Page 36 - Telebrasil - Março/Abril 1987
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Software
Os dirigentes de um a entidade, por Com referência à recente criação da Luigi Nese, que dirige a regional de São
um a questáo de coerência, devem refle ABES — outra Associação que tra ta de Paulo, é tam bém vice-presidente substi
tir o ponto de vista médio dos associa software — o novo empossado náo fez tuto de Francisco Ramalho.
dos. Assim, reveste-se de redobrada im por menos, achando que ela, hoje, "iden V isa a Assespro proteger juridica
portância o discurso de posse das dire tifica um grupo de distribuidores de pro m ente a propriedade dos programas; re
to rias recém -eleita, quando se fazem gramas estrangeiros, ao passo que antes gulam entar o comércio de programas-
promessas, traçam -se novos rumos e ex o mesmo grupo usava a tribuna da As produtos, incluindo os estrangeiros;
plicitam-se posicionamentos. A posse de sespro, distorcendo a entidade”. Porém, combater a formação de joint-ventum
Francisco Ramalho, que substitui Nil- ele reconhece que do ponto de vista da em setores já atendidos pela empresa
ton Tram a, à frente da Assespro Nacio importação clandestina de programas, nacional; aten tar para o comércio inter
nal, náo fugiu à regra. Iniciou dizendo ambas associações querem combatê-la, nacional de serviços de informática e
que: mas discordam, quando se tra ta de im para o fluxo de dados transfronteiras.
— O Brasil, ao lado dos EUA e do J a por controles na importação legal, que a J á no terreno prático, fruto de convé
pão, é um dos poucos países do mundo Assespro quer que sejam efetuados "a la nio com a Cobra, dezenas de associados
capitalista capaz de suprir mais da me Cacex” e a ABES, náo. da Assespro irão participar do desenvol
tad e de su a dem anda dom éstica por vimento do Sox, um sistema operacional
com putadores e seus periféricos, mas A ssespro m ulti-usuário, de padrão internacional,
que o modelo brasileiro de informática, totalm ente desenvolvido no Pais A As
vitorioso, sofre, no entanto, do fato de A Associação B rasileira de Em pre sespro se distinguiu por entrar com um
náo ter um a política de software, algo sas de Informática representa os produ recurso contra a decisão da SEI, quando
que tem sido grandem ente subestimado tores nacionais de software e compre esta classificou, como empresa nacio
pela comunidade. ende 9 regionais cujos dirigentes são vi- nal, a GSI — uma joint-venture da IBM,
Afirmando que os mentores da Polí ce-presidentes da Assespro Nacional. com o grupo Gerdau — decisão que a en-
tica N acional de Inform ática (leia-se tid ad e considera um perigoso prece
SEI) têm assum ido uma visão estrita- dente contra a política de reserva de
m ente industrial, prosseguiu o orador mercado.
citando que a m aioria dos programas de Por ocasião de posse de Ramalho. o
computador, que existem disponíveis no presidente da Abicomp, José Mesquita,
País, são contrabandeados, tornando-se cujo en tidade representa os produtos
necessário desenvolver, urgentem ente, n a c io n a is de hardw are, disse que a
program as independentes e genuina m esm a tra b a lh a , ideologicamente,
m ente nacionais. junto a Assespro no sentido de manter a
A propósito da lei de software, ora inform ática verde-am arela. Revelou
tram itando no Congresso, declarou Ra tam bém M esquita estar preocupado
malho à Revista Telebrasil que a Asses- com o impacto das dificuldades brasilei
pro co n trib u irá com 3 ou 4 em endas, ras sobre a importação de insumos para
sendo a principal referente ao disposi a indústria de informática Dos 600 mi
tivo estabelecendo que o distribuidor de lhões de dólares da cota que cabe ao se
software estrangeiro, uma vez cadastra tor de inform ática apenas 25^ foram
do, poderá por três anos rem eter divisas usados pelos associados da Abicomp. ca
por cada cópia comercializada, algo que bendo o restante às multinacionais e a
ele considera "verdadeiro absurdo”. Francisco Ramalho, presidente da Assespro. equipam entos estrangeiros.
Mussalém preocupado com estado da arte
O presidente nacional da Sociedade cursado como técnico fazendário do Es nal. A reserva, sem dúvida, trouxe enri
de Usuários de Computadores e Equipa tad o de P ern am b u co , é, d e c la ra d a quecimento, m as vejo que pouco fez em
mentos Subsidiários — Sucesu é agora o mente, em m atéria de reserva de m er term os de pesquisa e desenvolvimento,
economista Josué Souto M ussalém, 39, cado, pela total livre iniciativa, sem res salvaguardadas as honrosas exceções
superintendente do Instituto de Infor trições. E ele explica por quê: A lguns dos pontos de vista de Mus
m ática da Fundação Joaquim Nabuco e — Em outubro de 1992 term inará a salém e que balizam o que será sua ges
p re s id e n te da S u cesu -P ern am b u co . reserv a de m ercado de inform ática e tão à frente da Sucesu: 1) — as teleco
Eleito pelo sufrágio de 12 votos dos diri seremos a 6.* economia m undial e fico municações e a informática são. obvia
gentes regionais contra 5 que foram da- preocupado como se encontrará o estado m ente, convergentes, mas há a nece-
doB a seu único competidor, Renato Ció- da arte de nossa informática, para, en dade de m aior difusão das facilidade*
glia (SP), o novo titu la r, ap esar de con- tão, enfrentar a competição internacio disponíveis por parte das operadoras d»
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