Page 19 - Telebrasil - Março/Abril 1987

d? Estratégia

Como minorar a incerteza do futuro

que encontre circunstâncias favoráveis,
Hoje, por exemplo, telefone e telex
ambiente em que se movem as tele­
O comunicações está mudando rapi­ são serviços tradicionais que a maioria tal como sucedeu na França. Por sua vez,

damente. Por um lado, há o choque tec­ conhece e que ninguém questiona. Mas a televisão a tendência próxima é dotá-

nológico do chip, da digitalização, da quanto aos serviços "mais sofistica­ la de um canal de retorno, via telefone,

informática, e por outro há a pressão dos” que constituem a automação de que a tornará de certo modo interativa.

mercadológica das empresas, que do­ escritórios, qual será a reação dos futu­ Todavia a idéia da introdução da comu­

tadas de computadores e de equipa­ ros usuários? nicação de vídeo bidirecional — como o

mentos para texto querem outro tipo de Plan Cable francês — tem esbarrado na

rede, além da tradicional comunicação dificuldade dos investim entos indus­

triais e operacionais necessários frente
telefônica. Tais mudanças possuem pro­

ao número de usuários d isp ostos a
fundo impacto nas empresas operadoras,

nos serviços oferecidos aos usuários e na pagar por este serviço.

Quando se fala porém de telecomuni­
indústria fornecedora de equipamentos.

Assim, é necessário ter uma estratégia cações para corporações, logo surge a

para enfrentar a demanda de telecomu­ idéia das comunicações de texto (telex,

nicações do ano 2000 (daqui a 13 anos). fac-símile, teletex, automação de escri­

Dentro desta ótica o vice-presidente tório), além dos serviços orientados

da Embratel, Cleófas Uchôa, promoveu para a comercialização da informação,

a vinda de Albert Glowinski, autor do tais como base de dados e arquivamento

livro Telecomunicações no Ano 2000. do informações. Dados estatísticos mos­

Ex-membro da administração francesa tram que 60% do tráfego interno das

de telecomunicações, o autor, hoje, é corporações, na França, já não são mais

consultor para a Comunidade Européia, de telefonia. Em relação à televisão (de

referente à área de informação. Eis o varredura lenta e rápida) deverá sur­

resumo de sua palestra, proferida em gir, oportunamente, como resultado da

São Paulo: com unicação d igital de term inal a

terminal.
Albert Glowinski. consultor paru telecomu­

O fu tu ro nicações cia Comunidade Kuropeia. Voltando ao planejamento, verifica-

se que uma das primeiras coisas a serem

O planejamento das TCs é algo que só avaliadas deve ser uma análise quanti­

pode ser feito caso se leve em conta os Em termos de comunicações domés­ tativa do mercado e como se deve evoluir

aspectos da evolução política, econô­ ticas, existem , de fato, apenas dois para estabelecer a rede, no futuro. E há

mica, tecnológica e principalmente mer­ serviços a considerar — o telefone e a que se pensar no investimento já exis­

cadológica, que cada País oferece. No televisão. Planos ambiciosos tais como o tente, entendendo-se que sua renovação

entanto, é difícil interrelacionar estes do fac-símile residencial tiveram que ser completa poderá levar até 50 anos.

diferentes aspectos para a obtenção da arquivados por falta, inclusive, de maior Surge logo como primeira conclusão

alquimia adequada à obtenção de políti­ interesse por parte dos usuários. Quanto que a implementação de serviços de

cas con-sistentes. Muitas vezes tais polí­ ao videotexto, este pode se transformar faixa estreita é geralmente compatível

ticas são estabelecidas a priori pelo num serviço residencial público, desde com o investimento evistonto

Governo, antes mesmo de se avaliar

devidamente, qual o nível dos problemas

envolvidos.

Em termos rápidos, planejar as tele­

comunicações é efetuar uma análise A SEGMENTAÇÃO DO MERCADO

geral das forças nelas atuantes — e que

às vezes são conflitantes — para em

seguida estabelecer o caminho a ser Usuário Profissionais; Pequenas Grandes Empresas

trilhado. Para planejar bem, um dos as­ Profissional e Médias Empresas
e Entidades Estatais
pectos mais importantes é, sem dúvida,

o estudo do mercado. Trata-se de achar

sua dimensão, destrinchar seus seg­

mentos, avaliar seu potencial de cresci­ Telefone Telefone Telefone

mento. Videotexto Comunicações Móveis Comunicações Móveis
Televisão Correio Eletrônico
Os serviços de TCs não constituem Audioconferência
Videofone Telex, Teletex
um bloco monolítico, assim é preciso con­ Automação de Escritório
Fac-Símile, Mensagens
siderar os diferentes tipos de usuários Micros e Minis Correio Eletrônico

(residencial, pequena e média empresa Videotexto Comercial Videotexto Comercial

ou profissional e corporativo). Há que se Imagens Fixas (PAC)
Informática (PAC/FAC)
considerar, ainda, a populaçáo economi­ Redes de Computador

camente m arginal, que precisa ser Imagem de Alta Definição

atendida e as reações esperadas do mer­ Videofone

cado. Videoconferência