Page 20 - Telebrasil - Março/Abril 1987
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tando-se apenas algum equipam ento.
Mas, ao se falar de serviços de faixa larga
(serviços bidirecionais de vídeo, comu Opiniões de Glowinski
tados ou não) a rede precisa ser radical-
m ente modificada, às custas de enorme
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investimento. • Rede Digital E vantajoso tornar é um sistema misto, satélite-fibra óptica
digital a rede urbana e interurbana. que compete com a difusão direta de TV.
Na Europa, os serviços de faixa larga
Quanto à linha de assinante, esta deve via satélite.
representam , em teoria, um fator impor
ser digitalizada apenas quando houver
tan te sob o ângulo do aum ento da pro
um percentual aceitável de usuários in • Faixa Larga — O primeiro passo é o
dução in d u stria l, porém , na p rática, teressados em serviços que requeiram ou da difusão de TV, mas com canal de re
prevê-se um horizonte de cerca de 15 tra linha telefônica. torno Haverá programas locais e em vi-
anos para que o processo se revista de deotape competindo com a programação
uma maior importância prática. • Videotexto — É um serviço de infor das redes nacionais de TV. Pelo canal de
mações operado a partir da rede telefó retorno poderá haver votação dos usua
RDS1 nica urbana, incluindo uma central espe rios em relação a que programação dese- !
cífica para base de dados. Os fornecedores jam ver e ouvir. A segunda fase é esta
de informação preferem, ao contrário, belecer uma rede de faixa larga.
A Rede Digital de Serviços Integra
empregar rede de pacotes, que é mais efi
dos re p re se n ta , sem dú v id a, um dos
ciente. O verdadeiro inimigo é, todavia, a • Fibra Óptica — A nível de linha de
m aiores desafios com que se defrontam televisão, que é assistida durante horas, assinante, ela só será conveniente se os
as adm inistrações de telecomunicações. diariamente, ao passo que o videotexto é usuários estiverem dispostos a pagar
Poderá levar de 15 a 20 anos para que a utilizado apenas de 2 a 3 minutos. Como para gozar de uma muítiprogramaçáode
d ig italização chegue a nível do assi competir? TV. Porém, cabo coaxial ainda compete
nante residencial, como um todo, dotan- com a fibra quando so se quer apenas um j
do-o de m ulti-serviços. É bem possível • Cabo TV — Na França, só existem al canal de TV. i
que decorridos estes anos chegue-se a gumas cidades com este serviço O melhor
satisfazer às necessidades do mercado
não-residencial.
Todavia, pode o planejador imaginar
que certos segmentos de mercado pode cações, baseadas apenas na velha dupla curto prazo (5anos) e o outro faz uma
rã o s e r m a is p e n e tra d o s ’ do que telefone-telex. prospecção intelectual do que pretende
outros se encam inhar seu esforço, nesta Mas tudo leva, em últim a análise, a ser o futuro a longo prazo (15 a 20 anosi
direçáo. F rança, Bélgica e Itália em pensar no enorm e volume de recursos Cabe no cenário a curto prazo: veri
pregam a estratégia de modificar a rede necessários para im plem entar o concei ficar a penetração dos diversos serviço»
telefónica e x iste n te (digitalizando-a to de RDSI. Por exemplo, na Com uni (n de term inais, tráfego, crescimento
progressiva mente) ao passo que o Reino dade Européia fala-se em investimentos esperado, ta rifa s e sua repercussão1;
U nido e s tá c ria n d o um a nova rede da ordem de 400 bilhões de dólares em descrever a rede (arquitetura, digitali
superposta, via satélite, para atender às 15 anos para se estabelecer uma rede de zação, in te g ra ç ã o , custos e investi
necessidades corporativas, deixando a faixa larga, caindo para metade no caso m entos operacionais por segmento de
digitalização de su a rede tradicional de faixa estreita, incluindo term inais e mercado); e av aliar o potencial indus
para mais tarde. PABX necessários. tr ia l (e q u ip a m e n to s, componentes,
Isto dependerá do grau de d ig itali O segredo para o sucesso da im planta P&D, nível tecnológico, participação
zação da rede, que na França já u ltra ção vitoriosa de uma RDSI é um só — o internacional).
passa o índice de 30% perm itindo a co problema deve ser atacado globalmente A longo prazo, o jogo passa a ser co
n exão d ig ita l te rm in a l a te rm in a l, pelas operadoras, pela indústria e pelo mandado pela consistência a ser manti
através da introdução apenas de sinali governo, a v a lia n d o c o rre ta m e n te o da entre os fatores técnicos, industrial,
zação e de uns poucos equipamentos adi potencial que o mercado oferece. sócio-económico, levando em conta o*
cionais. Ao invés, nos casos em que a aspectos regional e internacional, tudo
com utação pública digital e a rede de Planejamento isto coerente com o cenário já estabele
troncos for apenas da ordem de 1 a 2%, se cido para outro prazo. Equivale a des
rá talvez preciso adotar outras estraté Em term os de planejam ento, a per crever tecnicamente o que será a rede do
gias para se chegar à RDSI. gunta fundam ental u fazer é uma só — a ano 2000 ou 2010; que investimento e
No cen ário europeu (12 países), o quem se destinam as telecomunicações parque industrial devem ser previstos, e
período de 1990 a 1995 poderá ser o de do País? C onceitualm ente, as TCs se que m edidas adm inistrativas, legaise
m aior investim ento global e da insta apoiam num trip é co n stitu íd o s pelo políticas, deverão ser tomadas.
lação da rede de assinantes RDSI, para serviço, pela infra-estrutura da rede e Como resultado de tal processo o que
um sistema de comunicações integr adas pelo aspecto industrial? se espera obter é, para as operadoras-
de faixa e stre ita para o m ercado não Q u an to aos serviços é necessário um a definição dos padrões de trans
residencial e para os usuários indivi avaliar que demanda existe nos merca m issão (m icroondas, satélites, cabos,
d u a is íaficcio n ad o s da in fo rm ática) dos domésticos e residencial, frente às fib ras); de com utaçãoa (RDSI, faixa
que as desejarem , dispostos a pagar as condições sócio-económicas existentes, larga e estreita) e de rede local (a níve1
novas tarifas. tom ando em conta as diferenciações de assinante). P ara a indústria é dar-
Não se pode esquecer que os serviços regionais. Q uanto â rede há que consi lhe o benefício das perspectivas a curtoc
de teleco m u n ic açõ es são m ercado e d erar os aspectos económico e técnico longo prazos para seus produtos e servi
d essa m a n e ira dependem do estad o (c r e s c im e n to f d ig ita 1 izaçáo , in te ços. P ara os legisladores e administra
sócio-económico de cada região ou País. gração, facilidades existentes, padroni dores contem plá-los com um elenco de
Até que ponto o consumidor residencial zação). Q uanto ao ângulo in d u strial dados objetivos que necessitarão par»
estará disposto a pagar pelas novas faci consiste em estim ar o mercado domésti decidir sobre questões tais como: des
lidades? P referirá consum ir m ais TV co e p a ra e x p o rta ç ã o , in c lu in d o os regram ento ou monopólio, pesquisa?
ou mais videotexto? E quanto ao mundo mercados afins da automação e do entre desenvolvim ento, economia de escab
dos negócios? Ainda é preciso conven tenim ento eletrônicos. sinergia entre telecomunicações, com
c e r m u ito s e m p r e s á r io s q u e se u s Desenvolvem -se dois tipos de cená put adores e entretenim ento. Como tf
negócios não progredirão se continua rios. Um deles e x tra p o la a situ ação d isse o p o eta — p la n e ja r é tambér
rem p e rsistin d o n as a tu a is com uni- atual e a projeta para um horizonte de sonhar um pouco. «