Page 36 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1985
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Um passeio pela pesquisa
e desenvolvimento
A independência tecnológica e filha da pesquisa e neta do nível dc educação da população Na foto: integrado
brasileiro, no estande da Unicamp.
U K l ão podia ser m elhor a localização tado pelo “ je itin h o m u ltin a c io n a l" da curso do Serpro “ foi providencial e serviu
1^1 dos 1600m reservados à exposi IBM, que bancou a diferença e assim pôde até para re sg a ta r em préstim os con
ção das atividades de P&D, logo a entrada mostrar, num estande de últim a hora, car traídos".
do R iocentro" — disse M ilton Kelmanson, tazes com seu programa de intercâm bio Explica-se portanto a atitude pessoal
da Sucesu, — ao explicar que, “ sim bolica com o meio acadêmico. de Walter Del Picchia, professor da USP,
m ente, 2 0 0 m il visitantes do Inform ática Mesmo assim, apresentaram-se 24 ex que distribuía copias de seu trabalho, a ser
‘8 4 verão que para chegar ao Produto — positores, cobrindo universidades gran publicado proximamente, declarando que
m ostrado na Feira localizada no interior do des, médias e pequenas, do Amazonas ao “ a dependência tecnológica é o caminho
Pavilhão — é necessário passar prim eiro Rio Grande do Sul, ainda que notadas al da submissão e a inovação so pode aconte
pela atividade de pesquisa e desenvolvi gumas ausências como a de Santa Catari cer através do esforço de pesquisa. Assim,
m ento. na. Os estandes dos Centros de Pesquisa durante m uito tempo, o Brasil so fez copiar
Porém, outro sím bolo menos aparente e da Telebraseda SEI estiveram ladoa lado, e não conceber, pois, ao usar transferência
mais significativo foi constatado no even ju stifica n d o a denom inação de “ espaço de tecnologia, usou um processo no qual
to: a com paração entre os 250 m ilhões de teleinform ático". E apesar da crise univer tudo se transfere, menos sua concepção".
cruzeiros necessários a mostra de P&D — e sitá ria , USP, U nicam p, UFRJ e outras Caberia então perguntar como em meio
que quase não se m aterializaram a tempo mais fizeram jus por suas realizaçõesao re a tanta dificuldade continua viva a criativi
— cornos 15 bilhões dispendidos pela in nome de grandes tem plos do saber bra dade tecnológica do brasileiro? A resposta
dustria na m ontagem de sua Feira ou os sileiro. pode talvez ser encontrada nas declara
1,8 bilhões de despesas organizacionais As dificuldades, porém, existem. E se ções de Antomo Timszizuk e Mareio Lobo
utilizados no Congresso. por um lado todos falam da necessidade de captadas no estande da USP, ao comen
know-how(?) nacional, percebe-se que, na tarem que “ para gm técnico nada é mais
Jeitinho brasileiro vida real, os recursos alocados às ativida estim ulante do que contribuir para o de
des de P&D são bem menores do que o pri- senvolvimento do futuro".
Para contornar o impasse da falta de m itivo clam or fizesse crer. Assim , por
apoio financeiro foi preciso que, às vés exemplo, na Unicamp, segundo se soube, Microeletrônica
peras do evento, funcionasse o “ jeitinho o projeto de cristal liquido teve quase que
brasileiro" sob forma do apoio da Finep, ser concluído à nível de investimento pes Por sua importância, como base do pro
Telebrás, Sucesu e outros, com plem en soal e o prêmio em dinheiro ganho no con cesso inform ático e das telecomunica-