Page 40 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1985
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U M A C P C T D I G I T A L
C h egam os ao final das dificuldades de cabeaçâo nos escritórios e residências
devido à dim ensão dos cabos. Os equipam entos C P C T fs digitais usam
apenas um par de fios e plugue padrão, tal qual um telefone com um
e representam opções vantajosas para a faixa de pequena capacidade.
A. M. Ferrari*
Até poucos anos atrás os sistemas KS eram disponíveis para Os progressos na engenharia de sistema que se processam nesta
pequenas capacidades (10-20 ramais e 4 a 8 troncos). O uso da área demonstram que se caminha, a curto prazo, para mais este
tecnologia convencional e a atribuição de chaves/botões e lâmpa avanço da digitalização nas CPCTs.
das individuais por ramal e tronco, somente eram viáveis dentro Outro ponto que conduziu ao equipamento digital foi a difi
daquela faixa de capacidade. Entretanto, os usuários já mostra culdade de instalação dos KS convencionais, que muitas vezes
vam sua insatisfação com a quantidade excessiva de chaves/bo inibiam o cliente potencial de KS, devido à limitação da rede de
tões e sinais luminosos, que os obrigavam a recorrer, freqüente- dutos à passagem de cabos multipares. Os KS convencionais
mente, ao manual de operação. usam cabos com dezenas de condutores, formando uma rede em
Ao analisar as funções enunciadas no painel e os hábitos do barramento ("bus” ). Neste sistema, o cabo percorre todas as cai
usuário, percebe-se claram ente que muitas das informações xas de conexão de ramais em sucessão, havendo, portanto, um
apresentadas a um ramal específico não são relevantes para sua cabo de entrada, um cabo de saída, além, naturalmente, do cabo
operação naquele momento. Um modo de simplificar a operação do aparelho. O volume desta cabeaçâo torna muitas vezes inviá
de um ramal KS é o de limitar as informações/sinais apresenta vel o uso da tubulação.
dos no seu painel àqueles exclusivamente necessários à sua A CPCT digital utiliza somente um par de fios entre o equipa
operação naquele instante. mento central e os ramais. Isto representa uma rede incompara
Outro benefício a uma operação simples é prover meios (por velm ente mais econôm ica, tanto em m aterial como mão-de-
exemplo, um display) para informar a próxima ação do usuário obra, além de muito mais confiável Em vez da rede em "bus” do
ao executar uma determinada sequência operacional, dispen KS convencional, emprega rede em estrela, tal qual PAX ou
sando-o de consultar seu manual de operação. PABX. Isto traz uma outra vantagem quando se está substi
A ambição de introduzir novas funções e, simultaneamente, tuindo um PABX por um equipamento digital, em que a rede
aumentar a faixa de capacidade de troncos e ramais conduziria a existente poderá ser usada para o mesmo.
uma quantidade inaceitável de chaves/botões e lâmpadas se fos O uso do aparelho de ramal digital traz também uma incom
se mantida a tecnologia convencional analógica, quer eletrônica parável flexibilidade de alteração de layout nos escritórios. Esta
ou eletromecânica. A solução foi aplicar ao KS o controle a mi alteração não representa mais o pesadelo de puxar novos cabos
croprocessador e o uso de botões multifunções auxiliado por d is- de até 50 pares para a nova posição de um KS convencional. No
play.
caso do equipamento digital basta ao usuário levar seu terminal
A introdução no mercado de KS de grande porto torna-o tam para o seu novo local e plugá-lo na tomada padrão de um ramal, e
bém o potencial substituto dos PABX na faixa de 30-100 ramais. transferir a jumpeação no distribuidor geral (DG) para a uni
dade central do novo equipamento.
O Sistema CPCT Digital
Em 1985 surgiu o primeiro CPCT digital desenvolvido pela
indústria brasileira (ver Box). Este produto foi batizado como Di-
givox. Representa o segundo produto na linha de comutação pri
vada desenvolvido pela Ericsson do Brasil. O produto anterior,
Multivox, dentro da tecnologia eletromecânica iniciou a tendên
cia de se reduzir a quantidade de botões no aparelho por uma
sinalização visual mais ampla. Substituiu também as lâmpadas
por LED’s (Light Emitting Diode).
O sistema Digivox (fig. 1) consta de uma unidade central, am-
pliável até a capacidade final de 48 ramais e 16 troncos para a
rede pública ou rede PABX da empresa. É ampliável em etapas
de 8 ramais e 2 troncos cada. A rede é em estrela, cada linha de
ramal pode atingir até 800 metros de comprimento, com calibre
24 AW G. A alimentação dos ramais é feita pela própria linha, a
partir da unidade central.
O aparelho do ramal (fig. 2) possui teclado multifunção, com
doze teclas. Há um display de cristal líquido (LCD) com capaci
dade total de 16 caracteres. Dependendo da informação apresen
tada, há setas indicativas da função. Toda informação visual ao
usuário é "apresentada” neste display.
A comunicação entre ramal e unidade central é digital. No
caso da voz, ela é codificada em PCM. O controle do ramal é exe
cutado por um microprocessador de 8 bits. Ele controla o display,