Page 36 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1985

L i n h a c o m p a r t i l h a d a o u a a r t e
d e
telefon e com partilh ado pode ser
O considerado como mais uma etapa
da popularização da rede telefônica na­
cional preconizada pelo Ministério das
C o m u n ica çõ e s , a tra v és do S istem a
Telebrás. No Rio de Janeiro, a Cetel foi
a pioneira na im plantação dos equipa­
m entos e sua expansão cresceu em 78%
no biênio 84/85. O compartilhado nada
m ais é do que um telefone residencial
com um que, através da mesma linha,
aten de duas fam ílias (utilizando um
adaptador especial) e por meio de um lcd
id e n tifica qu al dos "v iz in h o s ” está
usando o aparelho. Com números de ter­
m inais e contas independentes, possui
sigilo absoluto nas ligações, segundo o
boletim informativo da própria Cetel.
O com partilhado, à prim eira vista,
parece um bom negócio para três: usuá­
rios e empresa operadora. Os "vizinhos”
porque empatam menor capital (a me­
tade) e a companhia telefónica porque,
além de menor investimento, com a que­
da constatada no tráfego por cabo, ocupa
apenas uma linha com dois terminais. A
tecnologia para linhas compartilhadas
foi trazida para o Brasil pela Sesa, em
1980, ano em que chegou a ser desenvol­
vido um protótipo junto à Cetel. Devido
a desinteresse do mercado na época, as
dim ensões e à mecânica (o equipamento
era a relês), o projeto foi abandonado.
No mesmo ano, a Cetel iniciou con­
trato com a Induco para sua utilização.
Com o program a de popularização do
telefone, iniciado no governo passado e
que no atual tem papel ainda mais rele­
vante, os resultados tornaram -se ani­
m a d ores ca lcu la n d o -se para o final
deste ano cerca de 40 mil linhas compar­
tilhadas no Brasil. A Cetel possui atual­
m ente em torno de 20 mil term inais,
que geram 40 mil assinantes (contudo,
apenas 30 mil estão em funcionamento).
Outras em presas do Sistema Telebrás,
além da Cetel e Telerj (esta com 5 mil
term inais instalados), im plantaram o mota, equipada próximo aos usuários.
sistem a: T elesp, T elem ig, Telebahia,
T elp e, T ela sa , T elern , T eleb ra sília ,
Teleceará, Telm a e Telesc, e mais a Ser-
com tel, uma empresa telefônica de Lon­
drina, Paraná.
Segundo Felipe Altberg Neto, dire­
tor-comercial, a Induco é, até o presente
momento, a única empresa fornecedora
de equipam entos com partilhados ho­
mologados pela Telebrás. Desde novem­
bro passado, a empresa teve homolo­
gado pela Telebrás seu multicomparti-
Ihado (ou miniccntral) que já está sendo
utilizado pela Cetel e é objeto de outros
contratos que foram assinados com a
Telerj o Telepar.
O utras em presas demonstram in­
m u l t i p l i c a r o q u e j á e x i s t e
teresse na área de compartilhados, en­
tre elas a Splice. De acordo com Adilson
A. Peçanha, engenheiro responsável
pelo apoio técnico da Splice no Rio, a em ­
p resa em 1986 d eve e n co n tra r um
grande mercado para seu equipamento.
Na realidade, o telefone comparti­
lhado é o meio mais rápido e barato de
ampliar-se a rede evitando-se a constru­
ção de novas centrais ou a ampliação
das existentes, bem como evita-se a am­
pliação de rede e de cabos, que é a parte
mais delicada e onerosa do sistema tele­
fônico.
No exterior
A Induco já vendeu equipam entos
para a ETB (Empresa de Teléphonos de
Bogotá), com 4 mil assinantes e plano de
e x p a n sã o para m a is 4 m il, e para
Cuenca (Equador) com 800 assinantes.
Segundo Felipe Altberg Neto, a em pre­
sa está em negociações com outros paí­
ses latino-americanos, onde este tipo de
serviço telefônico possui grande aceita­
ção. No Peru, por exemplo, estão sendo
negociados 10 mil. Na Venezuela e no
México o programa ainda não está deli­
mitado, sendo que, no México, a Induco
foi convidada a associar-se a uma em ­
presa local, a própria companhia telefô­
nica, colocando assim uma possibili­
dade maior de negociações.
Contando com o compartilhado LCP,
a empresa possui duas versões de seu
equipam ento m ulticom partilhado: a
Central Comunitária
c 1)1)1 e a Seleção de Linha Remota.
Am bas com 16 term inais na central,
transformados em 128 assinantes, para
um cabo de 18 pares numa proporção de
Um para Oito.
Totalmente transparente ao usuário,
o MCP do Induco comporta dois subsis­
temas: OC-Unidade Central Equipada
na ("entrai Pública, e UR-Unidade Re­
Circuito Selecionador e Caixa do Sigilo do Equipamento de Linha Compartilhada Induco.
Tendo o loop m áxim o entre a Central
Pública e usuário limitado pelo loop da
Central Pública. A resistência do loop
entre a unidade remota e o usuário deve
ficar inferior a 1.800 ohms.
Nos países desenvolvidos, como Ca­
nadá e Japão, as linhas compartilhadas
já estã o sen d o u tiliza d a s há alguns
anos. E xistem linhas multicomparti-
lhadaspara até 15 famílias, ou seja, Um
para 15.
Equipamentos em teste
Com bastidores em testes na Cetel e
Telerj (com 100 assinantes para cada
operadora) a Splice, através de seu LP-
3500 en tra na área do com partilha­
m ento de linhas. Totalmente eletrônica
possui q u a tro b a stid ores modulares
para 380 assinantes. O primeiro é utili­
zado (um a p arte) para alim entação,
gerador de toques e juntores para liga­
ção. No equipam ento Induco um basti
dor corresponde a 200 terminais (400
assinantes).
Instalado basicam ente em áreas de
baixo tráfego, o serviço ainda sente a
falta de m aior divulgação, tanto a nível
de operadoras com o a nível de usuários.
De acordo com Adilson R. Peçanha, en­
genheiro responsável pelo apoio técnico
da Splice no Rio de Janeiro, o usuário
ainda se ressente da falta de esclareci­
mentos sobre o compartilhado, que, ex­
ceção da im possibilidade de simultanei­
dade do uso do telefone, no restante o
que inclui 1)1)1) serviço funciona de form a idêntica ao
telefone com um . Enfim, o telefone com­
partilhado oferece numeração indepen­
dente, tarifação independente (nesta o
1SSC cai de 28 para 4,5 por cento) e me­
nor custo. Funcionando com disco ou te­
clado e perm itindo o uso de extensão de
enlace e de repetidor de freqüência de
voz, o com partilhado "chega” e diz por­
que "chegou” : popularizar o invento de
Graham Bell. (CA) T
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