Page 27 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1986
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memória do cartão, composto de dados
sucessivos que serão introduzidos pelo
fabricante, pelo prestador de serviços e
pelo usuário. Um aparelho, muito sim
ples, off-line— produzido a um custo de
menos de 50 dólares cada —, permite
verificar a qualquer momento se a se
nha digitada pelo portador coincide com
aquela que está memorizada no cartão.
Para os casos de transações financei
ras, envolvendo valores e para fins de 10 /84 ROU
segurança, emprega-se o sistema de du
pla contabilidade — a transação fica re
gistrada não só na memória do cartão, T E L E P f l í E m E n T
bem como no aparelho terminal do co
merciante.
tal líquido, e um teclado com funções,
que poderá ser o embrião de um termi
nal bancário para uso geral.
— Dessa maneira, com o auxílio do
Minitel (terminal vídeo de baixo custo,
Na Europa, já implantado para uso como lista tele
o cartão fónica), de um leitor de Cartão de Me
com memória
está em mória, de um micro, do Videotexto e de
ascensão. rede de pacotes Transpac, a Transferên
cia Eletrônica de Fundos — TEF passa a
ser algo muito viável, num horizonte
Grande futuro ções bancárias e à transferência eletrô próximo — afirmou o conferencista
nica de fundos — TEF, ele vê as teleco acrescentando que "só os banqueiros
O diretor do PTT francês vê grande municações como um meio fundamental franceses já encomendaram 20 milhões
futuro para as denominadas Caries à para sua implantação, como também de cartões do tipo CP8, Buli fabricado
Memoire (CM) que "irão substituir o di será fundamental manter a segurança pela Philips”.
nheiro” em muitas transações, a come que o monopólio estatal pode oferecer, Mas para alcançar este estágio tele-
çar pelos telefones públicos, onde se ma com vantagem para estas transações. mático (o da transferência eletrônica de
nipulam 17 mil toneladas de fichas As operações de TEF deverão ser com fundos) é necessário, na opinião de Mi
anualmente, correspondentes à utiliza plementadas, na França, pelo video chel Cohen, um grande entendimento,
ção de cerca de 170 mil TPs. A operação, texto e pelos terminais Minitel, os quais com a participação das empresas opera
disse ele, é simples: adquiri-se em qual estarão em 2,5 milhões de domicílios, no doras de telecomunicações, banqueiros,
quer loja o equivalente a 100 fichas tele início de 87. comerciantes e indústrias interessados.
fônicas, pagando ao comerciante em di Como resultado dessas inovações, o Caberá às operadoras a função de gerir o
nheiro; eletronicamente, através de um tráfego tem crescido exponencialmente, transporte da informação, zelando pela
terminal, o lojista carrega na memória disse o Diretor do PTT, e vem alcan sua segurança e sigilo, recebendo e
um montante equivalente a 100 fichas; çando um volume de 2 milhões de horas transmitindo ordens sempre que neces
a partir daí, o cartão estará pronto para mensais. Por outro lado, o PTT já está sário. Sem dúvida um imenso mercado
ser utilizado em qualquer telefone pú pensando no novo Telefone Público (Pu- que se abre para as telecomunicações.
blico, debitando-se na memória o valor bliphone) com um visor de leitura a cris (JCF)
das chamadas que vão sendo efetuadas.
A França opera com 3 tipos de Car
tões Memória: Telecarte (que é pago an
tecipadamente e é do tipo descartável);
a Carte d’Abonnée que é um cartão de
crédito para serviços de telecomunica
ções (e que inclui agenda eletrônica com
discagem abreviada); e o cartão ban
cário Visa, emitido pelos bancos. A
Carte d’Abonné opera como um reserva
tório que registra e acumula na me
mória despesas à medida que vão sendo
efetuadas. Ao atingirem certo limite —
por exemplo 5 dólares — o sistema faz
entrar este valor na conta do assinante.
Assim a Carte dAbonné é uma operação
do tipo on-line. O telefone
Michel Cohen é um entusiasta dos público moderno,
CM e prevê até final de 86, na França, com cartões
21 mil TPs equipados para recebê-los; 9 inteligentes
milhões de Telecarte descartáveis e mistura
(serão 20 milhões em 87); e 160 cartões de terminal
de crédito, em serviço. Quanto às aplica- comercial.