Page 27 - Telebrasil - Março/Abril 1985

centro de São Paulo. Sem nenhum capi­ processados no mesmo local de sua utili­ agências e a comunicação com o compu­

tal, conseguiram um adiantamento do zação, permitindo a distribuição ade­ tador central; o terminal de transferên­

Banorte e montaram a sua primeira fá­ quada da capacidade de arm azena­ cia eletrônica de fundos, que atende ao

brica, em Diadema, São Paulo. A fábri­ mento e processamento da rede. Os pro­ Banco 24 Horas e ao novo sistema de

ca iniciou sua produção em setembro de cessadores atendem de forma autônoma compras eletrônicas; e o mais recente

1981, com apenas 50 empregados. às transações ativadas pelos terminais produto, denominado TAA - terminal

Atualmente, com um capital de Cr$ de cada agência, podendo ser interliga­ de auto-atendimento, que dá o saldo e

13 bilhões e mil emprègados, a DigiRe- dos em tempo real a concentradores re­ permite o saque sem recorrer ao caixa.

de ocupa dois prédios na capital pau­ gionais e ao computador central do sis­

lista, para administração e engenharia, tema. E possível, portanto, automatizar Boa clientela

e mais quatro unidades fabris em Dia­ toda uma rede sem depender de linhas

dema, Recife, Belo Horizonte e São Ber­ de alta velocidade ou elementos cen­ Na época em que a DigiRede entrou

nardo do Campo. Além disso, possui fili­ trais que possam ocasionar interrup­ no mercado nacional de informática,

ais em Curitiba, Rio de Janeiro, Belo ções generalizadas. teve início a busca de soluções adequa­

Horizonte, Brasília e Salvador, e escri­ ''Sempre voltada para o mercado e das às reais necessidades das agências

tórios de manutenção em 50 cidades restrita ao setor de automação ban­ brasileiras. Espalhadas por todo o País e

brasileiras. cária, a DigiRede desenvolve e produz sujeitas a linhas de comunicação muito

"Foram quatro anos de muito traba­ equipamentos adequados às necessida­ caras devido às grandes distâncias, as

lho em que tivemos que crescer muito e des brasileiras, a preços bastante aces­ agências brasileiras demandavam sis­

profissionalizar a equipe. Hoje temos síveis: com US$ 7 mil um banco pode au- temas regionais diferentes daqueles

equipamentos instalados em 71 cidades

do Brasil. Ao todo são mil agências ins­

taladas, que representam 60 por cento

do volume de depósitos dos nossos clien­

tes on line”, lembra o atual diretor de

m arketing, Cândido Leonelli, enge­

nheiro eletrônico, 37 anos. Com orgulho

ele diz: "Toda a tecnologia DigiRede é

própria, seja instrumental ou logicial.

Como nossa aplicação é específica de au­

tomação bancária, fizemos questão de

desenvolver equipamentos e sistemas

específicos para a aplicação, sem recor­

rermos a soluções genéricas, que, com

certeza, degradariam o sistema. Não te­

mos nenhum vínculo de tecnologia, nem

de capital. Nossos produtos são adequa­

dos às necessidades brasileiras. Não co­ A linha de produtos

piamos de ninguém nem estamos liga­ DigiRede atende

dos a nenhum conglomerado finan­ às necessidades

ceiro”. das agências

brasileiras.

Produção

A fábrica de Diadema, com seis mil

metros quadrados de área construída,

produz 10 mil placas eletrônicas por

mês. A DigiRede Mecânica, que ocupa

2.800 metros quadrados em São Ber­

nardo do Campo, produz componentes

mecânicos que anteriormente eram ad­

quiridos de terceiros. "Hoje, quase 100%

dos componentes que utilizamos são de tomatizar uma agência”, diz o presi­ adotados no exterior, ao passo que ban­

fabricação nacional, produzidos por nos­ dente da DigiRede, Arnon Schreiber, cos europeus e norte-americanos, cons­

sa fábrica de São Bernardo e por outras lembrando que sua empresa é a única do tituídos por redes pequenas e de alto

da pequena a média empresa”, informa País que desenvolveu um computador grau de utilização, servem-se de siste­

Cândido. especificamente para automação de mas centralizados, dependentes de um

A DigiRede - BH, que funciona agência. A DigiRede foi a primeira em­ computador com várias linhas de comu­

numa área construída de 750m2 na capi­ presa no Brasil a utilizar discos flexí­ nicação.

tal mineira, produz bobinas, cabos e ga­ veis e microcomputadores nos sistemas Em busca de um projeto nacional, a

binetes. A quarta fábrica da DigiRede, de automação bancária, o que possibili­ DigiRede se tornou a primeira empresa

que fica no Recife, em uma área de tou implantações simples e de baixo especializada em sistemas de automa­

1.400m2, é a integradora: recebe os pro­ custo. ção bancária, sem estar ligada a qual­

dutos das outras três, monta os apare- Integram sua linha de produtos o quer instituição financeira. Esta inde­

clhos e aplica os testes finais. Sua pro­ concentrador de agência — um micro­ pendência financeira lhe valeu uma

dução mensal é de 1.000 terminais de computador responsável pelo processa­ condição de versatilidade no atendi­

caixa, 400 terminais de transferência mento da agência e pela interligação mento ao mercado, que hoje significa li­

eletrônica de fundos e 100 processa­ dos caixas; o terminal de caixa, utili­ derança.

dores. zado no balcão para atender ao público; Ao todo, a DigiRede possui 1.000

Ao desenvolver seu sistema de auto­ o terminal de cliente, operado pelo pró­ agências on Une instaladas em 71 cida­

mação bancária, a DigiRede optou por prio cliente do banco em suas consultas des brasileiras. Em apenas três anos, a

uma solução tecnológica que permite a de saldo; a teleimpressora; o concentra­ produção inicial de 120 terminais cres­

autonomia das agências. Os dados são dor regional, que faz a interligação das ceu para 1.400 term inais por mês,^