Page 66 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1983
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A f i n a l , e x p o r t a r é f á c i l o u d i f í c i l ?
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A problemática das exportações foi abor suem condições sócio-económicas, clima e mou Salomão Wanjberg, do Geicom. Citan
dada sob diversos ângulos pelos debatedo- escalas de produção condizentes com as nos do que no Peru viu 150 mil linhas de comu
res e conferencistas. De uma maneira geral sas. Destacou o esforço do Minicom, da pró tação digital temporal, sendo colocadas com
as grandes empresas, com raízes internacio pria Abinee e da Telebrasil para estabelecer financiamento de 18 anos de prazo, 7 de ca
nais, como a Ericsson e a Pirelli, têm nas ex contatos iniciais com esses países. rência e 4,5% de juros ao ano, o técnico con
portações um “tapete mágico” para comple A exportação de produtos de alta tecno cluiu que em casos como esses “não vale nem
mentar a escala de produção que possuem logia é, no entanto, uma problemática, afir- a pena o gasto do dinheiro em viagens”. Exis
no país. O Governo vê na exportação uma tem, segundo ele, duas alternativas para ex
saída para as dificuldades do mercado inter portarmos nossos produtos: através de ser
no e para a balança de pagamentos. As pe viços, porque nossa mão-de-obra é barata, e
quenas e médias empresas apresentam rea por meio da associação com empresas locais,
ções diversas, mas todas concordam que ex com o que se fomenta um protecionismo go-
portar é mais difícil do que parece. vernam ental para os consórcios assim
A Tepal, que procurou fazer negócios na constituídos.
Nigéria, perdeu um contrato de 43 milhões As pequenas e médias empresas são par
de dólares para o fornecimento de transfor ticularmente adaptadas para agilizar as nos
madores, por que, segundo seu presidente, sas exportações, disse Salomão, mas é pre
não foi aceito um crédito de 150 mil dólares ciso uma ação coordenada com as Embaixa
no nosso Banco Central. das, para que todos fiquem melhor informa
A tese defendida por grande parte das dos das oportunidades.
empresas brasileiras é que, sem encomen Prosseguindo, explicou Wanjberg, que
das internas para consolidar a produção, ex nos países sul-americanos a decisão cabe a
portar é muito mais difícil. A PI D Sistemas poucas pessoas, aí a necessidade da partici
Eletrônicos, por exemplo, está concorrendo pação de elementos locais “que possuem me
na Colômbia e no Chile com o Sitasu (Siste lhor condições de acesso e de conhecimen
ma de Texação, Supervisão de Centrais), que to do mercado”. É melhor alguma participa
é um desenvolvimento brasileiro sendo em ção do que nenhuma e é recomendável co
pregado em diversas operadoras do grupo mo estratégia deixar sempre os empreendi
Telebrás. mentos dependentes dos insumos importa
Jacques Glaz, da Abinee, percebe um po dos do país de origem. O representante do
tencial para colocar meio bilhão de dólares Geicom terminou sua exposição com um
de produtos brasileiros de TCs nos países da Alcides Anibal, da 'Ic/xil, aboixlouapmblemâ- conselho: “na hora em que os negócios lá pio
África e da América Latina, os quais pos fira das exportações. rarem, a gente se retira”. y
Da esquerda para a direita: Alencastro e Si Ira. presidente da Telebrás: Quandt de Oliveira, presidente da Telebrasil: e Helvéeio Gi’son. presi
dente da Embratei