Page 41 - Telebrasil - Julho/Agosto 1985
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tar sozinha o desenvolvimento das teleco sas-polo, sem duvida aiguma. A Telebrás blico acessível num raio urbano de bOOrn.
municações no Brasil, porque isso traria sempre teve uma imagem, um tanto Para isso contamos com a colaboração da
prejuízos maiores para o País e para a so quanto antipática, junto às empre industria que deve reduzir o custo dos
ciedade brasileira como um todo. sas-polo, o que dificultou o bom funciona equipamentos para essa finalidade de cu
mento do setor como um todo. Conse nho social, que nao apresenta a mesma
gue-se harmonia através da descentraliza rentabilidade de outros investimentos.
ção, onde a empresa-pólo veste a camisa Bandeira Maia (P & D ): Gostaríamos de sa
M. G. Barros (T e la sa ): O que pensa a Tele de seu proprio Estado e tem entrosamento ber se haverá mudanças na prioridade, ho
brás fazer quanto à telefonia rural? com o governo estadual, o que e importan je baixa, de equipamentos de supervisão e
A. V. Dias (Telebrás): A função do Sistema tíssimo para que o setor alcance a repre- controle de redes destinados a aumentar a
Telebrásé colocar telefones em comunida sentatividade política que merece. Quanto utilização de grande parte ociosa do sis
des, vilas, povoados e lugarejos com con aos grandes assuntos a nível de h o ld in g tema telefónico brasileiro estimada em
juntos de agricultores, cooperativas, etc... que possam criar atuações díspares nas 500 milhões de dólares. Também o que
e não ern fazendas isoladas, onde a coloca empresas operadoras, destes não abrire pretende fazer a Telebrás para viabilizar o
çào de um simples enlace monocanal mos mão. elevado investimento ja realizado no Pro
custa 200 milhões de cruzeiros. Nos ja W. Machado (A B C ): Gostaria de esclarecer jeto Trópico?
atendemos a cerca de 10 mil localidades, que fabricamos um radio monocanal que AVD : Quanto ao primeiro assunto reco
mas o grande trabalho de interiorizaçào é sai por volta de 25 milhões de cruzeiros e mondaremos que a Telebrás verifique se
lento em função da escassez de recursos que sao onerados com impostos em torno ha efetivamente ociosidade em nossas
das empresas mais pobres, que devem vir de 44,5%. Sera possível obter sua redu centrais telefónicas e que sejam colocados
de mercados maiores e mais ricos. Vamos çao, que ir.i beneficiar o homem do rapidamente tais telefones ern serviço.
lançar, no próximo mês, um plano para em campo? Caso isso se constate merecera nossa mais
dois anos atender a mil localidades mudas AVD Pedirei aos nossos especialistas que alta prioridade. Sobre o Trópico, vejo que
do Nordeste. Se, porem, um fazendeiro as procurem sua empresa, porque esse preço as primeiras centrais estão sendo instala
sim desejar, a indústria esta apta a atendei de 25 milhões realmente e muito barato das na íelebrasília e em outros lugares.
suas necessidades de ÍCs, mas ele tera frente a linha estimativa de 200 milhões, I las apresentam um mercado notável nas
que arcar com com o custo desse investi ainda que nela tenha incluído outros cus cidades do pequeno o médio porte, que
mento. tos. Quanto a redução de impostos ja re são muitas no país. Os preços, todavia, es
Roger Douek (D a ru m a ): A propósito do rc cebi proposição nesse sentido e ja encami tão absurdamente altos e se não me en
lacionamento industria Telebrás gostaria nhei ao Sr. Ministro. gano da ordem de 3 vezes o preço de uma
de fazer uma sugestão. Por que não abrir central comum.
um escritório da Diretoria de Assuntos In José Ripper ( l le b ra ): Além do problema
dustriais da Telebrás em S. Paulo, onde das encomendas, a indústria enfrenta a
estão sediadas a maior parte das industrias “A autonomia falta de incentivo para aplicar em P&D. No
brasileiras? da empresa-pólo editorial da Revista Telebrasil (M J 8 5 )
A. Carreira (In d u c o ): Apenas S Paulo, esta um apelo para que seja viabilizado o
não. E o Rio de Janeiro? só termina onde inicia desconto em dobro dessas despesas. Por
AVD. A intervenção ja atrapalhou um pou o nível da holding. ” outro lado, estamos sendo afogados pelo
co os planos, não e? Teria que abrir outro fantasma da Portaria 767 do Banco Cen
A!mu Vieira Dias
escritório em Belo Horizonte, outro na trai. que nos obriga a contrair financia
Bahia, etc.. Estamos concentrando toda a mentos a longuíssimo prazo no exterior.
Diretoria da Telebrás em Brasília num Algo facil para uma multinacional (e até
mesmo andar para facilitar o dialogo e a A. Palha (A vel): O setor e limitado não so uma maneira de remeter lu c ro s ), mas im
comunicacão e uma diretoria em São Pau em obter recursos mas também em termos possíveis de obter para a empresa na
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lo talvez propiciasse um isolaciomsmo que de limites de investimentos. A Telebrás cional.
queremos evitar. procura uma solução para estes proble AVD: A Telebrás tem feito sua parte. Se
mas? não me falha a memória, a Elebra tem 120
A. de Oliveira (T e le rj): Aproveitando o cli AVD. E exatamente o tipo de trabalho que ou 130 pessoas trabalhando junto ao
ma de franqueza deste intercâmbio diria estamos empreendendo junto ao Ministro CPqD no desenvolvimento de uma serie de
que a postura da Telebrás sempre foi de Sayad Na minha opinião, não devem exis projetos financiados pela Telebrás. Mas
natureza centralizadora e no nosso enten tir limites ao se tratar de recursos gerados isso não é suficiente e agradeço sugestões
der e pode ser apenas uma opinião pes pelo próprio setor. para encaminhamento, por nós e pelo Sr.
soal -, tirando muitas vezes a autonomia Carlos Magnus (In te lb ra s ): Ainda que o Ministro, aos órgãos competentes do Go
necessária que poderia ter levado a evitar termo “popularizar" o telefone é uma idéia verno.
certas situações, como o das listas telefó antiga, pouco tem sido feito, de fato, em C. Gravatá (D a ru m a ): Proporia, tendo em
nicas. Falei das empresas-pólo, mas esse comparação ao volume representado pela vista que o problema de tarifas é o grande
processo decisorio central izado se extende população marginalizada, sem acesso ao problema (e sempre se diz que o FMI não
também as indústrias. Não seria o caso da telefone. recomenda, etc...), que se realizas em
h o ld in g fazer o planejamento global, con AVD Concordo O número de TPs no Bra mesas-redondas através da televisão para
trolar as aplicações a nível de setor, obter sil é 1,5% da população, ao passo que nos esclarecer o que representam tarifas justas
recursos e traçar a partir do Ministério as Estados Unidos (são mercados diferentes) para um país com 130 milhões de habi
grandes políticas e deixar sua implementa é de 8%. Popularizar o telefone é um tra tantes e apenas 7 milhões de telefones.
ção a cargo das empresas-pólo, com todas balho que está sendo feito de modo grada AVD: E uma proposição interessante, sem
suas diferenças regionais? tivo e inclui TPs e centrais comunitárias duvida. Ela envolve, porém, uma dose de
AVD: Na minha opinião, deve haver a em conjuntos habitacionais, visando a risco. Tem que ficar no ar, um pouco, para
maior autonomia política das empre- meta de termos pelo menos 1 telefone pu se pensar na sua viabilidade política. à