Page 47 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1986
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taçáo, os resultados da TI não se fizeram gital (PCM, FDM, ELO-34); a linha de
esperar (vide quadro). comunicações por satélites; os equipa
Na área de multiplex analógicos e di mentos de pressurização (com os quais
gitais estão sendo introduzidas melho faturamos 1 milhão de dólares anuais);
rias do produto, bem como nos equipa nossos rádios de microondas de média
mentos de pressurização, de tele- capacidade e os equipamentos de te-
supervisão e de carrier de alta-tensão. le-supervisão (vide tabela).
Outra linha de esforços está sendo diri Walter Machado também fala com
gida para a telefonia rural e de uso entusiasmo da problemática da telefo
cooperativo, além dos equipamentos nia rural e da telefonia móvel, para a
para comunicações por satélites (com qual distingue grande oportunidade de
tecnologia CPqD). A área de rádio digi negócios. Segundo ele, existe mercado
tal está tendo seu âmbito ampliado, bem para uma telefonia rural com bom grau
como a de equipamentos ópticos. A des de serviço, desde que o custo turn-key
tacar, ainda, no processo, o desenvolvi- (literalmente, chave em mãos) não ul
trapasse a casa dos 10 mil dólares/ter-
minal. Dentro desta ótica, em 85/86
telefonia rural poderá ter um volume de
negócios triplicado, baseado na melho
ria a ser dada às condições operacionais
do homem do campo. Quanto à telefonia
móvel, que também cobrirá o aspecto Walter Eduardo Teixeira Machado, diretor
rural (o móvel vira fixo), o custo não comercial da ABC Teleinformática.
deve ficar acima dos 10 mil cruzados,
para ser compatível com o custo dos au
tomóveis onde serão instalados. — A partir de setembro do ano pas
A recepção de sinais de satélites é oú- sado — ressaltou — ocorreu uma virada
tro segmento que Machado vê com oti no mercado quando o Sistema Telebrás
mismo, mesmo reconhecendo que algu começou a colocar grandes encomendas
mas emissoras (Globo, por exemplo) junto à indústria. Também o desconto
ameacem codificar os sinais de suas para multas, que era de 14,5% foi redu
transmissões para as repetidoras da re zido para um deflator de 4,5%, fruto de
de, a fim de coibir a recepção direta, via novo acordo firmado com a Abinee. Mas
satélite. De acordo com o dirigente, hoje já há fornecedores que começam a discu
existe uma dezena de pequenos fabri tir essa redução, se quisermos repassá-
cantes que oferece instalações em torno la para baixo. Por outro lado, às vezes
de 40 a 100 mil cruzados (só o receptor nossos fornecedores atrasam e é o fabri
custa cerca de 13 mil), mas é necessário cante que tem de pagar multa ao Sis
baixar o custo destes equipamentos. Por tema Telebrás. Mas, no todo, a situação
enquanto, a ABC TI se voltou para tra principia a se normalizar — concluiu o
balhar o mercado profissional de recep responsável pelo destino comercial da
Engenheiro Delson Siffert, diretor vice- TL
presidente da ABC Sistemas Eletrônicos S A ção de satélite (com equipamentos de
e diretor-presidente da ABC TI e ABC Dados. alto nível de desempenho), mas não está
fora de cogitações sua firme entrada no Teleinformática
mercado doméstico.
mento de novo mux estatístico, do ELO- Quanto às dificuldades; Walter Ma Cláudio Leig, 37, ITAÍ71), desde 29
34 (com LED), do receptor de TV, via sa chado acha que na área de transmissão de janeiro de 73, (ele lembra a data com
télite — todos com tecnologia própria. tem ocorrido concorrêhcia predatória precisão) até hoje no Grupo ABC, é
incluindo, além da própria ABC, a NEC, quem dirige o complexo industrial da
Mercado Elebra, Equitel e Multitel e que há certa ABC Teleinformática e ABC Dados. So
escassez de matérias-primas, na era do bre os destinos da empresa, ele é um dos
Walter Machado, 39 anos, dos quais cruzado. que se preocupa com sua diversificação
25 passados no Grupo ABC, oriundo de para fazer frente aos problemas de mer
Uberlândia (CTBC), assumiu, em 84, a cado:
função atual de diretor comercial. En — Quase 80% de nossas vendas são
trevistado pela Telebrasil, apresentou para o setor estatal, e isto pode chegar a
sua visão do mercado de telecomunica preocupar. Por isso estamos diversifi
ções, sob ponto de vista da ABC telein cando, por exemplo, para a área militar.
formática. Fazemos equipamentos de bordo para o
— O grupo sempre teve presente que AMX, inclusive computadores, radares,
o monopólio que possui para a fabrica e IFFF (identification for foe or friend),
ção de fibra óptica só vai durar até 88, um equipamento através do qual a aero
mas que já conseguiu baixar o preço nave emite um código de identificação,
deste insumo de 82 para 26 centavos de que é captado para reconhecer se é
dólares/por metro, graças ao desenvol amigo/inimigo.
vimento tecnológico e a um bom geren Mas é quando fala em comunicações
ciamento. Por isso, vemos a tecnologia de dados, que Leig se entusiasma, ao de
como algo fundamental e isto se reflete clarar que "este é um grande mercado,
no investimento previsto para o biênio devido a que toda empresa não pode
86/88, para novos produtos, que é de 25 prescindir de equipamentos de informá
milhões de dólares. Engenheiro Cláudio Guilherme Grault Leig, tica e que estes, por sua vez, precisam
— Nossa linha "quente” — conti diretor-superintendente da ABC Teleinfor estar interligados para obter a veloci
nuou — são os multiplex analógico e di mática e da ABC Dados. dade e a integração necessárias”. %