Page 69 - Telebrasil - Março/Abril 1988
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A Resolução 14/60 de 01.02.88 insti Os leilões não devem ser confundidos vestimentos, como o Fundo Brasil, geri
tuiu o mecanismo de leilões: após au com a conversão da dívida por venture do pelo First Boston, que vende, em N Y,
torização do Banco Central, a empresa capital. Neste caso, trata-se de investi cotas do Fundo e compra, no Brasil,
divulga em folheto suas atividades e in dores (Sociedades de Capital de Risco) açóes de empresas brasileiras. Quanto à
tenção de ir a leilão. Este se dá num pre que, após aprovação do BC, vão ao mer remessa de lucros, a mesma é regulada,
gão especial da Bolsa de Valores. O cado captar investimentos de bancos in como se sabe, pela Lei 4.131/61 e tem
valor proposto da ação é-fixo e ganha o ternacionais credores, a fim de obter como base um imposto altamente pro
investidor estrangeiro que der maior ''capital semente” em atividades de alta gressivo, em função do quociente valor
deságio sobre o valor face da promis tecnologia. Do lado internacional, exis bruto a remeter, pela média móvel do
sória delinqüente. tem também fundos de captação de in capital registrado. (JCF) n-
Economia: o que esperar para 88
Ivan Leão (Policom)
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A p e rs p e c tiv a é p e s s im is ta . O s in d ic a cam ad as m enos privilegiadas. en erg ia hidrelétrica no otal da energia con
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dores do BG E a p o n ta m q u e d a n a a x a de or A s o n d a g e m c o n ju n tu r a l da F u n d a ç ã o su m id a pelo Puís, que e ra 30# em 86, passou
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mação e apital fixo, isto é, da a x a de n v es Getulio V a rg a s ap o n ta um q u ad ro pouco oti a er do 9,9# em 1987. No rab alh o n titu la
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tim ento, q u e caiu de 17,7% (86) p a r a 16,6# m ista p a ra o lado in d u stria l: re tra ta ç ã o no do perfil energético p ara o ano 2000 consta
do PIB (87). O próprio PIB d e v e rá a p re s e n ta r m e rc a d o in te rn o , in v e s tim e n to s a d ia d o s, q u e o P a ís d e v e ra e s ta r consum indo 2 m i
em 87 u m crescim en to de a p e n a s 3%. A m bos produção v o ltad a p a ra a ex p o rtação , d im i lhões de b arris diários de petróleo, dos quais
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os n ú m e ro s c o n tr a r ia m a s m e ta s do plano nuição na utilização da capacidade in s ta la produzirá a p e n a s a m etade, m portando a ou
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m acro eco n ô m ico (B re s s e r) q u e p r e v ia u m da. A ssim , a u tilização da c ap acid ad e in s tra m etade, ignificando um gasto estim ado
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crescim ento m ín im o de 5 # e um nível de n talada p ara a in d ú stria em geral é de 7 9 # ; em cerca de 12 ilhões e dólares nuais. Es
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vestim ento de 1 9 # do PIB. A g ra n d e m aio ria para bens de consum o 7f>#; p a ra bens de ca sas previsões podem ornar-se piores na m e
dos s e to re s i n d u s tr ia is n à o p re v ê in v e s ti pitai 68# ; ara m aterial de construção 77# ; did a q u e as m e ta s da E le tro b rá s p a ra im
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m entos, e m b o ra reco n h eçam u m a ocupação e p a ra bens de consum o n term ed iário 8 4 # . plantação de u sin as hidrelétricas não estão
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da capacidade in s ta la d a a in d a elev ad a e ve Nota-se claram en te a baixa ocupação das sendo cu m p rid as e os n v estim en to s da Pe-
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ja m com o tim ism o o rescim ento d a s v en d as m aq u in as na in d ú s tr ia de b e n s de capital, (ro b ras em prospecção e produção am bém
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p a ra o m ercado ex tern o . A n d ú s tria de bens on d e são fabricados os eq u ip am en to s paru estão dim inuindo. Portanto, tem os pura o fu
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de capital m a n té m s u a rad ição de se r o p ri a te n d e r as dem ais ndustrias. Nota-se am tu ro um a perspectiva b a sta n te perigosa de
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m eiro eto r a e n tr a r n a crise e o ú ltim o a air bem a continuação da boa ocupação da capa c o n su m irm o s a in d a m a is p e tró le o im p o r
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e é o egm ento q u e m a n té m as m aio res c a p a cid ad e p ro d u tiv a da in d ú s tria que fabrica tado. olocandoo P a íse m perigosa d ependên
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cidades ociosas. A q u e stã o do n v estim en to b en s nterm ed iário s, ou seja, peças, compo cia na área dos om bustíveis e fragilizado por
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ap resen ta m pactos n eg ativ o s p a ra o nível do n e n te s e m a té r ia s - p r im a s in te rm e d iá ria s um v u ltu o so d esem b o lso em d ó la re s p ara
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em p reg o e p o r e x te n s ã o p ela d e p re ssã o da p a ra as dem ais n d u strias Neste setor está compra do petroleo. O program a 2010 a Ele
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m assa a la ria l, á que as m p re sa s d e ix a m de contida a possibilidade de expansão dos pre trobrás prevê ao final do século a geração de
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d isp u tar o ra b a lh a d o r e este o rn a-se ofeiV- ços, m esm o acim a da inflação, m decorrên 96 m il M ogaw atts de e n e rg ia h id relétrica,
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cido no m ercado. S u rg e omo ossibilidade e cia da concorrência do mercado. Se o etor de significando p raticam en te duplicar o olume
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am p liação dos in v e s tim e n to s o m ecanism o b en s in te rm e d iá rio s não nveste p ara a m a t u a l M u i ta s d a s n o v a s u s i n a s e n c o n
da conversão da dívida q u e poderá e p re se n p lia r sua capacidade de produção, continua tram -se longe dos centros urbanos em áreas
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ta r inversões e erca de 200 m ilh õ es e óla- sen d o beneficiado pela d isp u ta dos dem ais de econornicidade discutível e com im plica
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res/mês, hegando ao inal do an o om n v es .setores n d u striais por eus produtos, mesmo ções ecológicas am bém sujeitas a debates. O
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tim entos de 2 bilhões de d ó lares. A dificul se os d em ais etores stão desnquecidos. Isto gás n a tu ral dificilm ente atenderá a m ais de
dade neste contexto e stá no controle do défi tam b ém significa que q u alq u er aum ento na 5 # do total das necessidades da m atriz e n er
cit público. O G overno q u a n d o g a s ta m a is do produção dos dem ais setores vai se deparar gética. Resta a opção da energia nuclear, a
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que g an h a, m ite m oeda p a ra obrir o rombo, com escassez e alta de bens interm ediários, qual será im prescindível, além de er neces
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a onversão da dívida a m b é m obriga a e m is provocando novo aum ento de preços. sário enovar todos os program as de n erg ia
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são de ruzados, u rg e p o rtan to u m a d isp u ta Pelo ev an tam en to da Fundação Getúlio altern ativ a a tu a lm e n te squecidos com olu
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e um conflito de nteresses. V argas, os egm entos n d u striais que plane ções a nível local e regional.
ja m a u m e n ta r su a capacidade de produção
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I n t e r v e n ç ã o d o E s t a d o nos próxim os ois nos são os eguintes: Re A p r o d u ç ã o d o c a m p o
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frigeradores, maq de ostura e maq. de avar
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Hoje m dia, é pacifico q u e o P aís p a ra li e secar m ais 10#, m at. elétrico e com unica O País vem m antendo ua produção g rí
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sou o processo de statização. O s n ú m ero s o ção m ais 12#; elulose e apel m ais 10#; mo cola em expansão. No perfil atu al do istem a
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bre a participação do E sta d o nos n v e stim e n biliário m ais 10#; fibras n a tu ra is m ais 14#; de fin a n c ia m e n to , o g ra n d e p ro d u to r tem
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tos em o n stram c la ra m e n te a m aio r p a rtic i e bebidas m ais 13#>. m ais hances de xpandir-se, endendo a or
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pação dos n v estim en to s privados. A discus Deve-se acrescentar o etor químico e pe n a r difícil a obrevivência do pequeno produ
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são, a tu a lm e n te , e s tá c e n tra d a no poder re troquím ico que está pronto a ealizar xpan tor. O Brasil co n tin u a tendo um a produção
gulador do Estado, n a econom ia e n a s d is tr a sões pelo m enos am p lian d o o Pólo do N o r agrícola b a r a ta em term o s in tern acio n ais,
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ções que isto a c a rre ta . A m á q u in a e sta ta l é deste e criando o Pólo Petroquímico taguaí m as seu s custos de com ercialização (tra n s
reconhecidam ente ineficiente, e m p re g a ex no Rio de Janeiro. Im portante notar que de p o rte s , a r m a z e n a g e n s e in te rm e d iá r io s )
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cessivam ente e não x ecu ta a re fa s íp icas de todos os setores que pretendem expandir-se torna os produtos ofertados p ara o onsum i
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Governo como ra n sp o rte s, aú d e, ducação e a p e n a s os segm entos de m obiliário e fibras dor final num nível m uito levado. Os custos
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n a tu r a is são g erad o res de em prego im por de produção são os m ais baixos do mundo,
saneam ento básico. O s n ú m ero s do n v esti
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mento do E stado m ativ id ad es ípicas de Go ta n te s . Todos os dem ais possuem níveis de m as os custos de omercialização são os m ais
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verno são m odestos em co m p aração aos in autom ação elevados. caros do m undo, dem onstrando que os ecur
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vestimentos das m p resa s e sta ta is. T al ons sos estão refluindo p ara os egm entos da in
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E n e r g ia term ediação n u m a divisão njusta do esul
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tatação dem onstra que pouco ou q u a se n ad a
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poderá er onseguido n esta e s tr u tu r a de d is tado desta atividade. G randes organizações
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pêndios p a ra d im in u ir a c h a m a d a d ív id a o As informações sobre a m atriz nergética que podem a tu a r em todas as pontas são as
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b rasileira apresentou ao final de 1987 o pri que poderão e eneficiar dos m elhores esul
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cial, ou seja, a a lta de acesso de m ilhões de
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brasileiros a serviços básicos (m o rad ia, s a m eiro a le rta obre a curva de tendência para tados. Esse sistem a além de injusto é peri
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n e a m e n to , e d u c a ç ã o e s a ú d e ) . C om isso, o uturo. E m 1987 pela prim eira vez a e n er goso, pois e n d e a re s tr in g ir a in d a m ais o
g ia h id re lé tric a a p re sen to u u m a queda na acesso à a tiv id a d e econôm ica, n u m a á re a
m antém -se re s trita a s possibilidades de a s
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censão social das novas gerações e icam es su a participação relativa, enquanto o petró onde a e stru tu ra undiária á é um a das limi
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trito s aos a u m e n to s do n ív e l do e m p re g o leo presentou crescim ento ( e 31,8# em 86 tações m ais graves. ^
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qualquer m pliação da m obilidade ocial nas passando a 32,8# em 87). A participação da