Page 60 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1987
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Reportagem: João Carlos Pinheiro da Fonseca
Medusa era o nome com que os gre Janeiro demonstram a extensão que sat, as informações instântaneas de om.
gos apelidavam uma das três Gorgonas, Medusa deverá abarcar. São 180 mil necessitam (cobrindo dados, imacen,
monstros alados com cabelos de ser mandados de prisão decretados e arqui voz e texto). e s>
pente, a única cujo olhar era mortal e vados na Polinter e 3 mil os hóspedes — AJalta de informações precisasso
que é agora o nome adotado pela Secre carcerários cujas fichas precisam estar bre delitos e criminosos tem levado a
taria de Polícia Civil, do Rio de Janeiro, permanentemente atualizadas. "Exis uma situação de impunidade. As infor
para a rede de dados que está implan tem criminosos com até 150 passagens mações, por outro lado, precisam estar
tando. Para tal já foram adquiridos registradas na polícia, mas a média os rapidamente disponíveis — assegurou
vinte micros (Sid), vinte impressoras cila entre 3 e 4”, disse José Raul Alle Allegretti refletindo que "a vida imita a
(Rima XT), vinte modems (Moddata) gretti. Mas isto não é tudo. Só no Insti arte e à semelhança do processo descrito
que conjuntamente com o supermicro da tuto Felix Pacheco, onde ocorre a identi por Agatha Cristie (1891 a 1976) para
Digirede, instalado no CCOS (Centro de ficação datiloscópica (inclusive para os solucionar crimes, seu esclarecimento
C oordenação de O perações e Se crimes de trânsito) existem 10 milhões depende de lógica e de novas informa
gurança), constituirá o núcleo inicial da de fichas armazenadas e assim, pratica ções operadas numa ação interativa
Medusa. mente, 10% da população do Estado já exatamente o ambiente no qual a tele
''Atenção CCOS! Atenção CCOS! foi objeto do artigo 6.° do Código Penal mática se sente à vontade”.
Viatura chamando...” é a mensagem (abertura de inquérito e identificação). Mas é o elemento humano que faz
que colocada no ar leva a informática na funcionar todo o sistema. Ao todo, no
luta contra a delinqüência. A idéia é a CCOS, são 70 policiais que se revezando
de usar comunicações modernas para numa escala de 12 horas de serviço, a
prover ao rápido acesso dos policiais a cada 60 horas, operam 8 mesas de 10 ca
informações cadastradas, em um centro nais destinadas a atender o pessoal das
computadorizado, deu a entender Luiz viaturas e delegacias, fornecendo-lhes
Ernesto Krau, do Detel. Na outra ponta informações sobre autos roubados e as
da Telemática atua o engenheiro e eco saltos a bancos, com base no computa
nomista formado pelo ITA José Raul Al- dor da Proderj. O policial usando rádio
legretti, 44, cedido pelo Minicom para contata o CCOS e no caso do furto de veí
implementar a Diretoria de Telemática culos ou de um veículo suspeito a pes
criada pelo Governo Moreira Franco. quisa ao computador é acionada.
— Na primeira fase, que custou 23 Ocorrendo um assalto a banco, atra
milhões de cruzados, Medusa está ins vés de uma mesa principal Master, to
talando equipamentos no Gabinete do das as freqüências rádio são acionadas,
Secretário, no Departamento de Admi interrompendo as comunicações que
nistração, na Corregedoria, Subsecre José Raul Allegretti, diretor de telemática. porventura estejam sendo efetuadas eé
tária, Institutos Felix Pacheco, Carlos dado um alarme geral. Neste momento,
Éboli e Médico Legal, Serviços de Fis as viaturas mais próximas ao assalto
calização de Armas e Explosivos e Dele Se a informática é importante para convergem de imediato para o local.
gacias Especializadas — explicou Raul armazenar dados, organizando-os em A segunda fase da implantação do
Allegretti. cadastros e banco de dados, as TCs são projeto de informática da Polícia Civil
Informações são tão vitais para o tra essenciais para levá-los aonde neces começará no próximo ano, a um custo de
balho do policial quanto o hardware de sário e, assim, as delegacias, inclusive 1 bilhão de cruzados financiados pelo
seu armamento ou de seu transporte. Os as do interior, serão equipadas com an BNDES. Prioridade será dada ao Cen
números com que lida a Polícia do Rio de tenas parabólicas para obter, via Brasil- tro de Processamento de Dados — CPD,
que funcionará no mesmo prédio da
Diretoria de Telemática — ao lado da
Secretaria — no centro do Rio de Ja
Brasilsat Viatura neiro.
Com o auxílio de fac-símile, telex.
term inal de vídeo, microcomputador.
equipamento rádio e para uso via saté li
te, cada delegacia se transformará. n,?
futuro, num verdadeiro centro t.lenia-
tico organizado para dar combate ao cri
me. Outro problema que se levanta sera
Equipamento
portátil o da proteção aos dados. T -
Todavia, conforme declarou J°-_
micro Raul Allegretti, é um erro pensar
informações contidas no computa
texto precisam ser sigilosas. Sua memoria
armazenar, o que é hoje, a privacl
fac-símile do criminoso. E é justamente estap nt0
Central de cidade que é necessário acabar. ^uvaCj.
Informações
telefone mais perigoso o bandido, menos Prl\ ve
dade deve gozar. A população dele ^
Delegacia ter o maior conhecimento possi'e .g
poder se precaver. O bandido do y ^
Como serão equipadas as Delegacias do Estado do Rio. identificado pública e facilmente.