Page 52 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1985
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som, dados e capacidade e codificação.
Ao final de sua palestra, o engenhei
ro Purri Netto previu que a TV de alta
Técnico da Abert, "e o satélite de irra definição — é realmente espetacular —
diação direta tom ará isto possível” . deverá ser introduzida concomitante
O palestrante explicou que visual- mente com os satélites de difusão direta,
mente a distância ótima de observação operando com larguras de faixa entre 24
para minimizar a fadiga deve ser de 3 a e 27 MHz, algo que os japoneses preten
4 vezes o tamanho da tela, ao passo que o dem alcançar até 1989.
ângulo de visào do expectador deve ficar
compreendido entre 20 e 30° para se ob Satélite Doméstico
ter melhor sensação de profundidade e
naturalidade da imagem. Todavia, as Falaram sobre satélite doméstico,
telas atuais subentendem 10°, o que não Leosmar Gonzalez Martinez (Mapra),
é satisfatório. Eulógio Borba (Bandeirantes) e Moysés
A seguir, ele explicou que os padrões Bastos (Globo).
atuais de televisão — NTSC, PAL, SE Leosmar descreveu os parâmetros
CAM — foram projetados, no passado, técnicos do Brasilsat, destacando que
para operar na faixa lateral (vestigial) este apresenta intensidade de sinais da
em AM e utilizar canais "estreitos” de ordem de 36dBw (6 dB acima do sinal do
VHF e UHF, empregando de 500 a 600 Intelsat), e que deverá ter uma vida útil
linhas na tela e faixas passantes de 4 a 7 entre 8 a 10 anos a ser limitada pelo
MHz. Para a televisão de alta definição combustível necessário para manter a
Joaquim Mendonça, presidente da Abert
— HDTV (High Defínition TV) — pen- antena do satélite orientada correta
sa-se na utilização de 1.125 a 1.200 li mente para a terra.
nhas e faixa passante de 20 MHz, o que A seguir, descendo a detalhes técni
em que se destacam detalhes técnicos, o
poderá ser veiculado pelos novos meios cos, ele mostrou que com uma antena
professor Purri Netto descreveu os dois
de transmissão disponíveis tais como os terrena de 42,2 dB de ganho (3,6 M), am
principais sistemas HDTV sendo pes
satélites de difusão direta, redes de fi plificador de baixo ruído, operando a
quisados no mundo:
bras ópticas e pelos meios pré-gravados 110"K, chega-se a uma relação entre si
— No Japão, onde ocorre grande ati
(videotape e videovisão). nal da portadora e ruído de 15dB, que
vidade na área, a empresa NHK está
Os novos padrões de estúdio para considerou boa frente ao CC1R que reco
adotando o padrão 1.125/60/2:1 a nível
HDTV permitiriam inclusive a produ de estúdio e o sistema Muse {Muitiple menda 16dB. Leosmar calculou tam
ção de filmes de 35 mm sob forma eletrô bém a relação S/R para um sinal de ví
Sub-Nyquist Sampling Encoding) para
nica, melhorando sua atual resolução deo, com largura de faixa de 4,2 MHz,
transm issão. O Muse utiliza um sis
tem poral que é de 24 quadros por se tema de amostragem dos sinais prece obtendo o resultado de 50 dB, que consi
gundo. derou muito boa.
dentes para reconstruir por interpola
Purri Netto citou as 5 vantagens da — O Brasilsat I possui 24 transpon-
ção a imagem de vídeo e assim diminuir
HDTV: l.°) o dobro da resolução vertical ders (recebem a 6 GHz, e retransmitem
a quantidade total de informação que
pelo dobro do número de linhas; 2.°) o do a 4 GHz), metade operando com polari
dçve ser transmitida.
bro da resolução horizontal pelo maior — Nos Estados Unidos, a CBS desen zação vertical (chamada série A) e me
alargamento da faixa passante de vídeo; tade com polarização horizontal (ou
volve um sistema de dois canais 525/60/
3.") "relação de aspecto” de pelo menos série B). Por ora, a Globo ocupa o canal
2:1 que podem ser recebidos quer por um
5:3; 4.") ausência de espúrios da subpor- 1 A, a Bandeirantes o 3A e a Embratel o
televisor convencional ou então, combi
tadora; 5.°) som estereofônico de alta fi nados, num receptor HDTV para produ 12A — explicou o engenheiro.
delidade. Já E ulógio Borba concentrou sua
zir uma imagem de alto nível, 1.050/60/
Conforme relatou o técnico, o grupo palestra sobre o uso do Brasilsat na for
5:3, faixa de 16 MHz, diversos canais de
interino 11/6, do CC1R, está estudando mação de redes privativas de TV (TV-
os requ isitos técnicos, necessários a SAT) ou de rádio (Radiosat), destacando
HDTV e espera propor recomendações seu emprego para a distribuição de pro
até 1986. Explicou ainda que uma das gramação de alto nível para as estações
grandes controvérsias sobre HDTV gira FM em todo território nacional.
em torno do número de quadros que o A Embratel reservou um transpon-
CC1R propõe sejam de 50 a 60 por se c/er exclusivo para o Radiosat com capa
gundo. Se em m aior número irão au cidade de acomodar até 20 canais es
m entar a largura da faixa necessária tereofônicos (15 KHz) e 120 monofôni-
para sua veiculaçào e se em quantidade cos (5 MHz), previsto o uso de parábolas
m enor prejudicarão a resolução tem d e 3 m a 6 m 0 e LN A (low noise ampli-
poral da imagem, resultando num efeito fier) de 120"K. Esta capacidade poderá
de pisca-pisca. ser aum entada para 25 e 150 canais
O CC1R está considerando para a caso se empreguem antenas de 6m e por
HDTV valores de 1.125 linhas, 60 cam outro lado antenas menores que 3m po
pos, com entrelace de 2:1 e relação de as derão ser utilizadas com LNA de 90'K
pecto de 5:3, que é idêntico ao modelo hoje disponíveis. (NR — quanto mais
proposto pelos japoneses. No entanto, baixa a temperatura em graus Kelvin
existem problemas de compatibilidade do LNA melhor a recepção).
desse sistem a com o padrão atual de "O grande problema do rádio e de TV
625/50/2:1. Está sendo estudado um es via satélite é a indefinição quanto a seu
tágio intermediário de conversão para uso e tarifas”, disse, em dado momento,
625/60/2:1, para evitar o famoso "pisca- Eulógio Borba, no que foi apoiado pelo
pisca” da imagem nos televisores con presidente da Abert e pela quase totali
vencionais ao receberem o sinal HDTV. Victor Purri Neto, coordenador do Conselho dade da audiência. Também Ivo Facca,
Prosseguindo com sua conferência, Técnico da Abert. diretor da RBS, referindo-se ao satélite