Page 26 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1985
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Alencastro analisa as perspectivas do setor
Em artigo publicado na R evista Tele- possível desestabilização do sistema terurbanos dão aos serviços urbanos. E
brás (Dez. 84), o presidente da h o ld in g , que "devido ao perfil da dívida de algu acrescentou:
gen. José Antonio de Alencastro e Silva, mas empresas não será possível expan- — Para ultrapassar esse difícil perío
advertiu que o Sistema Telebrás, apesar dir-se a taxas que a demanda exige”. do, poder-se-ia novamente buscar recur
de suas conquistas, "enfrenta proble — No que tange à política salarial — sos externos; no entanto, a elevada taxa
mas que podem ser considerados como continuou —, o aspecto grave a consi de juros, quando comparada com a baixa
verdadeiras ameaças à sua sobrevi derar é o risco que o setor corre de perder remuneração do investimento, que tem
vência”. suas melhores inteligências e assim fi sido permitida ao setor, não acQnselha a
Reiterando sua posição de que o mo adoção desta alternativa. Se não for ob
nopólio estatal deve continuar no setor tida maior participação da União, a al
de telecomunicações, Alencastro acre ternativa válida seria as empresas maià
dita que as críticas feitas às empresas sacrificadas pelo endividamento aguar
estatais como um todo podem conduzi- darem que se transponha esse difícil
las ao descrédito perante a opinião pú período para então retomarem a expan
blica "e, assim, encorajar aqueles que são. A retomada da expansão na medida
defendem a privatização das TCs e, o em que diminui o endividamento é in
que é mais grave, a quebra do mono questionável, uma vez que as empresas,
pólio”. dispondo de recursos de autofinancia-
— Qualquer mudança na atual polí mento, isto é, capitais compulsoria-
tica de exploração dos serviços — afir mente arrecadados no mercado, não ne
mou o presidente da Telebrás — pode cessitarão de recursos externos.
provocar sérias consequências, porque Alencastro e Silva ainda sugeriu um
no atual estágio de desenvolvimento do maior retorno para o setor de TCs do
País, caracterizado por um grande dese 1SSC (ex-FNT), "hoje considerados re
quilíbrio regional, somente a expansão car em difícil situação para enfrentar a cursos ordinários da União”. No final de
do serviço, sob a forma de monopólio es retomada do desenvolvimento econô seu artigo, o presidente da Telebrás
ta ta l, pode assegurar o desenvolvi mico do país, quando a atual crise for su lembrou a análise feita pelo Banco
mento harmônico das telecomunicações perada'. Mundial que considerou a qualidade do
públicas. O presidente da Telebrás também re- serviço, o desempenho nos serviços de
Em seu artigo, Alencastro e Silva de feriu-se aos problemas tarifários, como manutenção, a produtividade do traba
fendeu a continuidade administrativa e a baixa remuneração do investimento lho do setor de telecomunicações do Bra
a necessidade da expansão e melhoria que o setor como um todo vem obtendo e sil muito bons se comparados a outros
dos serviços, além de alertar sobre uma o elevado subsídio que os serviços in países em desenvolvimento.