoiando o terconexáo em sistem as abertos (ISA). aprovar normas de homologação de pro
modelo ISA, também recomendado pelo Um novo SC está sendo criado, no CB-21. dutos de inform ática. A apresentação
CCITT”. Tratará de Redes de Computadores e Mo anual de um Plano Estratégico de nor
0 Brasil vem participando intensa delo ISA. As Comissões de Estudo — onde malização, ao Conin, cumpre, segundo a
mente das atividades internacionais de as coisas nascem e acontecem — serão ABNT, o que preconiza a Lei. Amplia-se,
[uanto à padronização, a atuação da in-
padronização. Na esfera da UIT, o Mini ampliadas de 32 para 50. Conta o CB-21 ? orm ática, da SEI, do CB-21, do Conin
com apoio da indústria privada e da SEI;
com mantém alta a participação bra firm ou com esta últim a, contrato para Como se situa a “cultura das telecomuni
sileira enviando representantes a even execução do Plano Plurianual de Normas cações, neste contexto? Refugia-se, ape
tos internacionais. Na ISO/IEC JTC-1, Técnicas, a ser aprovado pelo Conmetro. nas, nas práticas da Telebrás?
segundo Raul Colcher, engenheiro ori A ABNT vem de firmar, ainda, convênio
ginário da Embratel e quem coordena as
: e ie b f o s il. J u l. / A g o ; 8 9 4 3