Page 32 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1985

W a n d e l & G o l t e r m a n n
Numa demonstração comercial para
clientes potenciais da América Latina,
a em presa alem ã W andel & G olter­
mann organizou, pela primeira vez no
C ontinente Sul-A m ericano, testes do
Sistema de Medição de Satélite (SMS)
entre as estações da Embratel, em Tan­
guá, e de Raisting, na Alemanha, via In­
telsat. Poucos dias antes, experiência si-
m ilar havia sido realizada entre C a­
nadá e Alemanha, com a mesma finali­
dade. O rack de m edição e a mesa do
com putador e de periféricos vieram do
Canadá para Nova Iorque, por trans­
porte rodoviário, e de lá para o Rio de .Ja­
neiro, via aérea, segundo o eng. Hin-
nerk Bülk, diretor-geral da WGB Ele­
trónica de Precisão Ltda., sediada em
São Paulo.
Os testes promovidos pela W&G, em
Tanguá, RJ, duraram dois dias, o pri­
m eiro dos quais dedicado a palestras
proferidas pelos funcionários da empre­
s a — Sr. W olfgang Koenig (chefe do pro­
jeto de software, que contou com a cola­
boração de 22 engenheiros durante 3
anos); Sr. Cristiano Ferraz (um enge­
nheiro niteroiense formado pela UFF
em 1975 e trabalhando há 6 anos na
A lem a n h a); e Sr. G unar Bandh (um
sueco que projetou o hardware)', e do
próprio presidente da W&G, Frank P.
G olterm ann. O dia seguinte foi dedi­
cado à demonstração dos testes e de uma
visita coletiva (dividida em dois grupos)
ao com plexo de estações da Embratel,
cm Tanguá.
Como convidados latino-americanos
estivera m presen tes os srs. Euséhio
Peressuti e Leon Tittm an, respectiva­
mente, chefes das estações de satélites
de B alcarce e Bosque A legre, A rgen ­
tina; Francisco Delgado (chefe da esta­
ção te rre n a de A ce g u á , P a ra g u a i);
O m a r S a lv ia (c h e fe da e s ta ç ã o
Man ga, U r ugu a i); J och en B ü 1 k, ge re n te
regional da W&G para a Am érica La­
tina; mais os srs. Jam es Budden e Terry
K noblock, representantes da Intelsat;
além de técnicos da Embratel, de outras
operadoras do Sistem a Telehrás e da
empresa alemã. O eng. Renzo Sanglard
A s origens são longínquas. Em 1923, dois estudantes de
engenharia, Ulrich Goltermann, de 18 anos, e Wolfram Wandel,
de 20, fundaram a W&G, na cidade de Reutlingen, leste da
Alemanha, começando a produzir receptores de rádio,
instrumentos para manutenção de P A B X e, com a chegada da 2 .‘
Guerra Mundial, equipamentos militares para telem etria.
Curty, que trabalha na WGB, São Pau­ chen Bülk é gerente regional da W&G
lo, foi o relações públicas do evento tra­ Latino-Am ericana, com sede na Guate­
tando a todos com muita cortesia. mala.
Na Alem anha, a W & G só floresceu
Histórico com o em presa sob o com an d o da 2.
geração das fam ílias Wandel e Golter­
O término da Segunda Guerra afetou mann. O faturamento evoluiu de 95 DM
a A lem anha e a Europa em geral de (marcos alemães), em 80, para 187 mi­
várias m aneiras. A W &G aos poucos lhões, em 84; o número de empregados
ressurgiria do conflito como uma das lí­ passou de 1.080 para 1.340 (no mundo
deres mundiais na área de instrumen­ são 2.400); a receita proveniente de no­
tos e os pais de H innerk Bulk, presi­ vos produtos, com menos de 5 anos, de
dente da WGB, se fixavam na América 49% para 62%.
Latina. Fiel as suas origens alemãs, o R ein vestin do acim a de 15% do fa­
próprio Hinnerk Bulk, criava em 79, no turam ento em P&D, a W andel & Gol­
Brasil, a WGB que, nas suas próprias term ann treina seus próprios técnicos
palavras, "era uma empresa de fundo de (às vezes a partir dos 15 anos de idade) e
quintal”. tem um efetivo de 46% de engenheiros,
Hoje, evoluiu para fábrica própria inclusive os da parte comercial (15% ).
em (Nftiir, interior de São Paulo, empre­ A nível internacional, a firma opera
ga cerca de 00 pessoas e tem o capital através de representantes na América
distribuído entre Bulk (60%), Wandel Latina (W &GLA), EU A, Canadá, Euro­
Jr. (10%) e Leasing (30%). pa, O rien te M édio — que geram um
Homem de negócios e em presário, terço do faturamento — e por intermé­
Hinnerk fundou recentemente a Sino- dio de associados como no Brasil (WGB),
datil (onde a WGB detém SOL ) que se
A rgentina, Canadá, A ustrália, EUA,
dedica a fabricar comandos programá­ Europa. A distribuição geográfica das
veis empregados em robot ica e possui 17 vendas de instrumentos, em 84, foi a se­
em pregados O irmão de Hinnerk, Jo-
guinte: Alem anha (28%), o que inclui o
Bundespost; restante da Europa (36%);
Asia (11%); Am érica do Norte (113%);
América Latina (11% ); Austrália (4,5%)
e África (3%).
De acordo com o atual presidente da
W &G, Frank P. Golterm ann, a empresa
atua em 6 áreas distintas: medições de
níveis e PCM (50% dos negócios); ins­
trum entação para radiocom unicações
(tra d icion a l); m edições de telefonia;
análise e diagnóstico de redes (cresce de
im portância); análise de circuitos e de
espectro para freqüência elevada; tec­
nologia de medições controladas a com­
putador (todos os instrumentos da W&G
de facultam esse contato).
W GB
Nos seus seis anos de existência a
0 eng. Cristiano Ferraz da uma verdadeira WGB alcançou uma linha com cerca de
aula sobre o funcionam ento do Sistema de 20 produtos fabricados no Brasil e já
Medição Via Satélite (SMS). pensa, segundo Hinnerk Bülk, desen-