Page 7 - Telebrasil - Março/Abril 1984
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Duas palestras-chave serviram para tica, aonde tem assento representações cessamento de dados, de consulta às ba
marcar o Seminário de Teleinform ática da administração pública mais ligadas à ses de informações e de teleinformática
realizado em São Paulo, ao final do ano informática — inclusive o Minicom se inserem no âmbito da Política de Infor
passado: a ‘‘Política Nacional de Infor- quatro representantes da iniciativa pri mação da SEI. o Secretário Especial de In
• mática” , proferida por Joubert de Olivei vada: Abicomp (equipamento). Asses- form ática enfatizou que tais serviços
ra Brízida, Secretário Especial da SEI, e a pro (Serviço), SBC (pesquisa) e Sucesu “ necessitarão de uma grande quanti
“ Política Governamental para Comuni (usuário). dade de terminais dispersos pela popula-
cações de Dados” , por Rômulo Villar Fur
tado, Secretário Geral do Minicom,
Porque a SEI
Destacou Brízida, inicialmente, a ne
cessidade da conscientização da socie
dade brasileira sobre as implicações —
extensas e profundas — de sua informa
tização, decorrente da introdução de tec
nologias de ponta, a custos cada vez me
nores. Para ele, o mundo sempre se divi
diu entre ricos e pobres, porém agora as
diferenças se acentuam entre os que tem
capacidade de gerar tecnologia e aqueles
que são seus meros consumidores. “ O
Brasil enfrentou o desafio de quem é fra
co deve se tornar inovador e os resulta
dos positivos aí estão na área de informá
tica” , afirmou o conferencista.
— Nos anos setenta — lembrou Brí
zida — o mercado de informática era su
prido com produtos importados e as or
* f *
*
gamzaçoes brasileiras utilizavam apenas
equipamentos fornecidos por um grupo Brízida: Rômulo:
de transnacionais. Tal situação vulnerá 4 4 A SEI tem procurado 4‘Novos contornos
vel começou a mudar, a partir de 72, com apoiar as básicos para o campo
a criação da Capre (Comissão Coord. das
Atv. de Proces. Eletrônico), subordinada iniciativas do Minicom''. da te!einformáticaf\
à Seplan, cujo grande mérito foi a racio
nalização das compras e da utilização dos
equipamentos na área do governo e o
controle das importações desnecessárias. Prosseguindo, explicou o conferen ção, a baixo custo e com regras de comu
Coube à Capre iniciar o processo da cista que a SEI adota um estilo de diálogo nicação ou de protocolos bem estabele
reserva de mercado para em preendi com a comunidade convocando especia cidas” .
mentos brasileiros, com a implantação listas para criar comissões especiais só — A SEI tem procurado apoiar as ini
da industrialização e comercialização de (em 83 foram criadas quinze). lom vistas ciativas do Ministério das Comunicações
minicomputadores, periléricos e tern i ao estímulo para o produtor nacional a e de empresas privadas, bem como fo
nais, por empresas de e :etivo controle SEI exerce, segundo Brízida, uma in mentar o desenvolvimento da engenha
nacional. Justificando a criação da SEI fluência sobre a oferta e demanda de pro ria e da indústria nacionais para as cita
disse Brízida que o Governo sentiu a ie- dutos através de sua atuação sobre o das aplicações — ressaltou Brízida. No
cessidade de uma entidade que pudesse controle das importações de insumos tocante ao ‘luxo de dados transfrontei
interagir matricíalmente com os orgãos eletrônicos (uma fonte de tensão com ras, um assunto que dia a dia se reveste
da administração pública, para assuntos outras áreas) e do direcionamento das de maior importância estratégica, o Go
de informática. compras do Estado. . verno brasileiro, através da SEI, defende
Em outubro de 79 nascia a SEI con , Afirmando que os resultados alcança a tese de que o controle desse fluxo é lí
orgão complementar do Conselho de Se dos com a política industrial da SEI foram cito e mas que deve reger-se por capí
gurança Nacional, com o objetivo princi «ositivos, Jobert Brízida citou que, em tulos próprios do direito comercial.
pal de formular a Política Nacional de In 76, a participação da indústria brasileira Os objetivos da política nacional de
formática e coordenar a sua execução, no mercado era praticamente nula e, em inform ática, sintetizou o orador, com
orientando-as para capacitar o país em 82, já ascendia a 19% de um parque ins preendem a fixação em território nacio
termos de desenvolvim ento cie n tífi talado no valor de 2,8 bilhões de dólares. nal da maior quantidade possível de re
co-tecnológico. (E citou outro índice relevante que foi no cursos de informação e do domínio da
A Secretaria Especial de Informática seu entender o crescimento dos produ
— um orgão pequeno em termos esta ais tos decorrentes de pro etos brasileiros tecnologia dos meios de produção. E
— conta com cerca de uma centena e que representaram 31 % do faturamente num nível mais elevado: prom over o
meia de pessoas organizadas em cinco das empresas de capital 100% nacional acesso, o mais abrangente, ao acervo
subsecretárias operacionais, aém de um em 1979, e 53% em 1982 — ‘‘um indica cognitivo da humanidade e contribuir
para o aperfeiçoamento da cultura e do
Centro Tecnológico, localizado em Cam tivo da criatividade dos recursos huma
pinas. O secretário de informática é as nos nacionais” . regime democrático brasileiro.
sessorado por uma Comissão de Informá Observando que os serviços de pro Na linha do desenvolvimento tecnoló-^
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