Page 51 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1988

Akio Morita
Segundo o jornalista norte-am erica­
no, Peter Ross Range, "há 33 anos um jo­
vem homem de negócios visitou o Oci­
dente e ficou profundam ente hum ilhado
ao perceber que a expressão Made in Ja-
pan era um sinônim o in te rn a c io n a l
para mal-acabado. E ra um a expressão
que produzia piadas e risos. Hoje, os ri­
sos são ouvidos quando se contabilizam
os lucros de Akio M orita, co-fundador e
presidente da Sony C orporation, que
continua a usar sua em presa de m uitos
bilhões de dólares como fonte de novas e
fantásticas invenções.
A kio Morita, presidente da Sony Corp.: ”Ri
melhor quem ri por últim o”.
Foi a Sony que deu ao mundo rádios
transistorizados produzidos em massa,
os inovadores receptores de televisão
Triniton, os video-gravadores Betamax
Formatos que não se casam
Em vídeo, o tam anho do formato é a
larg u ra da fita m ag n ética. E o modo
operacional é caracterizado pela soma do
acondicionamento da fita, da trajetória
durante a gravação e da disposição das
pistas gravadas na fita magnética. Estas
características variam para cada formato
de vídeo.
Formato U-M atic: 3/4 de polegada.
Utilizado por produtores profissionais e
pelas emissoras comerciais de televisão.
Códigos das fitas: KCA-60 ou UCA-60
que é a fita norm al com 60 m inutos de
duração (é a máxima neste formato). KCS
(20 minutos), fita compacta para grava­
dor portátil muito utilizado pelas equipes
de reportagens de TV.
Betamax ou Beta: meia polegada. Semi-
profissional e doméstico. Códigodas fitas: L-
500, para duração normal de duas horas.
Velocidade: Beta II, 2 cm/seg., ou Beta III,
1,33 cm/seg; que proporciona trés horas
numa fita L-500.
VH S (V ídeo H om e S y s te m ): m eia
polegada. Código das fitas: T-120, sendo T
o tempo de freqüência de 60 Hz na cor­
rente alternada. O código E-120 é para a
e os toca-fitas portáteis walkman. Mais
im portante que isso, contudo, é que seu NAB abre exposição
presidente é o espírito dirigente de uma
geração japonesa guiada pela tecnolo­ com novidades
gia, que transformou um país devastado
pela guerra naquele que muitos consi­ Ao mesmo tempo em que a Sony e a
deram a segunda potência industrial do JVC disputam o mercado mundial do vi­
mundo nos dias atuais. deocassete doméstico,' essas m esm as
Conhecido também como um filósofo empresas japonesas apresentam suas
japonês, Akio Morita tem pensamentos novas versões do vídeo profissional na
como este: "Os ocidentais se preocupam 66;' Exposição Internacional da NAB, de
dem ais com pesquisas de mercado. A 9 a 12 de abril próximo, em Las Vegas,
pesquisa de mercado está na minha ca­ EUA. Os novos sistem as de gravação
beça”. E este outro: "No Japão, acredita­ Super-VHS e Beta ED, entre outros im­
mos que uma das coisas mais im portan­ portantes avanços tecnológicos, ofere­
tes numa companhia é o moral dos tra ­ cem resolução horizontal superior a 400
balhadores; se eles perdem seu en tu ­ e 500 linhas (melhor definição de cores e
siasmo pela empresa, esta talvez não so­ maior nitidez de imagem).
breviva por muito tempo”. A notícia divulgada no boletim da
A propósito da concorrência japonesa Embravídeo, por intermédio da Conví-
nos negócios, Akio Morita escreveu em deo-Consultoria e Projetos Ltda., diz
seu livro M adeinJapan: "Na verdade, a ainda que "projetados inicialm ente
glória do negócio japonês, o sangue do para o mercado doméstico, a partir dos
nosso motor industrial, é a boa e velha atuais VHS e Betamax, esses novos sis­
concorrência. Um tipo de concorrência tem as ganharam , rapidam ente, suas
dura, claro, às vezes tão dura que eu me versões profissionais, e hoje estão sendo
preocupo se devemos ou não exportá-la bastante discutidos nos Estados Unidos
para outros países. Nós, japoneses, so­ como possíveis sucessores dos atu ais
mos competitivos não só nos negócios, U-Matic (240 linhas nos modelos stan­
mas também na vida diária (...) Na luta dard o 340 linhas na série SP) em alguns
por uma fatia de mercado, a duríssima tipos de utilização, como comerciais me­
concorrência comercial acaba funcio­ nos sofistica (los e em operações de
nando regida por uma lei não escrita campo de telejornalismo”.
um a só com panhia, gananciosa, não Especialistas do setor acreditam bas­
pode ficar com tudo. No entanto, se uma tan te no S-VHS o no B eta ED, lem ­
companhia afunda, seu concorrente não brando também que o U-Matic chegou
vai m antê-la na superfície (...) Devo es­ originalm ente para o mercado domés­
clarecer, contudo, que estou falando tico, em 1971, vindo conquistar algu­
principalm ente sobre as principais e mas fatias do mercado profissional pela
grandes indústrias japonesas, das quais excepcional redução de custos que re­
todas exportam mercadorias, além de presentava sobre o video-tape de rolo.
vendê-las no mercado interno”. — Hoje, uma ilha de edição em S-VHS não
tem todos os recursos técnicos de uma
ilha U-Matic, mas já custa um terço de
seu preço. Não resta dúvida, que na fai­
xa profissional o sistema U-Matic vem
sofrendo, nos últimos dois anos, alguma
concorrência dos sistemas profissionais
freqüência européia de 50 Hz, que con­ de meia polegada Betacam e M-II, que
some menos fitas em duas horas. Logo, a tem a grande vantagem de trabalhar
fita E-120 tem menor metragem que a T- em component, um processo que grava
120. separadamente os sinais de cores (con­
Formato Vídeo 8: O padrão interna­
cional existe a nível de fábrica. 8 mm de vertidos em dois sinais denominados B-
largura. Seu código é P6-120 para as fitas Y e R-Y) e a lumináncia(Y). O resultado
MP (metal-particle) com duas horas de é uma gravação quase sem perda de re­
duração. A MP é constituída de partículas solução.
de metal puro agregadas numa base de De qualquer forma, mesmo que haja
poliéster. As fitas ME (metal-evaporated) um crescimento absoluto do S-VHS e do
são constituídas de metal puro evaporado Beta ED, tomando mercado do U-Matic
no vácuo, que propicia menor espessura e
duração de até 3 horas em vídeo 8. As na faixa mais baixa, e do Betacam e do
velocidades são SP e LP (Standard e Long M-II (que começaram a cair de preço),
Play), esta últim a permitindo dobrar a na faixa mais alta, é muito difícil uma
duração. P ara uso doméstico, por en ­ saída de mercado do U-Matic, mesmo a
quanto. longo prazo. Existem atualm ente mais
São camcorders profissionais: Beta- de um m ilhão de equipam entos em
cam, de meia polegada; Recam, também operação em todo o mundo, principal­
de meia, que futuramente poderão substi­ mente em emissoras comerciais de TV, e
tuir o formato U-Matic, de 3/4 de pole­
gada. milhões de fitas gravadas, para garan­
Formatos de VT: B ou BCN de uma tir o futuro desse sistema profissional.
polegada de largura, carretel aberto; C, A tendência futura, porém, é o uso do
também de uma polegada; Quadruplex ou HDVS (High Definition Video System)
Quad. em sistemas de produção (estúdio) e em
transmissão ibroadeasting). ir